Religião em aforismos
O substantivo “aforismo” designa um preceito moral, sentença ou máxima, popularmente designada por rifão ou adágio.
Os aforismos são frases sábias que desconcertam pela sua assertividade. As religiões assumem-se protectoras de valores morais… e muitas vezes praticam imoralidades.
A propósito desta realidade, o físico Steven Weinberg, disse: “Com ou sem religião, sempre haverá gente boa fazendo coisas boas e gente má fazendo coisas más. Mas, para que gente boa faça coisas más faz falta a religião”.
Eis alguns aforismos e ditos de pessoas célebres, sobre religião.
– Desde a origem da Humanidade surgiram tantas religiões como idiomas, umas 100.000, todas elas únicas e verdadeiras.
– A física quântica não é uma religião porque se baseia em leis fundamentais da Natureza, não pretende regular o comportamento humano.
– A religião é um placebo existencial. Funciona como aspirina da alma.
– Uma crença religiosa sempre se deixa confirmar por uma realidade, mas nunca se deixa desmentir por uma realidade.
– Toda a teologia contém uma contradição intrínseca: o estudo racional do irracional.
– A literalidade é a interpretação mais inquietante de todas as interpretações bíblicas.
– A religião é uma colecção insustentável de absurdos.
– Em religião existe o mistério e ninguém espera que deixe de sê-lo. Em ciência também existe o mistério, mas todos esperam resolvê-lo.
– A liberdade religiosa nasceu, cresceu e triunfou longe da religião.
– Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa de existir (Boudelair).
– os homens da Igreja não pensam. Continuam a dizer aos 81 anos o mesmo que diziam aos 18 (Óscar Wild).
– Crer em milagres é crer que Deus, para fazer-se crível, manipula as leis que ele mesmo criou (Baruch Espinoza).
– Se por um deus se entender um conjunto de leis da física que regem o Universo, então esse deus existe… mas é emocionalmente insatisfatório… não faz sentido rezar à lei da gravidade (Carl Sagan).
– Sou contra a religião porque ela nos ensina a contentarmo-nos com a nossa incompreensão do mundo (Richard Dawkins).
– A ideia de Deus é um conceito antropológico que eu não consigo levar a sério (Albert Einsten).
– Se as pessoas são boas por temerem punição ou esperarem recompensa divina, então somos uma espécie lamentável (Albert Einsten).
(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)
Onofre Varela in Gazeta de Paços de Ferreira
Não sei como se sentem os protetores de embriões, óvulos e células correlativas, quando uma alma por erro de navegação ou capricho da natureza se infiltra num feto estacionado fora do parque, em sítio proibido.
Refiro-me às gravidezes ectópicas. Trata-se de asneira de Deus ou produto do acaso, mas, para quem tudo o que acontece de bom é obra de Deus e o mal fruto do Diabo, deve ser um dilema que perturba o entendimento e consome os neurónios.
Para os pios, a ejaculação é um genocídio e o aborto uma alma que se desperdiça. Só assim se percebe a sanha com que os protetores das almas encaram o sexo e a irritação que lhes causa a reprodução medicamente assistida.
Há neste negócio das almas obscuros interesses e perturbações mentais.
Dos caminhos rurais abalaram as caixas de esmolas das alminhas do Purgatório e, lentamente, vão acabando as missas de sufrágio e os lucrativos trintários, moedas celestes para antecipar a vaga no veículo que liga(va) o Purgatório ao Paraíso.
As almas estão à guarda de Deus, que as manda em correio azul aos espermatozoides capazes de atingir os óvulos. Não sei se envia várias para a hipótese de falharem o alvo ou se apenas uma, para não irritar os padres.
Após a morte, a alma viaja para os destinos do costume: Purgatório, Inferno ou Paraíso, pois o Limbo foi extinto por falta de interesse comercial por Bento 16. Só não percebo a obsessão dos padres com a alma dos que se desinteressam do seu destino e desprezam o Paraíso.
Deve ser a vocação totalitária que os consome.
Vítor Julião
Dou as boas-vindas ao novo colaborador do Diário de uns Ateus esperando que a entrada de um ateu militante enriqueça este blogue e inverta o declínio a que a longevidade e o cansaço dos velhos colaboradores o estavam a condenar.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.