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Intervenção a bem da nação

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa exortou os católicos a intervirem mais na sociedade, perante um Estado que não deve ser «militantemente ateu».

Se a tolerância é cada vez mais a base da «sociedade pluralista» actual, regista-se hoje «uma incrível exclusão da presença católica dos ambientes públicos e políticos», afirmou D. Jorge Ortiga.

«Não podemos aceitar ser excluídos dum processo de humanização integral» e o «Estado democrático não pode ser militantemente ateu e deixar de reconhecer, respeitar e procurar satisfazer a opção dos cidadãos a quem proporciona as condições necessárias para viver a sua religião, respeitando as outras crenças», sustentou.

Para o arcebispo de Braga, «os cristãos portugueses devem manifestar que nunca abdicarão, em princípio e acções, dos seus direitos e das responsabilidades inerentes que derivam da simples cidadania».

Por isso, os cristãos «devem acordar para uma maior responsabilidade sócio-política» e «afirmar a sua capacidade de intervenção, não tendo medo de congregar ideias, suscitar iniciativas e delinear uma cultura», defendeu.

Na assembleia plenária desta semana serão eleitos novos órgãos directivos, mas o até agora presidente da CEP defende que o catolicismo «acredita num futuro marcado pelos valores que professa» e por isso «nunca poderá prescindir de dar o seu contributo à edificação dum país mais justo».

Na sua opinião, «a intervenção na vida social é estruturante do cristianismo», explicou o arcebispo de Braga que recusa fazer uma análise da actuação da Igreja baseada em «realidades estatísticas ou resultados de sondagens».

Fonte: Sol, 31 de Março de 2008.