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Notas piedosas

12 de Julho de 2004  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  Comentar

Anadia – Na paróquia de Paredes de Bairro, a população e o padre desentenderam-se sobre o percurso da procissão e dividiram-se em dois grupos: um, mais numeroso, fez o périplo sem padre, sem que os santos notassem a falta; o outro, bastante reduzido, só o padre e o sacristão, abandonaram a piedosa viagem sem que Deus ou os paroquianos os acompanhassem.

O padre e os paroquianos estão desavindos. Deus alheou-se da contenda.

Coimbra – Depois de ter pernoitado durante três dias na Igreja da Graça, na Rua da Sofia, regressou Domingo ao seu domicílio habitual, no Convento de Santa Clara-a-Nova, a Rainha Santa Isabel conhecida pelos seus hábitos sedentários.

De dois em dois anos os mordomos, acompanhados por devotos e milhares de curiosos, levam a Santa a arejar e a passar três dias fora. Este ano a passeata foi adiada uma semana para evitar que os crentes preferissem o Euro 2004 à procissão. A fé já não é o que era.

Vizela – O santuário de S. Bento de Pêras, sempre bastante concorrido, teve este ano lotação esgotada. A missa campal atraiu uma multidão de pessoas e o Sr. Jorge de Sousa, que costuma vender sempre para cima de 300 frangos, declarou ao JN que este ano ainda veio mais gente na peregrinação.

O pároco prometeu “transformar este monte sagrado num espaço de lazer e bem-estar para todos”, referindo-se ao sítio onde se localiza o santuário. Aludiu certamente ao bem-estar físico pois o bem-estar espiritual é atestado por numerosos crentes que têm beneficiado das graças de S. Bentinho.

A intervenção contará com o apoio da Câmara Municipal de Vizela que, numa recente reunião, aprovou a atribuição de uma verba de 750 mil euros, a pagar durante três anos.

Vila Real – Não há dinheiro que pare na caixa de esmolas da Capela Nova, nem toalhas de linho que se mantenham no altar. As próprias jarras de flores vão à vida.

O padre Caetano Lúcio, responsável pelo templo, está preocupado com a onda de assaltos e sente-se impotente para distinguir entre verdadeiros devotos e «alguns jovens com ar muito piedoso, mas duvidoso, que se colocam estrategicamente junto da máquina das velas”.

Quando as esmolas não seguem o circuito normal, isto é, não chegam às mãos do padre, são considerados assaltos.

Há, porém, a hipótese, que a Igreja rejeita, de serem os próprios santos, num ataque de bondade, a solicitarem aos necessitados que levem o dinheiro para comerem e se vestirem.

Seriam lindos milagres, mais credíveis do que os que João Paulo II certifica, mas não há precedentes para milagres que envolvam dinheiro e prejudiquem a Igreja.

 

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