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Mês: Abril 2015

30 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Vaticano e terrorismo islâmico

Na sequência de uma gigantesca operação de combate ao terrorismo, foram detidos, em Itália, 18 suspeitos de planearem um atentado ao Vaticano. Os detidos, de nacionalidade paquistanesa e afegã, estariam ligados à Al-Qaeda.

As detenções, noticiadas no dia 25 de abril p.p., desarticularam uma célula que em 2010 planeou atacar o Vaticano e cujos elementos têm pesado cadastro ao serviço da fé e do terrorismo.

Não há multiculturalismo que resista a grupos de fanáticos, Estado de direito que pactue com terroristas travestidos de imigrantes, delinquentes da fé que não renunciam a impor preconceitos religiosos à sociedade civilizada e democrática que somos.

O Vaticano pode ser uma teocracia negociada entre Mussolini e um papa de turno, mas a sede do catolicismo romano é muito mais do que isso. É o santuário das artes onde se guardam tesouros, local onde o esplendor da arquitetura, pintura e escultura transforma um bairro eclesiástico de 44 hectares em memória da civilização e da cultura mundial.

O Vaticano preserva a Basílica de S. Pedro, a Capela Sistina e os Jardins; abriga o génio de Miguel Ângelo, Rafael, Giotto, Caravaggio e Leonardo da Vinci; guarda memórias das civilizações etrusca, egípcia e grega; é a apoteose do melhor que o espírito humano criou e que sobreviveu a Pio V, inquisidor e santo, avesso à nudez e às heresias, a papas incultos, à erosão do tempo e ao saque das guerras, da época pré-cristã aos nossos dias.

Um atentado contra o Vaticano é uma atrocidade boçal contra a cultura, a civilização e o património da Humanidade. Ali, entre as sotainas e a liturgia, com incenso e água benta, repousa a memória histórica da civilização, o génio dos maiores criadores e o esplendor da memória coletiva europeia e da Humanidade.

O Vaticano é um local de culto, não por ser a sede de uma religião, por ser um museu da cultura greco-romana. Quem ameaça o bairro carregado de arte e de história, não ofende só os crentes, declara guerra à Europa culta, civilizada e democrática.

E não pode haver indulgência.

29 de Abril, 2015 Carlos Esperança

A misericórdia de Deus: a maior de todas as contradições

Por

Paulo Franco

Mário (nome fictício) é um homem de meia idade que vive na Guatemala num meio social pobre e que tem de ter 2 empregos para sustentar a sua relativamente numerosa família. É pedreiro a tempo inteiro e faz “biscates” como assassino a soldo.
Esta última frase é dita, aparentemente, com uma normalidade absurda mas é reflexo da dura realidade vivida actualmente na Guatemala, onde a taxa de assassinatos é das mais altas do mundo.

(A Guatemala tem lutado contra uma onda de crimes violentos por mais de uma década. Os homicídios chegaram ao pico de 6 498 em 2009 e deram ao país uma das maiores taxas de assassinatos per capita do mundo, de acordo com dados da ONU.
Os poderosos cartéis da droga mexicanos, que disputam território para transportar cocaína sul-americana para os EUA, espalharam suas brutais tácticas pela Guatemala, contribuindo para os altos índices de criminalidade).

Mário recebe cerca de 2 000 € por cada pessoa que mata, e já matou 17 pessoas. Recebeu a sua primeira arma aos 14 anos, assassina pessoas desde essa altura e afirma sem pudor que gosta muito do que faz. Perto do local onde guarda a sua arma, guarda também uma bíblia que recebeu como oferta dos seus país.

Mário é assassino e sabe que isso está errado mas acredita que, no final da sua vida, se pedir com absoluta convicção e sinceridade perdão ao Deus católico será perdoado e irá para o céu quando morrer. Tal como Mário, muitos mafiosos são crentes na misericórdia divina e estão certos de que irão gozar as delícias do “paraíso católico”.

Esta ideia de um assassino crente no perdão divino parece obscena e aberrante mas está perfeitamente enquadrada no ideário católico ao ponto de a “Misericórdia de Deus” figurar como “imagem de proa” das promessas saídas da boca de qualquer Padre, Bispo, Cardeal ou Papa. Para esta malta, o maior perigo do mundo actual não é nem o terrorismo nem as alterações climáticas. Para a hierarquia superior da Igreja católica, o maior perigo do mundo actual é o crescimento do ateísmo.

Assim, com palavras doces e mansas, vão dizendo que até o maior dos assassinos (pecadores) se poderá salvar dos tormentos do inferno enquanto para os descrentes, naturalmente, Deus reserva-lhes um lugar muito especial para a eternidade.

Alguém consegue vislumbrar algum resquício de moralidade nesta questão?

28 de Abril, 2015 Carlos Esperança

O Papa e a hipocrisia

Papa disse que não julga gay, mas recusa francês como embaixador
Papa tem feito papel de
bonzinho porque diz
uma coisa e faz outra

Em julho de 2013, no começo de seu pontificado, em um avião durante uma viagem em que retornava do Brasil, o papa Francisco (foto), ao responder se havia no Vaticano um “lobby gay”, ele assim respondeu: “Se uma pessoa é gay e busque a Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?”

A afirmação teve ampla divulgação porque seria a confirmação de que a Igreja Católica passou a ter, afinal, um papa menos conservador do que Bento 16 em relação aos homossexuais.

Leia mais em http://www.paulopes.com.br/2015/04/papa-disse-que-nao-julga-gay-mas-recusa-frances-como-embaixador.html#ixzz3YYkNC4QG
Paulopes informa que reprodução deste texto só poderá ser feita com o CRÉDITO e LINK da origem.

28 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Religião e alienação

Por

Paulo Franco

Existem muitas formas de alienação da realidade. Todas elas tóxicas mas com consequências muito diferentes umas das outras. O álcool e as drogas são um meio para a alienação tal como a religião ou a crença em cartomantes.

A forma como atulhamos as nossas mentes com crenças religiosas ou místicas altamente bizarras (para não dizer dementes), é também um sintoma desta incapacidade que o cérebro humano tem para lidar com o “absurdo da existência”. Mas o “absurdo da existência” só é sentido enquanto tal quando não conseguimos “ver” a incrível sorte de estarmos a usufruir de milhares de milhões de anos de evolução, que nos trouxe até aqui e que nos permite contemplar a vida com um grau de compreensão nunca antes experimentada por um ser vivo no planeta Terra.

O que mais perturba quando se tenta demonstrar o lado pernicioso e falso da crença religiosa é que poderá estar-se a tentar destruir aquilo que parece dar sentido à vida de muitas pessoas. É frustrante perceber que milhões de pessoas não percebam o quanto são mais maravilhosas e verdadeiras as descobertas de Charles Darwin ou de Albert Einstein (e muitos outros imbuídos do mesmo espírito) em comparação com crucificações, profecias, demónios, diabos, purgatórios ou deuses causadores de
genocídios e supremos legisladores de leis obtusas.

Um bêbado, com o cérebro encharcado em álcool, até pode sentir-se feliz quando está no auge do seu inebriante estado de alienação. Poderá mesmo sentir-se completamente feliz por ver todas as correntes limitadoras do seu espírito de repente quebradas e enfim sentir-se livre como nunca, não sentindo, qual momento de glória, os constrangimentos que as convenções sociais habitualmente o inibem. Mas isso em nada contribui para que a sua vida se torne mais digna ou mais respeitável.

Da mesma forma que um peregrino que vai percorrer 200 Km para Fátima; ou um Filipino que, no Domingo de Páscoa, se autoflagela e se deixa crucificar; ou um membro da Opus Dei que se atormenta com o cilício bem apertado na perna deve
alguma vez ver o seu acto de autoflagelação elogiados. Em vez de elogios, devem ser criticados e denunciados como actos absurdos e irracionais de quem está intoxicado com a ideia obscena de que existe uma qualquer entidade divina que se delicia
ao contemplar estes sacrifícios em seu nome.

Tal como foi dito pelo brilhante Christopher Hitchens, a religião envenena tudo.

27 de Abril, 2015 Carlos Esperança

As religiões e os pressupostos imorais

Por

Paulo Franco

Já várias vezes foi afirmado por alguns pensadores que existe uma infantilização dos adultos como se esse fenómeno fosse um subproduto do desenvolvimento da cultura através das novas tecnologias do século XXI, que, supostamente, têm contribuído para a descaracterização e fragilização da personalidade dos indivíduos adultos.

A forma como as pessoas encaram a religião, a forma como lidam com a sua crença em Deus, demonstra, a meu ver, que essa infantilidade dos adultos não é um fenómeno exclusivo do século XXI mas sim, um subproduto do nosso processo evolutivo.

Vejam este exemplo: imaginem que eu tenho 2 irmãos. Imaginem que o meu pai trata muito bem os meus 2 irmãos, com muito amor, carinho e protecção, e a mim, sem nenhuma razão, me odeia e despreza. Qual seria a postura moral correcta dos meus 2 irmãos? Ficarem todos contentes e felizes com as atitudes do pai carinhoso e protector que recebem ou ficarem indignados por o seu irmão não ser tratado da mesma maneira?

É evidente que se os meus 2 irmãos forem pessoas com decência e responsabilidade jamais aceitariam de bom grado serem bem tratados e verem um seu irmão, sem nenhuma razão justificativa, ser desprezado e mal tratado. Só um crápula sem
escrúpulos, ou alguém totalmente imaturo e infantil é que aceitaria, sem problemas de consciência e sem se revoltar, que o seu pai desprezasse um seu irmão.

Ora esta metáfora serve na perfeição para estabelecer um paralelismo com a religião.

Os crentes “sentem” que Deus (o Pai) os protege e ama, mas não querem saber dos milhões de seus “irmãos” que Deus despreza e não cuida. Veneram apaixonadamente um “Pai” que parece proteger e amar uns e despreza e odeia outros.
Como classificar esta atitude dos crentes senão como uma expressão escandalosa de infantilidade ou falta de escrúpulos?

É para mim chocante que um crente diga, com a complacência de um santo, que um ateu, simplesmente porque pensa de forma diferente de um crente, vai ser castigado por toda a eternidade. Por muito fantasiosa, infantil e estúpida que seja esta condenação, ela revela um total desapego à humanidade e à noção mais elementar de justiça.

Os peregrinos de Fátima acreditam que “Nossa Senhora” os protege e ajuda na sua caminhada para o Santuário e parecem não querer saber das pessoas que morrem ao fazer esse mesmo trajecto. Então essas pessoas não estão a caminhar para o Santuário de Fátima com a mesma fé? Não mereceriam também receber a mesma “ajuda” e a mesma “protecção”?

Esta mesma perspectiva é possível observar nas 3 grandes religiões monoteístas.

É claro que é injusto classificar os crentes como alguém sem escrúpulos ou exagerar na acusação de serem infantis porque, acima de tudo, não podemos esquecer que estamos a ser enganados com histórias que nos são contadas desde sempre. Mas é inquietante estas forma erradas de raciocínio serem tão comuns.

Talvez não seja fácil a um ateu provar que a religião está assente em pressupostos falsos, mas é fácil provar que a religião está assente em pressupostos imorais.

É compreensível que milhões de pessoas acreditem em Deus porque assim foram ensinados. O que é incompreensível é que o venerem. No mínimo deviam estar completamente indignados com a Sua indiferença. Aqueles que “acordam” e percebem isto, rapidamente percebem a ilusão e o engano.

24 de Abril, 2015 José Moreira

“Se Deus Quiser”

Há pouco, ainda eu tentava digerir a notícia acerca do anunciado regresso do “Lápis Azul”, eis que ouço, e vejo, numa das TV alguém anunciar que “…se Deus quiser…” determinada personalidade será candidata a um novo mandato como presidente de um clube de futebol. Agradeci ao anunciante, “in mente”, porque me aliviou a náusea provocada pela anterior notícia.  E deu comigo a perguntar-me: “Então, se a personalidade em questão decidir não se candidatar, que esta coisa da idade é complicada, será que não se candidata porque Deus não quer? Ou será que o homem é que não quer, e a vontade de Deus é, apenas, coincidente com a vontade do homem? Afinal, quem é que decide: Deus, ou o presumível candidato? E onde é que entra aquela coisa chamada “livre-arbítrio”?

Ora bem, para a última pergunta, eu tenho a resposta: o livre-arbítrio existe, sim senhores. Os ateus usam e abusam dele.

Quanto aos crentes… Só se Deus quiser.

24 de Abril, 2015 Carlos Esperança

Islão – um anacronismo perigoso

“O islão, essa absurda teologia de um beduíno amoral, é um cadáver podre que envenena a nossa vida”.
Mustafa Kemal Atatürk (fundador da Turquia moderna)

As autoridades da Austrália deram hoje início a um inquérito sobre uma escola islâmica que terá proibido as raparigas de participarem em corridas por recearem que
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