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Categoria: Religiões

14 de Agosto, 2018 Carlos Esperança

Apoteose do fascismo

Antes da guerra de 1939/45

O Presidente da Eslováquia era um monsenhor cruel da Igreja católica, um fascista implacável.

13 de Agosto, 2018 Carlos Esperança

A Senhora de Fátima, a República e o salazarismo

Engana-se quem pensa que a Senhora de Fátima é apenas um dos avatares da Virgem Maria, personagem mítica com mais heterónimos do que Fernando Pessoa.

A Senhora de Fátima foi a criação clerical de um instrumento contra a República e uma imagem de marca do povo que a monarquia legou beato, analfabeto e supersticioso, um epifenómeno contra a laicidade, a democracia e o secularismo.

A «Senhora mais brilhante do que o Sol» iniciou a carreira de pitonisa na Cova da Iria, depois de vários fracassos em locais mais instruídos e urbanizados. Foi em 13 de maio de 1917 que apareceu, pela primeira vez, no ermo que a promoção pia transformou num dos mais concorridos destinos turísticos.

A Senhora começou por atrair a atenção de três pastorinhos, sendo a Lúcia a que ouvia e via, a Jacinta a que só ouvia e o Francisco que não ouvia nem via. Os rapazes são lentos a despertar os sentidos. Começou por dizer-lhes que Deus se encontrava muito zangado, que queria toda a gente a rezar o terço, e anunciou-lhes, em exclusivo, um imprevisível acontecimento, o fim da guerra em curso, como se o que tem início jamais tivesse fim.

Em 13 de outubro, perante vasta assistência, a Senhora de Fátima, excelente trepadora de azinheiras, fez um número privativo, só replicado nos jardins do Vaticano, à mesma hora, para conhecimento especial do Papa: pôs o Sol a rodopiar em tons de prata fosca, um episódio acrobático que assombrou a assistência.

Após 1926, consolidada a ditadura, e com o enviado da Providência no Governo, como a Lúcia havia de dizer ao cardeal Cerejeira, referindo-se a Salazar, a Senhora de Fátima dedicou-se à Rússia, que confundia com a URSS, cuja conversão rogava, através da reza do terço, e à defesa do regime, no plano interno, com a mesma prescrição e posologia.

Desistiu então de surgir aos pastorinhos e dedicou-se a visitar comunistas arrependidos, sobretudo os que não aguentaram torturas da Pide e entregaram camaradas. Conseguiu libertá-los da prisão e arranjar empregos, mimos que os conversos retribuíam com velas acesas à janela nos dias 13 de maio e de outubro de cada ano.

A Senhora de Fátima, entrava nas celas de presos políticos que tinham confessado tudo, a confissão é um alívio, e dizia-lhes que tinham sido enganados e deviam arrepender-se. Foi assim que o pai de um conhecido advogado, rico e prestigiado, abjurou as ideias falsas, como alguns outros, e substituiu a foice e o martelo pelo terço e a cruz, a Internacional pelo Ave e a clandestinidade pelo sossego do lar.

A Senhora de Fátima pode ter sido clonada em outras latitudes de hegemonia católica, mas a legítima, a original, com toque rural e determinação prosélita, é 100% nacional.

A AR, por reverência às maratonas pias que soem fazer-se ao santuário, resolveu criar, em 27 de junho de 2014, o Dia Nacional do Peregrino, devoção do PSD/CDS, ofuscada pela abstenção dos deputados do PCP, BE, 26 do PS e esconjurada com 4 votos contra do PS. O parlamento, que recusara o Dia Nacional do Cão, meritória iniciativa do PSD, elegeu então, por larga maioria, o dia 13 de outubro, desobrigados os deputados pios de votarem de joelhos e mãos postas.

Exultaram as sacristias e o santuário, com devotos comovidos com os votos da AR. 

10 de Agosto, 2018 Carlos Esperança

Mais um troglodita

«Arcebispo diz que violência doméstica acontece porque “elas pedem divórcio”

O arcebispo de Toledo, Braulio Rodríguez, está no centro de controvérsia em Espanha por ter feito declarações sobre violência doméstica durante uma missa, nas quais culpa em parte as mulheres por serem agredidas pelos maridos. A maior parte dos casos de violência doméstica, disse Rodríguez, acontece porque os maridos “as rejeitam por não acatarem as exigências deles”, ou porque “ela pediu a separação”.

As declarações, feitas numa missa celebrada a 27 de dezembro na catedral de Toledo, foram registadas pelo boletim da diocese e divulgadas pelos meios de comunicação locais, até chegarem esta semana a jornais nacionais como o El País

 

D1A – A notícia é de 2016, mas o troglodita continua a ser arcebispo de Toledo.

8 de Agosto, 2018 Carlos Esperança

Um troglodita…

«Representante da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (FAMBRAS), Mohsin Ben Moussa apresentou o posicionamento do islamismo em relação à descriminalização do aborto. Durante a audiência pública sobre o tema, realizada nesta segunda-feira (6) no Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente do Centro Islâmico de Estudos Acadêmicos afirmou que, conforme as normas islâmicas, o aborto é permitido nos primeiros seis dias de gestação, por se considerar que nesse período ainda não há vida.»

5 de Agosto, 2018 Carlos Esperança

Traquinices sexuais do padre Humberto Gama

O padre católico Humberto Gama não tem uma pós-graduação em exorcismos, mas tem uma experiência que rivaliza com a do padre OD, Sousa Lara, que enjeitou um lugar no conselho de administração de uma empresa pública, que o pai lhe ofereceu (há pessoas que podem dar aos filhos um lugar de administrador), para se dedicar ao sacerdócio.

O p.e Humberto nasceu pobre em Trás-os-Montes, e fez o longo caminho do seminário para se habilitar a transubstanciar a sagrada partícula, a perdoar os pecados alheios, sem abdicar dos próprios, e purificar crentes infetados por demónios, tornando-se experiente profissional dessa atividade exotérica, cujo alvará era inerente ao sacramento da ordem.

De 1965 a 1972 exerceu funções designadas pelos bispos, mas os seus excessos lascivos levaram-no a que dos paços episcopais não tivesse mais solicitações e passou a atuar por conta própria, sobretudo no ramo dos exorcismos, com vestes talares e cabeção romano, em consultórios onde atendia a clientela, tendo feito exorcismos, em direto, na TVI.

No fim da década de 90 foi expulso pela Igreja católica, por dar mau nome à instituição, mas não perdeu o jeito e a competência para expulsar espíritos malignos, às vezes por reentrâncias que enfureceram maridos e motivaram queixas. Defendeu-se, alegando que os demónios muito grandes, têm de sair por algum lado, mas arriscou a sua integridade física e em 2011, ano em que a expulsão foi confirmada pelo Vaticano, o vigário-geral da diocese de Leiria/Fátima, Jorge Guarda, advertia os crentes que Humberto Gama não tinha legitimidade “para as atividades religiosas ou de exorcismo” e até lhe negava o direito a divulgar a foto com o papa João Paulo II, sendo tão verdadeira como as selfies do PR Marcelo.

No dia 1 deste mês, uma devota queixou-se à PJ de ter sido violada pelo padre, depois de ter receber tratamento hospitalar, o que, aos 79 anos, depois de reiteradas queixas ao longo dos anos, o levou a ser detido, encontrando-se em liberdade.

O padre, que foi candidato à câmara de Mirandela, pelo PS, contra o irmão, que ganhou pelo PSD, e concorreu a Murça pelo CDS, é o mais conhecido exorcista do País.

Estando a última averiguação em segredo de justiça, e ignorando o alegado crime, em concreto, não me pronuncio sobre as traquinices sexuais  de longa data. O que me surpreende é a acusação de burla pelos honorários que cobra.

Gostava de ver um acórdão a negar a validade dos exorcismos, inerentes à profissão de padre, tendo como instrumentos a cruz, hóstias, água benta e os Evangelhos, utensílios que o padre Humberto Gama maneja há 53 anos.

Quer-me parecer que ainda vão incomodar o padre Sousa Lara e negar dois milénios de terapêutica pia, quando a Ordem dos Médicos se mantém em silêncio sobre os milagres e não deixa passar sem reparo o exercício ilegal da medicina.

30 de Julho, 2018 Carlos Esperança

O fim dos partidos políticos

No dia de hoje, em 30 de julho de 1930, o comparsa do cardeal Cerejeira criou a União Nacional, partido único, e ilegalizou todos os restantes partidos e associações políticas.

A ditadura salazarista foi um regime clerical-fascista.