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E, assim, acontece

Depois de, na passada sexta-feira, os peregrinos presentes nas cerimónias fúnebres de João Paulo II terem reclamado a sua imediata beatificação, os «milagres» não demoraram a ser noticiados.

Uma família mexicana afirma que o falecido papa curou miraculosamente o seu filho, que sofria de leucemia, em 1990. Cura milagrosa esta apoiada pela diocese de Zacatecas, no Norte do México. O rapaz, agora com dezanove anos, Heron Badillo diz que está convencido «de que foi um milagre». «Sua Santidade tocou-me a face, e fez-me baixar a cabeça. Eu tinha quatro anos e estava muito doente, mas fui salvo». Segundo o que se conta, a família de Heron ter-se-á aproximado de João Paulo II no aeroporto de Zacatecas por intermédio do bispo da diocese, Javier Lozano Barragan. «Ele estava gravemente doente, o médico já o havia condenado, mas eu tinha esperança que a visita do Papa o pudesse salvar. E foi isso que se passou», explicou o pai de Heron.

O outro milagre foi visto pelo secretário pessoal do ex-papa, Stanislav Dziwisz. De acordo com este senhor, João Paulo II terá salvo um americano que sofria de um tumor no cérebro administrando-lhe a comunhão. Ainda para mais, o curado não era cristão, mas sim judeu.

A beatificação de João Paulo II – que, seguramente, será célere – será muito conveniente para a Igreja Católica uma vez que imortalizará toda a propaganda com que fomos bombardeados na semana passada e que fez passar a imagem de que o antigo papa foi uma figura que trouxe progresso e felicidade para a Humanidade… o que é, no mínimo, controverso.