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Jesus, qual Jesus?

Apesar da difundida crença em Jesus, permanece o facto de que não existe um Jesus histórico. Para se perceber o que se quer dizer com o “Jesus histórico”, considere o Rei Midas da Mitologia Grega. A história em que o Rei Midas transformava tudo o que tocava em ouro é claramente absurda, mas apesar disto sabemos que houve um verdadeiro Rei Midas. Arqueólogos escavaram o seu túmulo e encontraram os seus restos esqueléticos. Os Gregos que contaram a história de Midas e o seu toque dourado pretendiam claramente que o relacionassem com o Midas real. Por isso, apesar da história do toque dourado ser ficcional, a história é acerca de alguém cuja existência é dada como um facto – o “Midas histórico”. No caso de Jesus, no entanto, não há uma única pessoa cuja existência seja um facto e que seja também objecto das histórias de Jesus, isto é, não há nenhum Jesus histórico.

Quando dizemos isto a um crente, ele argumenta, apelando mais às emoções do que para à razão, e tenta que fiquemos embaraçados respondendo qualquer coisa do género: “Negar a existência de Jesus não é tão tolo como negar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel?”. Uma variação popular desta é: “Negar a existência de Jesus não é como negar o Holocausto?”. Há amplas fontes históricas a confirmar a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, enquanto que para Jesus não. Embora a existência de Júlio César ou da Rainha Isabel, seja universalmente aceite, o mesmo não acontece com Jesus.

No Extremo Oriente, Jesus é considerado um personagem da mitologia religiosa ocidental, a par com Thor, Zeus e Osíris. A maioria dos Hindus não acredita em Jesus, mas os que acreditam consideram que ele é uma das muitas encarnações do deus Hindu Vishnu. Os muçulmanos certamente acreditam em Jesus, mas rejeitam a história do Novo Testamento e consideram que ele foi um profeta que anunciou a vinda de Maomé, e negam explicitamente que tenha sido crucificado.

Ou seja, não há uma história de Jesus que seja aceite pelo mundo inteiro. É este facto que põe Jesus num nível diferente, relativamente às personalidades históricas estabelecidas. Milhões de pessoas honestas na Ásia, que fazem a maioria da população mundial, não conseguiram ser convencidas pela história Cristã de Jesus, uma vez que não há nenhuma evidência da sua autenticidade.

Mas se Jesus não foi um personagem histórico, de onde veio toda a história do Novo Testamento?

– O nome Hebreu para os Cristãos, sempre foi Notzrim. Este nome é derivado da palavra hebraica neitzer, que significa broto ou rebento – um claro símbolo Messiânico. Já havia pessoas chamadas Notzrim no tempo do Rabbi Yehoshua ben Perachyah (100 a.N.E.) Apesar de os modernos Cristãos afirmarem que o Cristianismo só começou no primeiro século depois de Cristo, é claro que os Cristãos do primeiro século em Israel se consideravam a continuação do movimento Notzri, que existia há cerca de 150 anos. Um dos mais notáveis Notzrim foi Yeishu ben Pandeira, também conhecido como Yeishu ha-Notzri. Os estudiosos do Talmude sempre disseram que a história de Jesus começou com Yeishu. O nome Hebreu para Jesus sempre foi Yeishu, e o Hebreu para “Jesus de Nazaré” sempre foi “Yeishu ha-Notzri”. É importante notar que Yeishu ha-Notzri não é um Jesus histórico, uma vez que o Cristianismo moderno nega qualquer conexão entre Jesus e Yeishu.

Sabemos pouco sobre Yeishu ha-Notzri. Todos os trabalhos modernos que o mencionam são baseados em informação retirada do Tosefta e do Baraitas – escritos feitos ao mesmo tempo do Mishna mas não contidos neste. Como a informação histórica respeitante a Yeishu é tão danosa para o Cristianismo, muitos autores Cristãos tentaram desacreditar esta informação e inventaram muitos argumentos engenhosos para a explicar. A informação no Talmude (que contém o Baraitas e o Gemara) acerca de Yeishu e ben Stada é nefasta, os Cristãos tomaram medidas drásticas contra ela. Quando os primeiros Cristãos descobriram a informação, tentaram apagá-la imediatamente, censurando o Talmude. A edição de Basileia do Talmude ( 1578 – 1580) tinha todas as passagens relacionadas com Yeishu e ben Stada apagadas pelos Cristãos. Ainda hoje, as edições do Talmude usadas pelos escolares Cristãos não têm estas passagens!

Yeishu tinha cinco discípulos: Mattai, Naqai, Neitzer, Buni e Todah. A relação entre Yeishu e Jesus é corroborada pelo facto de que Mattai e Todah, os nomes de dois dos discípulos de Yeishu, serem as formas originais hebraicas de Mateus e Tadeu, nomes de dois dos discípulos de Jesus na mitologia Cristã.

Durante as primeiras décadas deste século, ferozes batalhas académicas irromperam entre escolares Cristãos e Não-Cristãos acerca das verdadeiras origens do Cristianismo. Os Cristãos foram forçados a enfrentar a evidência Talmúdica. Não podiam ignorar mais isso, por isso, decidiram atacá-lo. Afirmaram que o Yeishu Talmúdico era uma distorção do “Jesus histórico”.

É de notar que muitas das datas para Jesus citadas pelos Cristãos são completamente absurdas. Jesus foi em parte baseado em Yeishu e ben Stada, que provavelmente viveram com mais de um século de diferença. Ele foi também baseado nos três falsos Messias, Yehuda, Theudas e Benjamim, que foram crucificados pelos Romanos em várias épocas diferentes.

A história do Novo Testamento confunde tantos períodos históricos que não há maneira de a reconciliar com a História:

O ano tradicional do nascimento de Jesus é 1 N.E. Era suposto Jesus não ter mais de dois anos de idade quando Herodes ordenou a matança dos inocentes. No entanto, Herodes morreu antes de 12 de Abril do ano 4 a.N.E. Isto levou alguns Cristãos a redatarem o nascimento de Jesus entre 6 – 4 a.N.E. No entanto, Jesus era também suposto ter nascido durante o censos de Quirinius. Este censos teve lugar depois de Arquelau ter sido deposto em 6 N.E., dez anos depois da morte de Herodes. Era suposto Jesus ter sido baptizado por João logo depois deste ter começado a baptizar e a pregar, no décimo quinto ano do reinado de Tibério, i.e., 28 – 29 N.E., quando Pôncio Pilatos foi governador da Judeia, i.e., 26 – 36 N.E. De acordo com o Novo Testamento, isto também aconteceu quando Lysanias foi tetrarca de Abilene e Anás e Caifás eram sumos sacerdotes. Mas Lysanias governou Abilene, 40 a.N.E. até ser executado em 36 A.C. por Marco António, cerca de 60 anos antes da data para Tibério, e cerca de 30 anos antes do suposto nascimento de Jesus!