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Autor: Helder Sanches

16 de Junho, 2007 Helder Sanches

Chimpasus

Trata-se apenas de uma pequena provocação… Não é para ser levado a sério, excepto por quem dá credibilidade aos novos “museus” criacionistas que parecem estar na moda.

Outros sacrilégios em forma de imagem podem ser encontrados aqui.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

15 de Junho, 2007 Helder Sanches

Debate Interblogues: "Será a Religião Eterna e Inevitável?"

Dei início no “Penso, logo, sou ateu” a mais um debate interblogues, desta vez sujeito ao tema “Será a Religião Eterna e Inevitável?“.

As regras são as mesmas utilizadas no primeiro debate e podem ser consultadas aqui.

Neste debate podem ser abordados diversos aspectos da religiosidade, tais como as condicionantes biológicas para a religião, a religião como factor de humanidade, as vantagens/desvantagens da religião na evolução das sociedades, a divulgação científica como factor de desmistificação, etc.

Data limite de participação: 22 de Junho de 2007.

Mãos à obra e bons artigos.

8 de Junho, 2007 Helder Sanches

One Nation Under God (2)


anteriormente escrevi sobre a forma como a sociedade norte-americana encara o fenómeno religioso. Faço-o novamente e, sem surpresas, para vos dar a conhecer os resultados de mais uma sondagem levada a cabo pela Gallup.

Digo sem surpresas porque no que respeita a assuntos religiosos já me habituei a esperar as maiores aberrações dos sobrinhos do Uncle Sam. Desta vez ficamos a saber que 1 em cada 3 americanos acredita que “a Bíblia é totalmente exacta e deve ser interpretada literalmente palavra por palavra”! Três quartos dos americanos acreditam que “a Bíblia é a palavra de deus ou por ela inspirada”! Apenas 19% consideram a Bíblia um livro de antigas fábulas, histórias e preconceitos morais registados pelo Homem.

Como já vem sendo hábito, nos estados do sul os números são ainda mais radicais. Como também já vem sendo hábito, quanto maior é o grau de escolaridade menos fundamentalistas são os resultados.

Destaco o último parágrafo da notícia no Washington Times: as vendas anuais da Bíblia ascendem a 609 milhões de dólares por ano! Afinal, porque é que ainda há fome no mundo?

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

30 de Maio, 2007 Helder Sanches

Christopher Hitchens: o quarto cavaleiro do Apocalipse

Richard Dawkins, Sam Harris e Daniel Dennett têm sido, durante os últimos tempos, os nomes mais sonantes na cena internacional a exporem o ridículo e os perigos da fé e da religião. Cada um no seu próprio estilo, têm conseguido captar a atenção dos media, principalmente nos EUA, onde o ateísmo ainda é visto pela grande maioria como uma espécie de doença que coloca na testa o selo “Inferno Express”.

Por outro lado, pode-se especular que esta recente coincidência de autores sobre o tema ateísmo – e a importância que lhes é dada – não passará de uma reacção social a dois mandatos de G. W. Bush, caracterizados por uma maior teocratização do discurso de Estado e por uma maior influência dos grupos cristão conservadores nas decisões de Washington.

Seja como for, é de salientar a publicação de mais uma obra de relevo a questionar a utilidade e a sanidade do fenómeno religioso. “God is Not Great: How Religion Poisons Everything” é o titulo do mais recente livro de Christopher Hitchens. O The New York Times publicou recentemente um excelente artigo sobre Hitchens e a sua mais recente obra. “In God, distrust“, por Michael Kinsley, é uma leitura recomendada. Nota: disponível apenas para subscritores, mas a subscrição é grátis.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

24 de Maio, 2007 Helder Sanches

Brief History of Disbelief


Há muito tempo que tentava descobrir esta série da BBC apresentada por Jonathan Miller. A história do ateísmo apresentada de uma forma séria, sem sensacionalismos, com a opinião de vários pensadores da actualidade. Considero esta série, composta por três documentários (aprox. 1 hora cada), indispensável para um entendimento da evolução do ateísmo ao longo dos tempos.

Aproveito para recomendar que explorem o veoh.com. O leitor é muito bom, pode-se fazer o download dos filmes, criar canais, etc.

Estão ainda disponíveis na íntegra, em separado, algumas das entrevistas feitas para esta série, com o título “The Atheism Tapes“.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

23 de Maio, 2007 Helder Sanches

A Superioridade Moral

Chateiam-me os crentes que alvitram uma superioridade moral induzida pelos ensinamentos religiosos que professam. Tenho algumas dúvidas que eles de facto acreditem em tal disparate.

A moral é mutável. Não é algo que seja estanque às influências de todos os aspectos que nos rodeiam socialmente. Acontecimentos históricos moldam a moral colectiva, acontecimentos privados moldam a moral individual. Tudo isto, cozinhado com a formação, educação e experiência acumulada, contribui para a aceitação e divulgação de novas regras morais.

A religião é apenas um dos factores que terá, historicamente, contribuído (e mal?) para a moralidade. No entanto, as premissas para a chamada moralidade religiosa são impostas pelo medo dos encargos do pecado e da factura a pagar ao cobrador-mor, o tal ser que espreita os adolescentes quando eles estão no duche. Assim, a moral de origem religiosa não é sincera. É fruto da repressão ideológica hipócrita imposta pela estrutura das organizações religiosas e baseia-se, na maior parte dos casos, em obras de ficção com centenas ou milhares de anos, essas sim, estanques ao evoluir das sociedades.

Sendo a moral o sistema de valores mais relativo que existe, alvitrar tal superioridade é pura demagogia.

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

22 de Maio, 2007 Helder Sanches

Compreender e a Pura Indiferença

Admito que há alturas em que me sinto mais incomodado com o agnosticismo que com alguns tipos de crenças. Já aqui escrevi sobre agnosticismo e penso que ficou bem patente a minha posição em relação à indiferença cúmplice dos agnósticos. Entendo mais facilmente, por exemplo, um panteísta que um agnóstico. Recordo-me ainda quando no antigo fórum do ateísmo.net (Diário Ateísta) se discutia a criação de uma associação e se questionava a inclusão ou não de agnósticos. Por mim, nunca fui favorável a essas misturas!

Quando me lembrei de promover este debate interblogues a distinção entre agnósticos e ateus pareceu-me um tema óbvio para dar o pontapé de saída. Esta é a minha participação no debate e gostaria de começar com uma fantasia.

Imaginem que, numa pequena cidade, um grupo considerável de pessoas estava crente que o Sol se extinguiria dentro de duas semanas, a uma quarta-feira, pelas 16h43.

Não existia nenhuma evidência para tal crença mas a convicção de alguns neste delírio era tão convincente que arrastava uma percentagem significativa dos habitantes dessa cidade.

Para além dos crentes, existiam outros dois grupos de pessoas: os que achavam que a ideia era um disparate, uma vez que não havia qualquer suporte cientifico para temer tal catástrofe, e os que achavam que quer fosse verdade ou não era irrelevante uma vez que, em qualquer dos casos, não tinham ao seu alcance qualquer forma de alterar o destino da nossa estrela.

Com a aproximação da data prevista para a extinção do Sol, o grupo crente começa a viver em função dessa fatalidade, tentando impor rituais para contrariar o destino anunciado. Outros, mais radicais, cientes de que qualquer ritual seria uma perda de tempo, tentam gozar os últimos dias isentos de quaisquer regras de convívio social, recorrendo a violações, roubos e homicídios.

Os que achavam que esta ideia do Sol se extinguir não passava de um disparate opunham-se e preveniam contra a loucura e insanidade dos crentes. O outro grupo, limitava-se a observar, expectante, o desenrolar dos acontecimentos.

Esta história demonstra bem a atitude diferente de crentes, agnósticos e ateus em relação à realidade. Enquanto que os ateus se manifestam por considerarem que não existem quaisquer evidências que justifique qualquer crença num qualquer deus ou divindade, os agnósticos procuram o refúgio na ignorância – por entenderem ser impossível uma resposta à questão divina – ou no desinteresse – por acharem que qualquer resposta é insignificante para as suas vidas.

Assim, o que aparentemente poderia parecer a atitude mais racional, não passa, isso sim, de uma forma envergonhada de desistir da procura da verdade ou de uma presunção de que essa mesma verdade seria inconsequente no entendimento do Homem e do mundo. Como é possível pensar que não seria determinante para a humanidade provar a existência ou inexistência de um ou mais deuses?

Ilusoriamente racional, o agnosticismo não passa de um entrave ao conhecimento. Tivesse a humanidade ao longo dos séculos confiado tão pouco na sua capacidade de descobrir e de saber e a roda nunca teria sido inventada. Tivesse a humanidade nos séculos mais recentes achado que determinadas questões não eram importantes e a esperança de vida não teria mais que duplicado nesse período.

Eu entendo que o agnosticismo pode ser muito mais apaziguador, conciliador ou democrático que o ateísmo. Só que a verdade não se define por maiorias! Racionalidade é procurar encontrar a Verdade. Racionalidade é procurar as explicações, justificações e a compreensão do mundo que nos rodeia. Tudo o resto ou é delírio ou pura indiferença.

20 de Maio, 2007 Helder Sanches

Convite para um debate interblogues

Gostaria de convidar todos os participantes, visitantes e comentadores a participarem no primeiro debate interblogues que estou a organizar. O tema deste primeiro debate é “Será o Agnosticismo mais racional que o Ateísmo?”.

O método para participarem está descrito aqui. Obrigado.

15 de Maio, 2007 Helder Sanches

Madeleine McCann em Fátima


Como pai e como alguém que adora crianças, lamento profundamente os acontecimentos à volta do desaparecimento da pequena Madeleine McCann. Como lamento o desaparecimento de todas as crianças portuguesas que, todas juntas, nunca fizeram gastar tanta tinta e tanta concentração de meios para a resolução dos seus casos. Sinceramente, ainda bem para a pequena Madeleine que esses meios estejam disponíveis para ela. Esperemos que este seja um novo padrão a que a nossa policia nos venha a habituar. O ideal seria que tais meios nunca voltassem a ser necessários; mas isso só aconteceria se o mundo, de repente, passasse a ser perfeito.

O que eu não suporto mesmo é a ignorância mascarada de fé saloia. Então, não é que em Fátima, nas celebrações dos 90 anos do embuste-mor nacional, proliferavam as imagens da pequena Maddie com preces para que a pequena fosse encontrada sã e salva!?!

Mas, afinal, onde estava o deus desta gente quando a pequenita desapareceu? Porque é que não se viram cartazes a perguntar ao tal deus ou à sua virgem concubina porque deixaram que a pequena e inocente Maddie desaparecesse, assim, sem mais nem menos? Não é suposto esse tal omni-tudo olhar pelas criancinhas e pelos inocentes? Afinal, ou esse ser que gosta de ser bajulado não sabia o que estava a acontecer e não é omnisciente ou sabia e não fez nada. Pergunto eu: não fez porque não quis ou porque não pôde? Se foi porque não pôde, não é omnipotente. Se foi porque não quis, de facto, não me surpreende; é o que se pode esperar de quem condena um filho à morte por pura vaidade e necessidade de afirmação, num autêntico frenesim de egocentrismo!

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)