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Mês: Julho 2004

15 de Julho, 2004 jvasco

Esclarecimento

Vou aproveitar este artigo para fazer um esclarecimento que já tenho repetido até à exaustão nos comentários, mas cuja repetição parece sempre insuficiente, já que continuamos a ser mal interpretados. Vou falar por mim, mas estou certo que o essencial daquilo que vou dizer se aplica aos outros autores.

 

Não tenho nada contra os crentes. Não lhes desejo nenhum mal. Três dos meus melhores amigos são umbandistas, alguns familiares e amigos da família, que muito estimo, são católicos (incluindo os meus Avós, a minha Madrinha e o meu Padrinho). Há figuras públicas que admiro que são religiosas (não conhecia bem a falecida Maria de Lurdes Pintasilgo, mas tinha a respeito dela uma ideia positiva).

A maior parte dos ateus limita-se a sê-lo, sem o afirmar aos sete ventos. Tem uma atitude paternalista do tipo: «eles que acreditem nesses disparates, se isso os faz felizes». Devo dizer que, durante algum tempo, também fui assim. 

Não manter esta atitude (o «ateísmo militante»), longe de ser desrespeito ou inimizade para com os crentes, pode ser (também) uma atitude de preocupação para com eles (e para com as pessoas em geral). «As pessoas que acreditem no que quiserem, mas que tenham acesso a todos os dados, informações e perspectivas, para fazerem a melhor escolha». Se me bato para que os diferentes mitos urbanos desapareçam, para que as mentiras repetidas até à exaustão deixem de ser consideradas verdades, então terei de considerar que as religiões representam o melhor exemplo dessa triste ocorrência.

14 de Julho, 2004 Mariana de Oliveira

Passou a procissão II

As criancinhas são sempre arrastadas para estes eventos. Por sorte, muitas delas vêem a máscara como uma espécie de Carnaval… Outras, chateiam-se, choram, cansam-se, apanham muito calor de tarde e frio à noite. Resultado: uma ida ao hospital pediátrico no dia seguinte.

 

 

 

 

 

 

 

Ainda não consegui encontrar uma explicação para a máscara de D. Dinis. Será por ter atingido a santidade ao casar-se com Isabel?

 

 

 

 

 

Até foi uma procissão bastante concorrida. Os tempos de crise assim obrigam… pena é que fique sempre tudo na mesma.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

14 de Julho, 2004 Carlos Esperança

Escândalo sexual piedoso



A diocese de Viena de Áustria tem sido um sólido apoio da política ultraconservadora de João Paulo II e uma fonte de preocupações para o Vaticano. Há poucos anos, o então cardeal, pilar da moralidade, guardião dos bons costumes, defensor da família, adversário do divórcio e promotor da castidade, viu-se obrigado a resignar à diocese por envolvimento em numerosos actos de pedofilia.

Sua Santidade (SS) aceitou a resignação «com profunda mágoa», sem ter esclarecido se a mágoa se devia aos motivos ou à perda de um influente apoio.

Agora a capital do pacífico e encantador país volta a protagonizar um sério escândalo sexual, com a ICAR no centro do furacão.

Mas onde está o escândalo? Não é na homossexualidade, orientação que as democracias aceitam com o respeito que é devido às minorias.

O escândalo reside essencialmente em 4 aspectos:

1 – No exibicionismo do reitor do seminário, com a mão direita nos órgãos genitais de um seminarista enquanto olha de frente a objectiva da câmara fotográfica, com a mesma satisfação com que cantou a primeira missa ou ministrou pela primeira vez a comunhão;

2 – Na contradição entre o que prega e o que faz a ICAR;

3 – No uso de fotos de pornografia infantil e orgias sexuais pelo reitor e vice-reitor do seminário, nas relações com outros padres e seminaristas, quando se sabe que há pais que ingenuamente lhes enviam filhos menores à confissão ;

4 – Na campanha de intolerância que a ICAR desenvolve contra a homossexualidade, nas perseguições que lhes moveu no passado e na covardia que os impede de denunciarem a bíblia como fonte de violência e iniquidade: “Os actos homossexuais são uma abominação aos olhos do Senhor” Leviticus 18:22, “Os homossexuais devem ser executados” Leviticus 20:13.

Enfim, os mullahs islâmicos têm com frequência rapazinhos ao seu serviço sexual, os pastores protestantes e os rabis exibem as mesmas condutas e, tirando os aspectos do foro criminal, resta-me usar de alguma benevolência para com os algozes, vítimas de um celibato imposto pelo último ditador da Europa – o papa JP2.

13 de Julho, 2004 Mariana de Oliveira

Passou a procissão I

No passado domingo, como assinalou o Carlos nas suas notas piedosas, a Rainha Santa Isabel regressou a casa após uma cura de três dias numa igreja da Rua da Sofia. Ora, é já um hábito ir ver a procissão a casa de uns amigos dos meus pais, que aproveitam este evento como pretexto para uma tarde de amena cavaqueira e resolução dos problemas nacionais.

Este é o início da foto-reportagem de parte do percurso que a rainha que transformou pão em rosas faz de dois em dois anos.

O início da procissão. Quem abre as hostilidades é uma personagem da vida coimbrã – Carlinhos dos Caixotes – que, creio, que também abre o cortejo da Queima das Fitas.

 

 

 

 

 

 

Possíveis explicações para as cores espanholas:

1. fomos anexados;

2. representa o local de origem de Isabel – Aragão;

3. o país foi vendido por Santana Lopes que ainda não nos comunicou o acontecimento.

 

 

 

 

 

 

Uma das coisas que mais me impressiona nestas demonstrações de fé é a forma de pagamento das promessas. Por acaso, este ano, não vi muitas pessoas a caminharem de joelhos, apenas duas ou três e uma delas trazia uma criança aos ombros. Repugna que a Igreja Católica nada faça para parar com estas práticas bárbaras que ferem a integridade física não só de quem promete, mas também de outros que são inocentemente arrastados para o sacrifício.

13 de Julho, 2004 jvasco

Religião e Obscurantismo

Será que existe alguma relação entre religião e obscurantismo?

Os factos que acabei de descobrir no blogue Oeste Bravio podem elucidar-nos a este respeito:

Mas poucas pessoas sabem que até 1963 autores como Rabelais, Montaigne, Descartes, La Fontaine, Pascal, Montesquieu, Voltaire, Rousseau, Diderot, Casanova, Sade, Stendhal, Balzac, Victor Hugo, Flaubert, Dumas, Zola, Maeterlinck, Pierre Larousse, Anatole France, André Gide, ou Jean Paul Sartre viram os seus livros proibidos pela Santa Sé.

A lista é longa e eu tirei estes nomes da Internet à pressa, só para ilustrar a minha história: Peter Abelard, Erasmus, Machiavelli, John Milton, Spinoza, John Locke, David Hume, d’Alembert, Condorcet, Daniel Defoe, Jonathan Swift, Emmanuel Kant, J. S. Mill, ou G. D’Annunzio.

A propósito destas informações, ocorrem-me três citações:

“Existe um outro tipo de tentação, mais perigosa ainda. Essa é a doença da curiosidade (…) É ela que nos leva a tentar descobrir os segredos da natureza, aqueles segredos que estão além da nossa compreensão, que não nos podem trazer nada e que os homens não devem desejar aprender (…) Nessa imensa selva, cheia de armadilhas e perigos, tenho-me afastado, e mantido longe desses espinhos. No meio de todas essas coisas que flutuam incessantemente à minha volta no dia a dia, jamais algo me surpreende, e eu nunca sou tomado por um desejo genuíno de estudá-las (…) Eu não sonho mais com as estrelas.”

Aurélio Agostinho (Santo Agostinho), Bispo de Hipona, cuja morte, em 430 d.C. marca o início da idade das trevas na Europa. (cit. em Sagan, C. “The Dragons of Eden”, p247.)

“A Razão deveria ser destruída em todos os cristãos. Ela é o maior

inimigo da Fé. Quem quiser ser um cristão deve arrancar os olhos de

sua Razão”
Martinho Lutero

“É totalmente ilícito exigir, defender ou conceder incondicionalmente a liberdade de pensamento, expressão ou culto, como se esta fosse um direito natural do homem” Encíclica do Papa Leão XIII

Lembremo-nos também dos livros da biblioteca de Alexandria que foram todos queimados de acordo com o seguinte critério: “Os que não são conformes aos escritos do Corão são hereges e deverão ser queimados. Os que são conforme aos escritos do Corão são inúteis e deverão ser queimados.”

12 de Julho, 2004 Mariana de Oliveira

Contra a laicidade marchar, marchar

Na linha do que foi relatado no último post sobre o Parlamento das Religiões, chega esta notícia de última hora: a sessão principal de hoje incitou os seus participantes à criação de uma nova espiritualidade global que se afaste não só dos fundamentalismos religiosos mas também da modernidade secularizante imposta pelo capitalismo e pelas potências militares e económicas do Ocidente.

Para o rabino Michael Lerner, presidente da Comunidade Interreligiosa Tikkun, este sistema religioso alternativo (e que não querem) foi imposto militar e economicamente ao longo dos últimos séculos e teve um impacto a nível mundial com a destruição dos mecanismos de apoio mútuo, a imposição da ética do egoísmo, a psicologia do narcisismo e a tela dos valores materialistas. Com tudo isto esqueceu-se de mencionar avanços importantes conseguidos pelos Estados laicos como políticas de redistribuição de riqueza através da segurança social, sistemas de saúde acessíveis a todos e educação gratuita.

Notando que este fundamentalismo laico é fruto de uma imposição, primeiro das potências militares-colonizadoras e, agora, das potências militares e económicas mundiais, Lerner explicou os fundamentalismos religiosos como uma resposta distorcida a esta realidade distorcida. Suponho que a realidade distorcida será um Estado que não favoreça nenhuma religião e uma sociedade plural que esse assunto pertence à esfera pessoal de cada um.

Perante isso, propugnou uma espiritualidade alternativa que fuja dos critérios únicos de eficiência, produtividade e racionalidade, adicionando outros como a generosidade, o amor ao ser humano e a capacidade de assombro perante a beleza e o milagre da criação. Assim, conseguir-se-á excluir todos aqueles que não acreditam no milagre da criação e que defendem a racionalidade, o espírito científico construindo um mundo de ovelhas que seguem os ensinamentos que alguém diz serem de deus.

Karen Armstrong, que escreveu várias obras sobre o fundamentalismo religioso, explicou estes movimentos como uma revolta contra a hegemonia da modernidade e afirmou que é preciso compreender as raízes de temor e desespero que os criam. Um temor que, sob o entendimento que a sociedade laica quer eliminar a sua religião, não é apenas paranóia, assinalou a autora, que falou do fundamentalismo judeu avivado pelo holocausto nazi e depois da guerra de 1973, quando Israel se sentiu isolado no Médio Oriente, do fundamentalismo islâmico surgido da imposição de sistemas laicos tanto pelas elites dos seus países como pelas potência estrangeiras e do fundamentalismo cristão dos Estados Unidos. Os três nasceram de sectores sociais que viram a modernidade como um ataque e reagiram criando uma modernidade religiosa, disse Armstrong. Este é um erro comum. A laicidade não implica uma perseguição às crenças, antes pelo contrário. A laicidade defende que cada um tem o direito a acreditar ou não no que quiser, mas isso não deve interferir na esfera pública como elemento discriminatório.

Karen Armstrong enfatizou que só uma pequena parte dos fundamentalistas

optam pela violência e o terrorismo
, assegurando que se trata de movimentos que só poderiam ter-se desenvolvido nesta época e que estão a tornar-se cada vez mais extremistas ao sentirem-se cada vez mais atacados, algo que ocorre desde 11-S. Quem a ouvir falar até parece que o fundamentalismo religioso é uma invenção nova. E as Cruzadas? E as missões que pulularam com os Descobrimentos e que converteram milhares de nativos ao cristianismo? E as caças às bruxas? E a Inquisição? E o Édito de Nantes? E a discriminação das mulheres no Islão, no judaísmo e no cristianismo que surgiu desde o seu início? A laicidade não é uma desculpa para a intolerância que as religiões arrastam por não serem capazes de tolerar quem é diferente… acredite ou não em deus.

12 de Julho, 2004 Mariana de Oliveira

O candidato herege

Um advogado católico apresentou uma queixa contra o senador John Kerry, acusando-o de levar o mais sério escândalo ao público americano ao comungar como católico pró-escolha. Este jurista entende que a afirmação de que se pode ser um bom cristão e não estar contra a fé e defender o aborto é uma heresia que ameaça a vida.

O documento foi enviado à arquidiocese em Junho, mas apenas foi divulgado ontem por Marc Balestrieri, advogado de direito canónico e juiz assistente no tribunal eclesiástico da arquidiocese de Los Angeles.

O senhor Balestrieri, queixoso, diz que a heresia é um crime eclesiástico público que afecta comunidades inteiras e que é um dos maiores pecados que se pode cometer.

Se a arquidiocese de Boston, que ainda não comentou o caso, decidir dar continuação ao processo, o candidato à presidência americana poderá ser excomungado.

Balestrieri afirma que o seu objectivo é o arrependimento e não a excomunhão.

O padre Arthur Espelage, coordenador executivo para a Canon Law Society, disse que um leigo católico pode apresentar queixa contra outro leigo católico num tribunal da Igreja. As acusações, conhecidas como denúncias, são semelhantes àquelas apresentadas num tribunal do Estado. Mas, segundo o padre, este é um caso único e nunca ouviu falar em algo do género. É natural, os Estados Unidos não tiveram grandes contactos com a velha tradição católica da Inquisição.

Caso a arquidiocese de Boston, que tem a competência sobre esta causa, decidir que a queixa não tem fundamento, poderá haver recurso para a Congregação para a Doutrina e Fé, presidida pelo cardeal Ratzinger.

Segundo Balestrieri, na base da sua denúncia por heresia – e de uma outra por mal para ele resultante de declarações de John Kerry sobre o aborto – está uma disposição de direito canónico que permite aos católicos a posse da sua fé intocada. Ao espalhar a heresia, disse, ele [John Kerry] está a pôr em perigo não só a minha posse de fé intocada, mas a de todos os católicos. E convida todos os católicos baptizados que se sintam ofendidos pelo comportamento do senador a constituírem-se como assistentes ao lerem o documento na página web e a enviarem uma carta certificada de consentimento à arquidiocese de Boston.

Charles M. Wilson, director da St. Joseph Foundation, que apresentou várias queixas em vários tribunais eclesiásticos americanos a favor da laicidade católica, duvida que a arquidiocese de Boston responda ao caso.

Este caso é um exemplo extraordinário da intolerância que grassa nalgumas mentes católicas, que tanto se orgulham de defender uma religião da paz e do amor ao próximo.

12 de Julho, 2004 Carlos Esperança

Notas piedosas

Anadia – Na paróquia de Paredes de Bairro, a população e o padre desentenderam-se sobre o percurso da procissão e dividiram-se em dois grupos: um, mais numeroso, fez o périplo sem padre, sem que os santos notassem a falta; o outro, bastante reduzido, só o padre e o sacristão, abandonaram a piedosa viagem sem que Deus ou os paroquianos os acompanhassem.

O padre e os paroquianos estão desavindos. Deus alheou-se da contenda.

Coimbra – Depois de ter pernoitado durante três dias na Igreja da Graça, na Rua da Sofia, regressou Domingo ao seu domicílio habitual, no Convento de Santa Clara-a-Nova, a Rainha Santa Isabel conhecida pelos seus hábitos sedentários.

De dois em dois anos os mordomos, acompanhados por devotos e milhares de curiosos, levam a Santa a arejar e a passar três dias fora. Este ano a passeata foi adiada uma semana para evitar que os crentes preferissem o Euro 2004 à procissão. A fé já não é o que era.

Vizela – O santuário de S. Bento de Pêras, sempre bastante concorrido, teve este ano lotação esgotada. A missa campal atraiu uma multidão de pessoas e o Sr. Jorge de Sousa, que costuma vender sempre para cima de 300 frangos, declarou ao JN que este ano ainda veio mais gente na peregrinação.

O pároco prometeu “transformar este monte sagrado num espaço de lazer e bem-estar para todos”, referindo-se ao sítio onde se localiza o santuário. Aludiu certamente ao bem-estar físico pois o bem-estar espiritual é atestado por numerosos crentes que têm beneficiado das graças de S. Bentinho.

A intervenção contará com o apoio da Câmara Municipal de Vizela que, numa recente reunião, aprovou a atribuição de uma verba de 750 mil euros, a pagar durante três anos.

Vila Real – Não há dinheiro que pare na caixa de esmolas da Capela Nova, nem toalhas de linho que se mantenham no altar. As próprias jarras de flores vão à vida.

O padre Caetano Lúcio, responsável pelo templo, está preocupado com a onda de assaltos e sente-se impotente para distinguir entre verdadeiros devotos e «alguns jovens com ar muito piedoso, mas duvidoso, que se colocam estrategicamente junto da máquina das velas”.

Quando as esmolas não seguem o circuito normal, isto é, não chegam às mãos do padre, são considerados assaltos.

Há, porém, a hipótese, que a Igreja rejeita, de serem os próprios santos, num ataque de bondade, a solicitarem aos necessitados que levem o dinheiro para comerem e se vestirem.

Seriam lindos milagres, mais credíveis do que os que João Paulo II certifica, mas não há precedentes para milagres que envolvam dinheiro e prejudiquem a Igreja.

12 de Julho, 2004 Mariana de Oliveira

Parlamento das Religiões

No Parlamento das Religiões do Mundo, que está a decorrer até amanhã em Barcelona, no âmbito do Fórum Universal das Culturas, as religiões reivindicam uma intervenção social e política no reordenamento mundial e não apenas um papel estritamente espiritual. Naquele parlamento participam cerca de 8.000 pessoas de várias confissões, sob o lema Caminhos para a paz; a sabedoria de ouvir a força do compromisso.

Hans Küng, padre e teólogo católico que há duas décadas foi proibido de ensinar teologia em nome da Igreja, foi um dos porta-vozes dessa vontade, afirmando que as religiões têm um papel essencial na elaboração de um novo paradigma, que deve passar por um desempenho construtivo, relata o Público.

Nas várias sessões foram discutidos temas diversos como o acesso a água potável e o esforço que algumas missões religiosas têm empreendido para alargar o seu fornecimento à população.

O pedido de anulação da dívida externa dos países pobres, como forma de desenvolvimento económico-social, foi uma vez mais reiterado.

O sistema capitalista foi igualmente atacado. Raúl Fornet-Betancourt, professor de Filosofia na Universidade de Aachen, no simpósio sobre o tema Para uma teologia inter-religiosa e inter-cultural da libertação, afirmou que o capitalismo não admite a comunidade e retirou ao cristianismo a sua dimensão comunitária original e a sua capacidade de intervenção. Ao mesmo tempo, denunciou a «militarização da vida quotidiana e da política mundial», considerando que esses são desafios essenciais para a teologia inter-cultural e inter-religiosa.

Uma dos debates centrou-se no tema do combate ao vírus do HIV. Centurio Olaboro, padre católico e director de um orfanato no Uganda em que vivem 800 crianças cujos pais morreram com a doença, criticou a posição oficial da Igreja Católica, de recusa do preservativo, mas disse que a actuação no terreno é distinta. O que mostra que a Igreja Católica tem alguns problemas de coerência ideológica, de contradição e hipocrisia.

Não negando que é preciso discutir, de trocar ideias e de tentar encontrar formas eficazes para lidar com os problemas do mundo e que as religiões podem ter um papel positivo, é um facto que, se todas elas se empenhassem verdadeiramente e altruisticamente em tal empresa, talvez este planeta fosse um sítio melhor.

12 de Julho, 2004 jvasco

Demonstração matemática: Deus é imaginário

Circulando pela internet, acabei por encontrar esta brincadeira da autoria de Lucas V. B.

É uma demonstração matemática que prova que Deus e o Diabo são ambos imaginários.

Cá vai ela:

Tomemos D como sendo Deus, S como sendo o Diabo (S de Satanás) e U como sendo o Universo.

Sabemos que o Diabo, representa a escuridão onde Deus representa a luz, o mal onde Deus representa o bem, toda essa conversa do costume, etc… Daí concluímos que:

S = -D

Também sabemos que o “produto” de ambos é o Universo:

D*S = U

Daqui tiramos que:

D*(-D) = U <=>

D^2 = -U <=>

D = +raiz(-U) V D = -raiz(-U) <=>

D = i*raiz(U) V D = -i*raiz(U)

Como S= -D,

S = -i*raiz(U) V S = i*raiz(U)

Sendo o Universo real, Deus e o Diabo são imaginários.

QED.