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Mês: Agosto 2006

31 de Agosto, 2006 Carlos Esperança

Quem assassinou João Paulo I?

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«Nesse mesmo dia teve lugar um acontecimento que deveria ter alertado o Papa a respeito da sua segurança pessoal. O Papa recebeu uma das maiores autoridades ortodoxas, o metropolita Nicodemo de Leninegrado. Os dois homens sentaram-se tranquilamente a beber café, mas assim que deu o primeiro golo o russo caiu ao chão e morreu quase instantanea- mente. O resultado oficial foi enfarte, embora fosse um homem relativamente jovem, de 49 anos, e segundo todos os indícios bastante saudável.»

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Grandes conspirações da História – DN, 30-o8-206

Grandes conspirações da História – DN, 31-08-2006

31 de Agosto, 2006 Palmira Silva

Hitler, Darwin e evolução

Carl Sagan sobre evolução num dos episódios da série Cosmos

O último ataque dos IDiotas à evolução é, para variar, um tiro no pé. Na total falta de argumentos científicos, os fundamentalistas cristãos recorreram à táctica habitual dos apologetas: a mentira pura e dura num revisonismo histórico que seria rísivel não fora essa mentira ser prodigamente transmitida não só nas inúmeras estações de televisão cristãs nos Estados Unidos como nalgumas estações públicas.

De facto, o documentário Darwin’s Deadly Legacy: The Chilling Impact of Darwin’s Theory of Evolution, produzido pelo teocrata James Kennedy, o tele-evangelista do Coral Ridge Ministries, em colaboração com os acéfalos apóstolos do Discovery Institute, nomeadamente o presbiteriano Philip Johnson e o católico Michael Behe, pretende mostrar «porquê a evolução é uma má ideia que devia ser descartada no caixote de lixo da História».

Isto é, não interessa que cientificamente a evolução seja inatacável, de facto seja a pedra basilar de todas as ciências da vida, a evolução deve ser substituida pela IDiotia ou neo-criacionismo porque… Hitler era, supostamente, um evolucionista!!

Para além de ser uma falácia óbvia, uma mistura de Apelo às Consequências (argumentum ad consequentiam) com um argumento ad hominem, o documentário é um tiro no pé porque na realidade Hitler era um criacionista! Ou seja, como Hitler é reconhecidamente um dos maiores monstros psicopatas que a humanidade produziu, os devotos cristãos deturpam a verdade histórica para usar o criacionista católico Hitler para advertir os mais ignorantes do perigo quer do ateísmo quer do evolucionismo, que ululam de dedo em riste terem sido as causas do Holocausto!

Na realidade, como indica Ed Brayton nos Despachos das Guerras Culturais, uma análise, por exemplo do Mein Kampf, mostra claramente que Hitler, como bom católico, não só acreditava ter sido o homem criado à imagem de Deus como negava como absurda a hipótese evolucionista de evolução do homem de um ancestral comum ao macaco.

Um artigo recente na revista Archaeology, que descreve como Heinrich Himmler criou um instituto de investigação chamado Deutsches Ahnenerbe – Studiengesellschaft für Geistesurgeschichte (Ancestralidade Germânica – Sociedade de Investigação e Ensino), destinado a fabricar evidências da superioridade ariana, a tal raça nórdica superior (e mítica) que Hitler achava ser «um pecado contra a vontade do Eterno criador» contaminar por miscigenação com «raças» inferiores. Assim, os arianos deveriam compreender que era uma missão divina «dar ao Todo Poderoso Criador seres como Ele próprio fez à Sua imagem», ou seja, «O Weltanschauung (visão do mundo) que baseia o Estado numa ideia racial deve ter sucesso na promoção de uma era mais nobre, na qual os homens não mais darão atenção exclusiva ao cruzamento e criação de cães e cavalos e gatos com pedigree, mas envidarão os seus esforços para melhorar a raça humana».

De acordo com o artigo, «Himmler também encontrou tempo num encontro para transmitir a Bohmers [um dos arqueólogos do Ahnenerbe] a sua posição pessoal no assunto evolução do homem. Deve ter sido uma conversa instrutiva. Como Bohmers depois indicaria, Himmler descartou imediatamente a hipótese de que a raça humana estava próxima dos primatas. Estava igualmente indignado com uma ideia avançada por outro investigador alemão que propunha ser o Cro Magnon descendente do Neandertal. Para Himmler, ambas as hipóteses [a evolução e a relação entre Cro Mgnon e Neanderthal] eram ‘cientificamente completamente falsas’. Eram igualmente ‘muito insultuosas para os humanos’».

Como termina Ed Brayton, os fundamentalistas cristãos distorcem as evidências históricas da mesma forma que distorcem as evidências científicas e tentam, em completa oposição e negação de todos os factos históricos e científicos, distorcer a realidade para impor a sua mundivisão patética, assente não na realidade mas em mitos. Fabricando o mito de um Hitler ateu e darwinista para suportar o seu mito de um Criador/Designer inteligente!

Infelizmente, as televisões públicas americanas que em tempos transmitiam programas como o Cosmos de Carl Sagan agora devotam-se a propagar mentiras e a envenenar a opinião pública, à boa maneira nazi, com lixo como o é este «documentário» cristão!

30 de Agosto, 2006 Ricardo Alves

Trujillo condena menor violada que abortou

O Cardeal colombiano Alfonso López Trujillo chamou «rede de malfeitores» à equipa médica que fez um aborto a uma garota de 11 anos, a qual engravidara do padrasto que a violava desde os 7 anos de idade. As violações propriamente ditas não são mencionadas por Trujillo, que se abstém portanto de as condenar. Anteontem, Trujillo ameaçara com a excomunhão todo o pessoal médico envolvido. Ontem, afirmou que «não excomungou ninguém» (parece ser um processo automático, um «reflexo condicionado» divino…) mas simultaneamente alargou a excomunhão a «políticos, legisladores e parentes [da criança]».

O médico responsável pelo aborto declarou ter a consciência tranquila, porque actuou dentro do quadro legal, e replicou que «malfeitor foi quem a violou». A senadora colombiana Gina Parody comentou que «o Vaticano tem o direito de excomungar quem quiser; mas espero que também excomunguem os padres que violam rapazes ou raparigas».

Este caso tem sido enormemente mediatizado na Colômbia, porque se trata da primeira interrupção voluntária da gravidez feita legalmente, após a alteração da lei em Maio passado. Deve notar-se que Trujillo preside ao Conselho Pontifício da Família e é frequentemente apontado como um possível sucessor do actual Papa.
30 de Agosto, 2006 Ricardo Alves

Ética sem religião

Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, Salman Rushdie diz-nos, sem papas na língua, que «os fundamentalistas de todas as fés são o mal fundamental do nosso tempo». E acrescenta que «a compreensão do que é o bem e o mal existia antes de cada religião em particular; as religiões só foram inventadas pelas pessoas depois, para exprimir essa ideia». A ideia de que a ética é historicamente anterior à religião, e que pode dispensar uma «moral revelada», tem que ser repetida quantas vezes for necessário. Porque é verdade e porque é uma verdade que poucos querem admitir, preferindo tentar convencer-nos de que os «valores morais» caíram do céu aos trambolhões ou foram retirados de um «mundo exterior» pelos filósofos.

Salman Rushdie já explicou mais detalhadamente a sua ideia de que «o nosso sentido de bem e mal (…) precede a religião» noutra entrevista (onde se afirmou também um «ateu da linha dura»). A religião é apenas uma forma sistematizada das reflexões morais num dado momento histórico, que se torna problemática por reclamar uma autoridade «divina» e se prolongar muito para além do momento datado em que foi estabelecida.

Só sairemos dos impasses criados pelo monopólio da religião sobre a ética quando compreendermos que não há qualquer risco de um «caos moral» quando a ética se baseia em valores laicos. Um bom artigo sobre este aspecto foi publicado por Sam Harris na Free Inquiry há alguns meses: «The Myth of Secular Moral Chaos».
30 de Agosto, 2006 Palmira Silva

In memoriam: Vashti McCollum

Vashti McCollum, duas vezes presidente da American Humanist Association e uma activista ateísta (ou humanista, como preferia ser chamada) morreu dia 20 de Agosto, aos 93 anos, em Champaign, Illinois.

Uma mulher extraordinária, Vashti McCollum lutou pela separação da Igreja e do Estado numa altura em que ser-se ateísta não era socialmente aceite, em meados da década de 40, e o preço pessoal que pagou pela sua determinação foi muito elevado. A sua acção para que deixasse de existir educação religiosa na escola pública frequentada pelo seu filho, ostracizado e perseguido pelos colegas por se recusar a assistir às ditas aulas de religião, resultou numa resolução do Supremo tribunal que desde então protege a separação da Igreja e do Estado na educação.

A resolução de 9 de Março de 1948, com uma votação 8 contra 1 (impossível de obter hoje em dia com o Supremo Tribunal, graças aos bons ofícios de G. W. Bush, minado por Opus Dei), declarava que a educação religiosa em propriedade pública era inconstitucional, já que violava a 1ª Emenda.

O seu pai, Arthur G. Cromwell, um arquitecto apreciador de Spinoza e Thomas Paine, igualmente ateísta, foi presidente da Rochester Society of Free Thinkers e foi o responsável pelo fim da educação religiosa no único condado em que tal acontecia até à acção da sua filha.

No julgamento inicial da acção, antes de chegar ao Supremo, Arthur Cromwell foi responsável por um dos momentos mais dramáticos no julgamento histórico quando, depois de dizer que não acreditava em Deus, se recusou a jurar dizer a verdade em nome de um mito. O seu neto, James McCollum, afirmou o mesmo.

A Time magazine observou que ao pé deste julgamento o famoso julgamento da evolução, o Monkey Trial, tinha sido uma brincadeira de crianças. De facto, o caso de Vashti não foi julgado apenas nas salas dos tribunais. Durante os três anos que durou o processo, Vashti recebeu inúmeras ameaças físicas, foi despedida do seu emprego, alvejada com tomates e couves podres e viu o gato da família linchado.

Apesar de todo o «amor cristão» tão prodigamente dirigido para si, Vashti foi um exemplo de coragem e perseverança, pois como afirmou no seu livro A woman’s fight, «Temos de agarrar todas as oportunidades para defender a causa da liberdade».

Em total contraste, Katherine Harris, membro do Congresso e candidata ao Senado, que supervisionou em 2000 a recontagem de votos no estado da Flórida que deu a vitória a Bush, disse a semana passada que a separação da Igreja e do Estado é uma «mentira», que Deus não pretendia serem os Estados Unidos «uma nação de leis seculares» e que se os eleitores não elegerem políticos cristãos nas eleições para o congresso do Outono próximo permitiriam a «legislação do pecado».

Harris, muito criticada pelas suas afirmações, disse ainda que separar a religião e a política é «errado porque é Deus que escolhe os nossos governantes».

Uma homenagem adequada a Vashti ocorrerá com toda a probabilidade em 7 de Novembro próximo, data em que serão escolhidos os membros do Congresso norte-americano, Senado e Câmara de Representantes, assim como 36 governadores. Todas as projecções indicam que os teocratas republicanos serão duramente penalizados nestas eleições, iniciando o processo de recuperação democrática nos Estados Unidos. Recuperação democrática que inclui a efectiva separação estado-religião por que tanto lutou Vashti e que a administração Bush quasi destruiu!

29 de Agosto, 2006 Carlos Esperança

Religiões e liberdade

Quando julgamos que a religião que nos oprime é a pior há sempre a possibilidade de encontrar outra mais opressora.

A intolerância do catolicismo, as mentiras metódica e sistematicamente difundidas e a aliança com o poder, por mais cruel e abjecto que pudesse ser, não são um paradigma da fé sedeada no antro do Vaticano, são uma constante do clero dos vários monoteísmos.

Mesmo que não acreditem, os clérigos empenham-se em convencer os incautos de que Deus agarrou um apóstolo e lhe ditou as suas vontades. Por muito absurdas que sejam, por mais perversa que se afigurem, é difícil rever as parvoíces e os desígnios que lhe atribuíram os homens e se tornaram o ganha-pão dos sacerdotes.

Nenhuma religião dispensa os rituais iniciáticos nos filhos dos crentes avençados.

A circuncisão ou o baptismo são a nódoa que mancha os primeiros passos de um neófito como o ferro em brasa de uma ganadaria marca o gado.

A apostasia é a emancipação de um livre-pensador do dogma e das piruetas litúrgicas, a afirmação da liberdade perante as litanias do clero e dos seus satélites que, não raro, se converte em risco de perseguição e morte.

É preciso conhecer a demência do protestantismo evangélico, a estupidez cruel do Islão ou as idiotices do judaísmo ortodoxo para nos darmos conta do imenso capital de tolice e maldade que encerram as religiões reveladas, plágios sucessivos cada vez mais cruéis.

Deus podia ter sido um mito divertido mas converteu-se, por vontade dos autores, num biltre incapaz de se submeter às regras da urbanidade e da democracia, numa perversão apocalíptica que espalha o terror e imbeciliza os crentes.

29 de Agosto, 2006 Palmira Silva

Síndrome de Estocolmo: Natasha Kampusch e Edgardo Mortara

Quando há uns tempos escrevi o post sobre o rapto de Edgardo Mortara pelo «último monarca absoluto da Europa», Pio IX, então reinando despoticamente nos Estados Pontificais, não faltou a defesa de mais um criminoso que a ICAR quer beatificar pelo nosso apologeta de serviço, o Bernardo.

Em defesa do crime do papa que inventou o dogma da infabilidade papal, o Bernardo invocou o testemunho de Mortara, então com dezanove anos, ou seja após 13 anos de clausura. O devoto do Comunhão e Libertação – que disse que na posição de Pio IX, se tivesse a sua…coragem(!?) faria o mesmo – apoia-se nesse depoimento para afirmar, já que «Estas palavras poderiam dar que pensar a certas cabeças, se porventura estas não acreditassem em contos de fadas acerca de ‘lavagens cerebrais’…» , que «Pio IX viu naquela criança algo de diferente» e por isso a raptou! Uma acção meritória que o testemunho do próprio Mortara após 13 anos de emprisionamento confirma!

Estou certa que Wolfgang Priklopil, o austríaco que raptou Natasha Kampusch quando esta tinha 10 anos (mais 4 anos que Mortara) e a manteve em cativeiro por 8 anos, sujeita a tortura psicológica e muito provavelmente abuso sexual, também viu «naquela criança algo de diferente». E, tal como Mortara, também Natasha defende o seu raptor e rejeita a família.

A única diferença é que Wolfgang Priklopil não é considerado um exemplo a seguir, como supostamente é o beato Pio IX. E ninguém, excepto Natasha, por enquanto pelo menos, alguma vez defenderá o seu crime, muito menos o reconhecerá como «um modelo de santidade»!

29 de Agosto, 2006 Carlos Esperança

Laicidade e tolerância

É interessante verificar que os muçulmanos franceses são mais tolerantes do que os seus vizinhos europeus e que em muito maior número consideram a identidade nacional mais importante do que a religião.

Segundo a sondagem, de acordo com o «Le Monde», em França 78% dos muçulmanos pensam que a sua comunidade deseja adoptar as tradições francesas enquanto apenas 41% em Inglaterra e 30% na Alemanha acreditam no desejo de integração.

Após a polémica da proibição do véu islâmico nas escolas públicas e as críticas à França (com a única Constituição europeia que expressamente impõe a laicidade) morrem os argumentos que tinham por objectivo aumentar a influência política das religiões.

Uma vez mais se digladiam duas concepções antagónicas, a defesa do comunitarismo e a supremacia da cidadania.

Não se pode combater a segregação mantendo-a e acabar com o «multiculturalismo» político mantendo o multiconfessionalismo do sistema educativo.

Como escrevia, há dias, Ricardo Alves, dirigente da Associação República e Laicidade:

«Enquanto o sistema escolar britânico não deixar de ser baseado em escolas segregadas religiosamente, problemas como o da Irlanda do Norte ou do 7 de Julho de 2005 não serão de resolução ou prevenção fácil».

Os factos acabam por desmentir a presunção.

28 de Agosto, 2006 Carlos Esperança

O Vaticano e as células estaminais

Quando a civilização avança recua Deus como a lepra com os antibióticos e a cólera e a febre-amarela com a vacina.

Em períodos de crise Deus reaparece como, durante o estio, as pulgas nos cães. Não faltam agentes transmissores – padres, rabis, mullahs e pastores -, capazes de modificar uma pessoa sadia num beato exacerbado.

Foi certamente na defesa de Deus que os padres amaldiçoaram os medicamentos e se danaram com as vacinas, certos de que os avanços da medicina ridicularizariam os seus milagres e erradicariam Deus, como acontece a outros agentes patogénicos.

Mas tendo-se Deus sumido do convívio dos homens não ficou quieta a padralhada e eis que se apresenta como intérprete da sua vontade.

Tornadas obsoletas a inquisição e as fogueiras restou o Inferno como veículo do medo e ameaça para quem despreza a vontade do mais exótico empregado divino, de sapatinhos vermelhos e orelhas aconchegadas sob o camauro.

Virou-se agora o sumo parasita de Deus, ditador vitalício do Vaticano, para a luta contra o preservativo, o aborto e a sexualidade. É um velho clérigo que considera indissolúvel o celibato e se julga presidente da Sociedade Protectora dos Embriões (SPE).

À medida que a idade e o emprego o tornaram casto desenvolveu um acrisolado amor às células embrionárias onde julga poder achar-se o seu Deus, farto de o procurar em todo o lado sem encontrar o mais leve vestígio ou a mais ínfima pista.

É por isso que os cientistas, enquanto procuram avançar com soluções para prolongar a vida e melhorar a sua qualidade, têm a ladrar-lhe às canelas mastins dos diversos credos, incapazes de aceitarem o progresso, a modernidade e, sobretudo, a ciência.

28 de Agosto, 2006 Palmira Silva

Vaticano prestes a negar o evolucionismo

Segundo a Agência Ecclesia «Darwin e a Igreja têm encontro marcado entre 1 e 3 de Setembro, num colóquio promovido por Bento XVI» e lendo com atenção a notícia é fácil de perceber que, com Coyne – que antes de ser despedido por Ratzinger afirmou «Deus não é um designer e a vida é fruto de biliões de tentativas»- fora do caminho, o Vaticano se prepara para debitar como resultado desse dito encontro que o homem surgiu por «desenho inteligente».

De facto, as ideias de Ratzinger sobre o tema são bem conhecidas. A última vez que as manifestou, a 6 de Abril de 2006, num encontro com os jovens da Diocese de Roma, o papa rejeitou o evolucionismo pretendendo que a «ciência apoia uma estrutura inteligente da matéria, o desenho da Criação», o que é obviamente falso.

De qualquer forma, para a semana vamos poder confirmar as previsões do Diário Ateísta desde que o inquisidor-mor foi eleito, ou seja, vamos todos poder apreciar em todo o seu esplendor o autismo, arrogância e obscurantismo de uma Igreja que quer recuperar o poder absoluto que detinha na Idade Média. Totalitarismo despótico para o qual a ciência, com as suas explicações ateístas, é o principal obstáculo!

Como o teólogo anti-evolucionista Dominique Tassot afirmou «A maioria dos intelectuais católicos actuais estão convencidos que a evolução é uma verdade evidente porque a maioria dos cientistas assim o diz». Algo perfeitamente inadmíssivel porque, como afirma Christoph Schönborn «Se tudo for fortuito, a vida não tem sentido», pior se somos fruto da evolução caiem por terra todos os dogmas em que assenta o cristianismo!

A necessidade de pôr os cientistas no devido «lugar» é evidente para Schönborn que relembrou que já na década de 60 o então cardeal Ratzinger «sublinhou enfaticamente a necessidade de se voltar ao tópico da criação». Aproveitando a conjuntura actual, principalmente a desilusão generalizada com a política e os políticos e o clima de insegurança criado pelo terrorismo de inspiração religiosa, o Vaticano prepara-se para atacar as nossas bases civilizacionais, na sua tentativa de nos fazer regredir para a época medieval, tão elogiada por todos os fundamentalistas!