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Mês: Março 2015

12 de Março, 2015 Carlos Esperança

O crime é o desígnio de Deus

10/3/2015 às 15h30

Estado Islâmico diz ter matado dois homens por homossexualidade e outro por blasfémia

BAGDÁ (Reuters) – Militantes do Estado Islâmico disseram nesta terça-feira ter matado dois homens por homossexualismo e outro por blasfêmia no norte do Iraque.

O grupo controla um extenso califado auto-declarado em partes do Iraque e da vizinha Síria, onde impõe uma visão ultra-purista do islamismo que rejeita como distorcida qualquer interpretação diferente da lei islâmica sunita.

Em um relato publicado na Internet, o Estado Islâmico mostrou um velho barbudo lendo diante de uma aglomeração de pessoas uma sentença de morte para dois homens acusados de homossexualismo e um terceiro acusado de amaldiçoar Deus.

Os acusados foram exibidos em três fotos separadas ajoelhados, vendados e com os braços atados nas costas, e um homem vestido de preto com uma grande espada sobre suas cabeças. Legendas nas fotos diziam que elas mostravam as execuções sendo realizadas.

Não havia fotos das decapitações propriamente ditas, mas na segunda e terceira imagens a espada parecia ensanguentada.

Outra imagem trazia dois jornais do dia 8 de março de um tribunal do Estado Islâmico em Nínive, província do norte iraquiano. Um jornal condenada um m à morte pela espada por blasfêmia, e o outro dizia que os dois homens acusados de homossexualismo devem enfrentar “o julgamento de Deus”.

Os militantes do Estado Islâmico também já atacaram muçulmanos xiitas, cristãos, yazidis e curdos em sua campanha de conversão nas áreas que controlam, matando centenas de adversários.

(Por Saif Hameed)

11 de Março, 2015 Carlos Esperança

A FRASE

É verdade que a emancipação da mulher a masculiniza, desprezando as características femininas, no esforço obsessivo de as provar capazes em jogos de homens.

(João César das Neves, talibã católico, in DN, pág. 8, hoje)

11 de Março, 2015 Carlos Esperança

Teísmo e ateísmo

Teísmo e ateísmo separam os que acreditam em deus (seja isso o que for) dos que não acreditam, enquanto o agnosticismo designa os que excluem a capacidade da razão para conhecer o sobrenatural não excluindo, conforme a postura perante a crença, uma orientação teísta (conhecimento pela fé!?), deísta ou ateísta.

O ateísmo é o inimigo que as Igrejas mais odeiam. Os infiéis sempre foram alvo da fúria beata, nas Cruzadas ou na jihad, mas os ateus suscitam o ódio mais violento dos dois monoteísmos mais extremistas – o cristianismo, e, sobretudo, o islamismo.

Só por curiosidade, vale a pena lembrar, a propósito, que a peregrinação a Fátima, em 13 de Maio de 2008, presidida pelo cardeal Saraiva Martins, foi realizada «contra o ateísmo». As peregrinações são ineficazes mas essa podia ter sido disfarçada em nome da fé e mascarar o carácter belicista contra o ateísmo. No mesmo ano, o patriarca Policarpo afirmou que «Todas as expressões de ateísmo, todas as formas existenciais de negação ou esquecimento de Deus, continuam a ser o maior drama da humanidade». Nem as pandemias, os cataclismos e as guerras constituem um drama maior ou, sequer, equivalente!

Os crédulos procuram sempre algo, cuja explicação se desconhece, para atribuir a deus. Este é o suspeito do costume para preencher todos os vazios, a justificação por defeito para todas as dúvidas, o pretexto para que os homens abdiquem da busca da verdade.

9 de Março, 2015 Carlos Esperança

Boa semana

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Riss – Charlie HebdoRéformer une religion est déjà un peu surréalisteautant essayer de réformer l’astrologiel’alchimie ou la pataphysique,
9 de Março, 2015 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

TERRORISTAS
Grupo terrorista ‘Boko Haram’ promete lealdade ao Islâmismo

Em áudio divulgado na página no Twitter dos rebeldes, suposto líder diz que ouvirá e obedeçerá grupo em todos os momentos

Grupo terrorista  'Boko Haram' promete lealdade ao Islâmismo

Por meio de sua conta no Twitter, o Boko Haram enviou ao mundo uma mensagem que parece confirmar uma temida aliança com o mais poderoso grupo terrorista no mundo. De acordo com o jornal “Huffington Post”, o grupo, que reivindica a fundação de um califado (Estado gerido pelas leis islâmicas) no norte da Nigéria, prometeu lealdade ao Estado Islâmico, responsável por espalhar o terror em uma vasta área que abrange partes dos territórios do Iraque e da Síria.

O juramento foi postado em forma de áudio na página do grupo no Twitter. Nela, um homem que se identifica como o líder do Boko Haram, Abu Bakr Shekau, oferece apoio ao Estado Islâmico e diz que os rebeldes que lidera os “ouvirão e obedecerão tanto nos tempos de dificuldades quanto nos de prosperidade”.

À agência de notícias Reuters, o porta-voz do governo nigeriano, Mike Omeri, afirmou que o áudio confirma uma preocupação antiga em relação aos laços do Boko Haram no exterior. “É por isso que apelamos para a comunidade internacional. Esperamos que o mundo acorde para o desastre que está se desenrolando aqui”, ressaltou ele.

As ações do Boko Haram na Nigéria vêm ocorrendo desde 2009, mas nos últimos meses foram se intensificando, chegando a ultrapassar as fronteiras do país, principalmente em direção a Camarões.

Especialistas afirmam que a propaganda do grupo passa a se assemelhar cada vez mais à do Estado Islâmico, grupo extremamente mediático que faz super-produções nas quais ameaça países ocidentais e exibe assassinatos de reféns por meio de decapitações e incêndios.

8 de Março, 2015 Carlos Esperança

A fé e a laicidade

O crepúsculo da fé acentua-se com as descobertas científicas, o aprofundamento das liberdades individuais e a progressiva secularização das sociedades democráticas. Ela mantém-se e exacerba-se em redutos com grandes constrangimentos sociais, fortemente dependentes do poder clerical, das hierarquias tribais e de regimes totalitários.

Carl Sagan, no seu livro «Um mundo infestado de demónios», lembra-nos que o abade Richalmus escreveu um tratado sobre os demónios, por volta de 1270. Os sedutores demoníacos de mulheres chamavam-se íncubos e os de homens, súcubos. Santo Agostinho acreditava que as bruxas eram o produto dessas uniões proibidas tal como a maioria das pessoas da antiguidade clássica ou da Idade Média.

Compreendem-se hoje as freiras que, num estado de confusão, viam semelhanças entre o íncubo e o padre confessor ou o bispo e que ao acordarem se sentissem conspurcadas como se se tivessem misturado com um homem, como escreveu um cronista do século XV (pág.126, ob. citada).

A fé a superstição confundem-se. Ainda hoje vemos crentes que rumam a Fátima e à Santa da Ladeira, deixando o óbolo em ambos os locais, sem dispensarem os conselhos de uma bruxa perante a adversidade.

Dir-se-á que hoje ninguém é molestado por comer presunto, trabalhar nos dias santos, desprezar os jejuns e os sacramentos mas isso só acontece onde o clero foi contido pelo poder político. É uma conquista da laicidade e não um direito outorgado pelas religiões.

7 de Março, 2015 José Moreira

O JURAMENTO

O juramento é uma tradição antiga. Não há tomada de posse que não tenha o seu juramento, seja do presidente da República, do primeiro-ministro ou do varredor camarário. Toda a gente jura. E, às vezes, até dá direito a benzedura – mas isso é outra conversa. Antigamente, funcionário público que tomasse posse tinha de manifestar o “activo repúdio pelo comunismo e todas as ideias subversivas”. Se, ao mesmo tempo, fizesse o “sinal da cruz”, tinha a promoção garantida. Hoje, felizmente, essa fórmula foi abolida, com largo benefício para a economia de tempo. Basta dizer que vai cumprir fielmente as funções que lhe são confiadas, e toda a gente acredita. Nem é preciso repudiar o comunismo, e está autorizado, a contrario sensu, a ter ideias subversivas. Bom, mas o juramento não existe apenas nas tomadas de posse; ele é largamente aplicado nos tribunais. As testemunhas e os peritos, pelo menos, são obrigados a prestar juramento. Hoje, o juiz pergunta “Jura dizer a verdade, só a verdade, nada mais que a verdade?”, numa redundância repetitiva incompreensível – pelo menos, para mim. “Só”, não é a mesma coisa que “nada mais”? Mas, mesmo assim, a coisa já está muito simplificada. Nos tempos de antanho, a fórmula era bem mais complexa, obrigando alguns mortais a complexos exercícios mentais. Por exemplo, num qualquer departamento da Polícia Judiciária o agente – Sr. Agente, faz favor! – perguntava: “Jura por Deus dizer a verdade, só a verdade e nada mais que a verdade?” ao que a testemunha respondia, invariavelmente “Juro”. “Nada disso”, tornava o funcionário; “tem que dizer tudo. Repita comigo: Juro por Deus…” e a testemunha: “O Sr Agente jura por Deus…” Mais tarde, julgo que já na “primavera marcelista”, a fórmula foi alterada. Os ateus começavam, timidamente, a mostrar-se e, perante a autoridade, iam dizendo: “…sabe, sr. Agente, eu não acredito em Deus, o juramento não tem valor…” E a testemunha passou a poder optar entre jurar por Deus ou pela sua honra. O que também dava azo a situações caricatas: “Jura por Deus, ou pela sua honra dizer a verdade…” ao que a testemunha respondia: “Sim senhor. Juro por Deus ou pela minha honra dizer a verdade…” Deus deixou de estar presente nos juramentos, provavelmente por se ter concluído que não fazia falta nenhuma. Aliás, nem nos juramentos nem em lado nenhum, mas isso é a minha opinião. Ou antes: deixou de estar presente nos juramentos em Portugal (pelo menos); porque, por exemplo, nos EUA, ele está sempre presente. Dá a impressão de que os americanos não são capazes de se desenrascar sozinhos, precisam de uma bengala. Vai daí, escolheram Deus, como podiam ter escolhido madeira de carvalho ou teca. Deus aparece em tudo quanto é sítio, até no dinheiro. É o lema dos Estados Unidos: “In God We Trust” (confiamos em Deus). Talvez para justificar a afirmação de que Deus está em todada parte”… tal como o Dólar americano, como sabemos. E está também no juramento da tomada de posse do presidente, já agora. Mas, aí compreende-se. Todos sabemos que os americanos são os tipos mais cagarolas do universo – para não dizer do mundo. Isto apesar de todo o potencial bélico. Por outro lado, não gostam muito de assumir as asneiras que fazem. Daí o precisarem de um bode expiatório. Deus está mesmo a jeito: não fala, não contesta, aceita as culpas… é como se não existisse. Por exemplo, George W. Bush invadiu o Iraque porque, segundo disse, Deus o aconselhou. Pronto. Se deu merda, a culpa é de Deus, e não se fala mais nisso. Por isso é que a fórmula de juramento dos presidentes dos EUA é extremamente cautelosa: “Eu, Fulano de Tal, juro blá-blá-blá…. assim Deus me ajude”. Ou seja: se não cumprir o juramento, foi porque Deus não ajudou. Está safo.