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Mês: Julho 2015

30 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A liturgia e a fé

Quem é um ateu para se imiscuir na liturgia da Igreja católica? Que tem a inteligência a ver com o Cristo servido às rodelas na língua dos devotos ajoelhados ou passado de mão em mão de um presbítero para o beato?

Não fora a vocação totalitária da religião e os ateus dedicar-se-iam a outras tarefas.

A liturgia é o circo da fé com Cristo a saltar do cálice, com duplo mortal e pirueta sobre a patena, para acertar na língua do devoto e percorrer o tubo digestivo até acabar na rede de saneamento após a descarga do autoclismo.

As religiões vivem de rituais como os ilusionistas da prestidigitação. O Papa atual é um tudo nada diferente mas os anteriores foram avatares dos papas medievais que sofreram a mágoa de não poder acender fogueiras e de ver os ímpios indiferentes ao Inferno e aos castigos divinos.

No regresso à Idade Média, no eterno retorno ao fanatismo e à intransigência, o pastor alemão sentia a raiva da impotência e o ódio à modernidade. Sob a tiara, pensava em fazer ajoelhar os homens e pôr de rastos os cidadãos.

Nada era mais desconfortável para B16 do que viver num mundo que não se persigna, ajoelha ou submete à vontade dos padres e às ordens do seu Deus. O Vaticano é uma ditadura encravada na União Europeia e o último Estado teocrático da Europa, herdeira do Iluminismo e da Revolução Francesa, berço da democracia e reduto da liberdade.

No bairro das sotainas germinam 44 hectares de ódio, cultivados pela legião de padres, monsenhores, cónegos, bispos e cardeais. Fabricam santos, bulas e indulgências, mas é o horror à liberdade que os anima, a conspiração contra a democracia e a aversão à modernidade. Francisco, na tímida abertura, é visto com suspeitas.

O Vaticano é o Estado criado por Mussolini mas é, sobretudo, o furúnculo infecto num espaço onde o sufrágio universal não conta com o voto de Deus, ausente dos cadernos eleitorais.

29 de Julho, 2015 Carlos Esperança

NÃO ACREDITO NO QUE REZA O PAPA FRANCISCO

Por

PEDRO TADEU , in DN

No dia 6 de outubro de 1973 deixei de acreditar em Deus. Aos 9 anos de idade perdi o meu pai, morto num fortuito acidente de automóvel. Hoje, dia 28 de julho de 2015, depois de acumular mais 42 anos de experiência em inúmeras tristezas e alegrias, estou sem acreditar em Deus.

Nem a literatura, nem a arte, nem a teologia, nem a filosofia, nem a história, nem a política, nem a ciência, nem as amizades, nem a maturidade, nem, em suma, a vida, conseguiram contrariar a retórica de negação divina associada às perguntas que formulei naquele dia, inocentes, ignorantes, infantis:

“Se Deus existe e é omnisciente, porque lhe é indiferente a guerra, a fome, a doença, a miséria?”

“Se Deus existe e é omnipresente, porque não olha para a injustiça, para a escravidão, para a violência?”

“Se Deus existe e é omnipotente, porque deixa as crianças sofrerem?”

“Se Deus existe e tudo pode, tudo controla e tudo sabe, porque matou o meu pai?”

Se a justificação para a prevalência da crueldade divina, brutalmente revelada à minha candura infantil, estava escondida por um mistério de fé, cínico na sua transcendência inumana, mais valia não procurar a sua revelação.

O egocentrismo do meu sofrimento, o abismo da minha orfandade, revelaram-me um código social: se Deus existia, então ou era mau ou era indiferente às agruras do Homem e da Mulher. Por essa razão mais valia ignorarmos Deus. Mais valia, seguramente, sermos todos e todas órfãos de Pai.

Deveríamos tentar encontrar o divino em nós, na capacidade coletiva de construirmos um presente digno para as nossas vidas e um futuro esperançoso para a perpetuação da Humanidade, guiados pela justiça, pela bondade, pela busca incessante da felicidade. Pelo bem de todos nós, não para o bem de Deus.

O papa Francisco fala arrebatadoramente como homem de justiça na Terra. O papa Francisco, porém, tem todas as suas palavras contaminadas pelos mandamentos de um Deus inviável, lá do Céu.

As apaixonadas intervenções que o papa faz contra a exploração capitalista do mundo, a defesa do acesso ao trabalho, a crítica feroz ao monopolismo ideológico, a denúncia assustada das agressões ambientais ao planeta, são um valor precioso no presente de todos os homens, pois contrariam a avalanche para o inferno na Terra em que estamos a precipitar-nos.

Estou de acordo com o que diz o papa Francisco. Não posso estar de acordo com o que o reza o papa Francisco: a fé em Deus destrói a Humanidade. O passado e o presente comprovaram-no milhares de vezes, ao longo de milhares de anos, e a minha pequena vida afirma-o, claramente, desde 6 de outubro de 1973… Lamento.

27 de Julho, 2015 José Moreira

A Dança das Horas

Confesso que nõ sabia. Mas também não posso ter a pretensão de saber tudo. Para isso, lá estão os católicos e afins. Sabia, como toda a gente sabe, que na Europa a hora é mudada duas vezes por ano, dizem que por questões económicas e/ou ambientais. Mas o que eu não sabia, é que há países islâmicos (não sei se são todos) onde a hora também é mudada. Por sazões bem mais prosaicas que as ambientais.

No início do Ramadão, a hora é atrasada 60 minutos. E porquê? É sabido que os muçulmanos não podem comer ou beber entre o nascer e o pôr-do-sol. Dizem que proporciona como que uma “limpeza corporal”. Mas a verdade é que entre o pôr e o nascer do sol, podem desbundar. Ou seja, lá se vai a limpeza. De qualquer modo, entre o nascente e o poente, os muçulmanos entendem que há demasiado tempo. Vai daí, atrasam os relógios uma hora, de modo a encurtar esses 60 minutos ao jejum. Assim, se o ocaso se situa, por exemplo, às 19 horas, basta atrasar o relógio uma hora, e passam a poder comer às 18 horas. Não está mal, mas mostra pouca esperteza: se atrasassem trés ou quatro horas, cumpriam, à mesma, os preceitos corânicos e não passavam tanta larica.

27 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O obscurantismo caminha para o fim?

Autorizados pelo Vaticano, padres exorcistas desmistificam o ritual

‘99% dos casos não são nada espirituais’, diz padre Boaventura.
Pe. Rubens diz que histórias exageradas de exorcismo é coisa de cinema.

A prática do exorcismo, que é um ritual de expulsão do demônio que está de posse do corpo de uma pessoa, sempre existiu na Igreja Católica. O ritual que ainda é um tabu para a própria igreja, é tratado pelo padre de Bauru (SP), Boaventura Barrón, com naturalidade. Aos 92 anos, ele diz ter enfrentado o demónio pelo menos quatro vezes desde que foi autorizado pelo bispo a realizar exorcismos, a maioria dos casos das pessoas que o procuram são por problemas e não espírito.

Diário de uns Ateus – O 1% que sobra é burla. Curiosamente os demónios só atacam os crentes.

26 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Os «Filhos do Califado»

O recrutamento de crianças-soldado é a nova estratégia do covil designado por Estado Islâmico (EI).

O intenso treino militar e religioso a que os bandidos de Deus submetem as crianças tem como objetivo «educá-las» para se tornarem soldados da jihad nos conflitos armados, recebendo treino para realizarem ataques suicidas e executarem prisioneiros.

É fácil fanatizar crianças e incutir-lhes as mais macabras fantasias, como sabem os que têm um módico de formação em psicologia infantil ou, simplesmente, lidam com crianças. O entusiasmo fácil e o gosto de agradarem aos adultos ficam à mercê da demência beata de loucos e da violência dos fanáticos.

O problema já existe à escala global com recrutamentos e treino no Uganda, República Democrática do Congo, Iraque e um pouco por todo o lado onde os bandos de crentes ignaros e cruéis se viram para Meca e recitam versículos do manual terrorista Alcorão, enquanto os «filhos do Califado» degolam bonecos e assistem aos vídeos com que o EI apavora os Estados democráticos.

A mobilização de crianças tem para os recrutadores o benefício de perpetuarem o terror nas próximas gerações. Expostas a tal violência e crueldade, acabam imunes a qualquer gesto de humanidade, seres que se tornam adultos alheios à solidariedade e ao amor.

A Cruzada dos Inocentes, onde a lenda e a demência pia se confundem no proselitismo cristão, sacrificou crianças da França e Alemanha, em 1212. A demência e a realidade andam agora unidas na crueldade, oito séculos depois, através dos sicários de Maomé, com o apoio político dos Irmãos Muçulmanos.

25 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Vítor Madeira – Debates sobre o ateísmo

A MINHA PARTE PREFERIDA DA BÍBLIA
É aquela em que Jesus está sozinho a falar com deus (com ele próprio),
e alguém que não estava lá descreveu tudo para nós.

(Mateus 26:36 a 46; Marcos 14:32 a 42 e Lucas 22:39 a 46)

Foto de Vitor Madeira.