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Autor: José Moreira

27 de Janeiro, 2014 José Moreira

No bom caminho?

Vatican PopeO papa Francisco declarou que não há inferno, nem Adão, nem Eva. No fim de contas, o CEO do Vaticano está a confirmar uma verdade que os ateus já apregoavam ainda o Chico não passava de um miserável espermatozóide. Claro que nunca existiu nada disso. Louve-se-lhe, no entanto, a coragem, que consistiu em concordar com o ateísmo, em vez de andar a fazer peregrinações contra o que alguns dos seus lacaios consideram a maior desgraça da humanidade.

O papa Francisco fez, em mim, nascer uma nova esperança: a de que já não é de todo improvável um dia, e à semelhança do que afirmou relativamente ao Inferno, assumir que, afinal, Deus também não existe.

Já faltou mais, e a razão há-de prevalecer.

17 de Janeiro, 2014 José Moreira

Ele não pára

Ao que parece, o Espírito Santo voltou a atacar, depois de ter estado, durante 2014 anos, mais ou menos, em abstinência sexual. Bem, isto não passa de uma hipótese, uma vez que o Espírito Santo pode ter estado sexualmente activo, mas não ter conseguido fecundar. Naturalmente, por culpa das mulheres, que isto da misoginia é para levar a sério. Bom, pelo menos e ao contrário do meio-irmão anterior, sabemos, de ciência certa, o peso e o local do nascimento.  Sabe-se mais que se chamará Francisco.

Não é despicienda a questão do conhecimento prévio. Com efeito, a Maria (a.k.a. Micas) foi informada por um anjo da sua futura condição de barriga de aluguer; já a freira de El Salvador, nem sabia que estava grávida, falha grave e inamissível, só se compreendendo se o anjo mensageiro estiver ligado aos CTT e, eventualmente, a fazer greve.  Também não é de pôr de parte a hipótese de o anjo não saber falar castelhano, questão não desprezável.

Bom, o que se espera é que o recém-nascido não venha, agora, armar-se em salvador do Mundo. Já basta o que basta.

18 de Dezembro, 2013 José Moreira

Estão a ensandecer…

…ou é só este padre?

Depois de ler esta notícia, muitas perguntas me acorrem à mente, mas todas elas vão desaguar no mesmo mar: por que raio quer, esta gente, “outro padre”? Ou antes, querem afastá-lo, porquê? Mas será que esta, ou outra criatura de igual jaez, faz alguma falta seja onde for? Porque “afastá-lo” significa substituí-lo por outro, certo? E pergunto: para quê, se para fazer o funeral basta um cangalheiro devidamente habilitado? E se nunca foi demonstrada a utilidade de missas e outras actividades religiosas?

Sinceramente, não tenho palavras para descrever a atitude deste energúmeno que, ao que parece, está zangado com o mundo em geral, e com as mulheres e crianças em particular. Ou o bispo tem um lampejo de lucidez, ou as simpáticas malaguenhas não tardarão a vestir burca. Quanto às crianças, em breve passarão da catequese para a madrassa.

9 de Dezembro, 2013 José Moreira

A árvore de natal

Quando, em 380, Teodósio I instituía o cristianismo como religião oficial de Roma, a Igreja começou a tratar o assunto com pinças, hábito que mantém ainda hoje, e sempre que lhe convém. Na verdade, não era fácil mudar hábitos pagãos, nem mesmo por um Édito de Tessalónica. Por isso, adoptou a teoria do mamar doce. Desde logo, e por mais que a Bíblia berrasse que Jeová descansou a um sábado, decidiu louvar o Senhor ao Domingo. Era assim que os pagãos faziam, adorando o Sol, pelo que fez uma mistura inteligente; talvez seja mais correcto dizer mistura esperta: deixavam de adorar o Sol, passavam a adorar Deus, mas ao Domingo. Era o chamado “acordo bilateral”. Atitude que tomou ao apropriar-se de outras festividades como, por exemplo, a Páscoa, em que se passava a festejar a ressurreição de Cristo, mas continuava-se a imolar o cordeiro, como nos festejos do Equinócio da Primavera.

O Natal não escapou: foi travestido de nascimento do Cristo já referido, em substituição das festas do Solstício de Inverno, sim senhores, mas os hábitos pagãos não foram eliminados. Aliás, duvido de que qualquer cristão seja capaz de dar uma plausível explicação litúrgica para a árvore de Natal. Porque a árvore de Natal é um ritual pagão, e nada tem a ver com o cristianismo.

29 de Novembro, 2013 José Moreira

As novas armas

Segundo leio na Internet, a justiça turca considera armas os “óculos de natação, capacetes de motorizada e outros equipamentos de proteção” quando estejam a ser usados em manifestações. Não sei porquê, mas cheira-me a deriva ditatorial, a que não será alheio qualquer tipo de demência religiosa. No entanto, vendo o problema pelo prisma dos governantes do país que aspira a entrar na UE, compreende-se: usar “equipamentos de protecção” quando o governo gasta provavelmente milhares de liras em “equipamentos de dispersão”, não faz qualquer sentido e só traz prejuízo para a economia. Que efeito terá uma cacetada na carola, se o destinatário usar capacete de motorizada? E qual o efeito do gás lacrimogéneo com o freguês a usar óculos de natação? Ou uma bala de borracha num coleta à prova de bala? É só desperdício.

Aliás, eu acho que se Maomé fosse vivo era dessa forma que determinava: toda a gente é obrigada a levar no focinho. Ou então, fiquem em casa a fazer as cinco orações.

 

15 de Novembro, 2013 José Moreira

Francisco ameaçado?

Segundo a comunicação social, o papa Francisco poderá estar na mira da Mafia. Ao que parece, os “padrinhos” não estarão satisfeitos por Francisco estar empenhado em combater a corrupção.

Agora, por favor, deixem-me ler a notícia ao contrário:

Que se saiba, nenhum dos papas anteriores a Francisco esteve na mira da Mafia por esta se sentir insatisfeita com o papal combate à corrupção.

Li bem?

10 de Novembro, 2013 José Moreira

As orações do Chico

O papa Francisco, Chico para os amigos, pediu orações e “ajuda concreta” para as vítimas do tufão das Filipinas. Vamos por partes.

Desde logo, julgo ser meu dever congratular-me por, finalmente, haver um papa que pede para rezar pelas vítimas da incompetência divina. Isto, claro, se exceptuarmos os restantes papas, que também terão mandado rezar.

As Filipinas são, provavelmente, o país mais fanático existente à face da Terra. É nas Filipinas que todos os anos há gente que se auto-flagela e, até, se faz crucificar, ad major Dei gloriam. Isso não impediu, no entanto, que o Hayian se tornasse autenticamente devastador, com cerca de dez mil mortos. São, realmente, insondáveis e ínvios os caminhos do Senhor. Poder-se-á perguntar “Mas o que tem Deus a ver com os tufões?” Não sei. Mas se dizem que foi ele que fez “isto tudo”…

Adiante.

Apesar de ateu, não deixo de me emocionar com as palavras de Francisco I. Claro que a idade já não ajuda, e o Francisco esqueceu-se de explicar em que sentido deviam ir as orações: para que o Hayian entre em função rewind e as casas voltem a ficar de pé, ao mesmo tempo que os mortos ressuscitam (dizem que já houve antecedentes, embora sem tufões)? Se não, rezar, para quê? Foi isso que faltou explicar.
Claro que o papa também fala em “ajuda concreta”. Julgo eu, que até nem sou intérprete das falações papais, que ele se queria referir a ajuda material. Por exemplo, dinheiro. Acho bem mas, como disse acima, sou eu a conjecturar. Por isso, e caso seja essa a intenção papal, eu sugeria que o Chico explicasse devidamente o que quis dizer na sua. Por exemplo, prosseguindo com um discurso do tipo “O Vaticano, embora sendo o menos estado do mundo, oferece $$$€€€, como exemplo a seguir pelos outros estados, e seguindo a doutrina de Cristo Nosso Senhor, que até disse ‘Deixa tudo e segue-me’.”

 

8 de Novembro, 2013 José Moreira

Por objectivos

Naquela aldeia havia dois homens, já velhotes, chamados Ambrósio: um era o padre, e o outro era taxista. O padre cumpria piamente a sua missão, espalhando a Palavra em constantes e intermináveis sermões e/ou homilias; o taxista também cumpria a sua missão de único “taxi driver” da aldeia, enfrascando-se quando não conduzia. Como resultado, cada vez que se sentava ao volante, a aldeia transformava-se num imenso r intenso susto colectivo.

Quis o destino, ou Deus, vá lá o Diabo saber, que os dois Ambrósios morressem no mesmo dia. E eis que se apresentam perante S. Pedro:

– Quem és tu?

– Sou o Ambrósio taxista.

– Entra, meu filho. Entra e cobre-te com um manto de ouro. E tu, quem és?

– Sou o Ambrósio padre.

– Entra, meu filho e cobre-te co um manto de burel.

O padre Ambrósio não se conteve:

– S. Pedro, há-de haver algum engano! Eu, que passei a vida a espalhar a palavra do Senhor, fico com um manto de burel, e o taxista, que se fartou de provocar ataques cardíacos com a condução desastrada e alcoolizada, leva o manto de ouro??? Não deveria ser ao contrário?

– Sabes, meu filho, isto já não é como dantes. Nós, agora, também trabalhamos por objectivos. Eu explico: enquanto tu pregavas, toda a gente dormia; enquanto o taxista conduzia, toda a gente rezava.

Palavras de salvação.

3 de Novembro, 2013 José Moreira

As piruetas do Chico

Depois de, numa atitude que mais não pretende do que o perpetuar do obscurantismo, a superstição e o recheio dos cofres do Vaticano, o papa Francisco ter tornado público o alegado manuscrito da alegada vidente contendo, refiro-me ao manuscrito, o alegado terceiro segredo de Fátima, eis que nos surpreende, refiro-me ao papa, com uma espécie de referendo acerca de temas tão fracturantes como o aborto, a camisinha, o casamento homossexual e outros que a névoa da memória, refiro-me à minha, não me deixa vislumbrar. Isto, claro, para além de outros sinais de querer manter o rebanho amarrado curto, que as penas do Inferno não são pêra doce.

Louva-se que se deixe à comunidade católica a decisão primeira acerca dos referidos temas, embora me restem legítimas dúvidas quanto à imparcialidade com que esses temas irão ser apresentados ao rebanho católico, mas isso já é outra conversa. Com efeito, os antecessores do Chico já tinham ideias formadas acerca do assunto, ou dos assuntos, para ser mais preciso,  certamente porque recebiam instruções directas do patrão com quem, certamente, tomavam o pequeno-almoço diariamente. E eis que outra questão se levanta: afinal, quem é que decide o que é pecado ou não, o que é contra ou a favor da vontade de Deus? É o próprio Deus, através do seu representante de serviço, ou seja, o papa de ocasião? Ou é o próprio papa, que interpreta, como só ele sabe, a vontade de Deus? Sendo assim, em qualquer dos casos, para quê a consulta às comunidades católicas?

Ou será que Francisco também já chegou à conclusão de que, afinal, passa-se bem sem um deus que, além do mais, até nem existe?