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NOVA REINCARNAÇÃO DO CARDEAL CEREJEIRA

Por

A. Horta PintoD.Clemente

Já conhecíamos a filosofia política do anterior Cardeal Patriarca José Policarpo, traduzida em aforismos tais como: “não se resolve nada contestando” e “Não vos revolteis!”.

Ontem tomou posse o seu sucessor, Manuel Clemente, num momento em que a sociedade portuguesa se encontra profundamente dividida entre a direita e a extrema direita, que querem à fina força recauchutar o atual governo, e o centro e a esquerda, que pretendem eleições antecipadas.

O novo Patriarca, logo no dia em que tomou posse, fez questão de tomar partido: rodeado de um grupo de jornalistas, declarou perante as câmaras das televisões que o atual governo tem legitimidade democrática e que a solução para a crise política deve ser encontrada dentro do atual quadro parlamentar. Nada de eleições, portanto.

Temos, assim, mais do mesmo: a Santa Madre Igreja como sustentáculo da direita reacionária.

Nada que não se esperasse. Mas se dúvidas houvesse em alguns espíritos mais ingénuos, Sua Eminência fez questão de as dissipar logo no primeiro dia.

O espetro do sinistro Cardeal Cerejeira continua pois a pairar sobre a igreja católica portuguesa.