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Mês: Julho 2013

20 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Opus Dei não perde o controlo do Vaticano

O Papa Francisco foi buscar a ajuda de especialistas internacionais para realizar a sua reforma económica e administrativa do Vaticano, numa iniciativa para tentar conter uma série de escândalos que atingiu a Santa Sé no passado.

À frente da comissão composta por sete laicos, está um religioso espanhol da Opus Dei, num indício da influência do movimento na Igreja. O grupo se reportará diretamente a Francisco e conta-se que terá poder completo sobre a máquina vaticana.

19 de Julho, 2013 Carlos Esperança

AS NOVAS INDULGÊNCIAS DO PAPA FRANCISCO

AS NOVAS INDULGÊNCIAS DO PAPA FRANCISCO

Por

João Pedro Moura

A afirmação do papa Francisco de que concederia “indulgência plena” aos seus seguidores no Twitter, embora a troco de “terem feito a sua confissão a um padre, recebido a absolvição e participado da missa“ é uma incongruência teológica, que deita abaixo a auréola de seriedade e simplicidade que este papa já granjeou, para quem for  católico sério e analisar seriamente tal ideia…

Com efeito, o papa Francisco faz o que o papa Leão X fez, “in illo tempore”, que é o de transformar o “perdão dos pecados” num ato de tipo comercial: tu dás-me e/ou fazes o que eu quero; em troca dou-te a remissão dos pecados.

Isto é, mesmo o maior bandido e criminoso, que desse dinheiro à Igreja, no séc. XVI, recebia indulgência plenária, detraindo a necessidade religiosa e concetual do “arrependimento”, questão eminentemente do foro individual e de sinceridade do indivíduo.

Isto é, um qualquer indivíduo, seguidor do papa no Twitter, desde que diga que foi à confissão, que foi absolvido e que foi à missa, recebe “indulgência plena” do papa…

… Mas não a recebe, quem não seguir o papa no Twitter, ou porque não liga a essa rede, ou porque não sabe, mesmo que se sinta um sincero e devoto católico… de confissões e missas… e reconhecimento público e eclesiástico paroquiais…

A Questão das Indulgências, que o frade agostinho, Martinho Lutero, levantou, afixando “95 teses contra as indulgências” na porta da igreja de Wittenberg, na Alemanha, em 31 de outubro de 1517, traçou a linha demarcativa, que levaria ao maior cisma da Igreja, até hoje: a Reforma Protestante.

E a Questão das Indulgências foi o mote dessa crise fundamental.

Com efeito, o papa Leão X, promoveu a venda de indulgências, a partir de 1515, na Alemanha do norte, a troco de dinheiro para a construção da basílica de S. Pedro, em Roma.

Lutero, uma daquelas pessoas muito sinceras na sua devoção e avessas a situações de corrupção ideológica e material, detetou logo a incongruência entre tal venda e a “salvação da alma”.

A tese fundamental de Lutero, nessa matéria, é a de que o indivíduo se salva pelo arrependimento sincero e vontade de se corrigir e não por uma aquisição de perdão, ainda por cima conseguido por dinheiro…

O que o papa Francisco quer estabelecer agora, é uma recorrência da essência da atitude papal de outrora: conseguir não já dinheiro, mas o apoio de seguidores duma rede social, desde que cumpram formalidades de missas e confissões, recebendo tais sequazes, em troca, uma “indulgência plena”, diferenciando-os, numa situação discriminatória e arbitrária, de todos aqueles católicos que, mesmo sem seguirem o papa no Twitter, são devotos do papa e do catolicismo.

Com esta atitude, o papa Francisco, determina categorias de remissão dos pecados e, consequentemente, de crentes, não pela aplicação teológica do conceito de arrependimento e de fé salvífica, mas sim pela mera e formal inscrição numa rede social informática.

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A cobrança de indulgências, no séc. XVI,

pela Igreja católica visava arranjar dinheiro para a

construção da basílica de S. Pedro, em Roma,

durante o papado de Leão X (1513-1521)

Eis alguns extratos significativos da argumentação teológica de Lutero contra as indulgências papais:

“1. Dizendo nosso Senhor e Mestre Jesus Cristo: “Arrependei-vos” etc., certamente quer que toda a vida dos seus crentes na terra seja contínuo arrependimento.

2. E esta expressão não pode e não deve ser interpretada como referindo-se ao sacramento da penitência, isto é, à confissão e satisfação, a cargo do ofício dos sacerdotes.

5. O papa não quer e não pode dispensar outras penas, além das que impôs ao seu alvitre ou em acordo com os cânones, que são estatutos papais.

6. O papa não pode perdoar dívida senão declarar e confirmar aquilo que já foi perdoado por Deus; ou então faz nos casos que lhe foram reservados. Nestes casos, se desprezados, a dívida deixaria de ser em absoluto anulada ou perdoada.

21. Eis porque erram os apregoadores de indulgências ao afirmarem ser o homem perdoado de todas as penas e salvo mediante a indulgência do papa.

27. Pregam futilidades humanas quantos alegam que no momento em que a moeda soa ao

cair na caixa a alma se vai do purgatório.

28. Certo é que no momento em que a moeda soa na caixa vêm o lucro e o amor ao dinheiro, cresce e aumenta; a ajuda porém, ou a intercessão da Igreja tão só correspondem à vontade e ao agrado de Deus.

32. Irão para o diabo juntamente com os seus mestres aqueles que julgam obter certeza de sua salvação mediante breves de indulgência.

35. Ensinam de maneira ímpia quantos alegam que aqueles que querem livrar almas do purgatório ou adquirir breves de confissão não necessitam de arrependimento e pesar.

36. Todo e qualquer cristão que se arrepende verdadeiramente dos seus pecados, sente pesar por ter pecado, tem pleno perdão da pena e da dívida, perdão esse que lhe pertence mesmo sem breve de indulgência.”

Martinho Lutero, “95 Teses contra as Indulgências”

http://www.arqnet.pt/portal/teoria/teses.html

18 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Informação mais completa

Segundo informação de Leopoldo Pereira:

Igreja Católica aposta cada vez mais nas novas tecnologias para manter ligação com fiéis
Os católicos já não precisam de ir ao Vaticano para receberem o perdão do Papa. A partir de agora, os seguidores da conta @pontifex no Twitter vão receber os perdões ao pecado através da rede social.

As “indulgências 2.0” chegam na altura em que os jovens que não puderam participar na Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer no Brasil, e onde o Papa vai estar têm uma outra forma de manter contacto com o chefe máximo da Igreja Católica.

Sobre esta novidade, o presidente do Pontifício Conselho para a comunicação social disse: “Não se obtêm indulgências como se consegue um café de uma máquina de venda automática”. Para que o perdão exista, os «tweets» e imagens partilhados pelo Papa Francisco do encontro no Brasil têm que produzir um efeito espiritual genuíno no coração das pessoas”.

A obtenção de indulgência através do Twitter foi aprovada e decretada pela Penitenciária Apostólica no dia 24 de Junho. No final de Abril, o Papa contava já com seis milhões de seguidores na rede social.

17 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Basta que lhe liguem importância

 

Foi divulgado que o Papa Francisco perdoará os pecados a quem acompanhar a sua viagem ao Brasil no twitter,

17 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Vaticano – Sob a bênção de Deus e a vigilância da polícia

Ex-chefe de contabilidade do Vaticano continuará preso

A Justiça da Itália determinou no sábado (13/7) que continue detido na prisão de Regina Coeli, em Roma, o monsenhor Nunzio Scarano, detido no final de junho sob a suspeita de servir como “laranja” para transferências entre o banco do Vaticano (IOR) e contas no principado de Mônaco.

Scarano foi acusado de tentativa de lavagem de dinheiro e corrupção, entre outros crimes, e seus advogados pediam que ele fosse liberado para poder celebrar missas. As informações são do portal Terra.

16 de Julho, 2013 Carlos Esperança

Deus nunca fez falta no Vaticano mas o dinheiro sim

O Vaticano e o pecado da usura

O papa Francisco participou, dia 10, da primeira reunião do comitê que investiga negócios obscuros do Instituto para as Obras da Religião (IOR), o Banco do Vaticano. Os problemas multiplicaram-se desde que o papa criou o comité, em 26 de junho último.

No dia 28, um clérigo ligado à instituição foi preso por ajudar a contrabandear para a Itália 20 milhões de euros (26 milhões de dólares) vindos da Suíça. Alguns dias depois, dois dos principais gerentes do banco renunciaram em meio a uma investigação de lavagem de dinheiro.

15 de Julho, 2013 David Ferreira

Quando os cães se calam

Não, hoje prometo não açoitar demasiado a abominável lambisgoia de sacristia que deambula existencialmente entre a base do altar e a pia de água benta, num puro reflexo condicionado. Com o excesso de calor, a consistência das neves vai-se derretendo aos poucos até à desidratação mental.

No seu sermão hebdomadário, o luminar abominável translada o seu paliativo fluxo salivar, que o aroma a hóstia faz efervescer, para a língua afiada dos cães raivosos, esses indigentes rafeiros que o infortúnio permitiu multiplicar no anonimato das tabernas, entre minis sempre poucas, dietéticos pires de tremoços e interjeições catárticas endereçadas aos políticos alternantes e seus respetivos familiares. Segundo o abominoso escriba, estes canídeos excedem largamente em produção de perdigotos o que lhes falta em armazenamento de grãos de sabedoria.

O abominável não convive bem com quem se manifesta desagradado pelas miseráveis condições económicas em que nos encontramos, muito à semelhança de alguns Cardeais da nossa praça. Tanto, que vai ao cúmulo de escrever um artigo onde critica o crítico comum. Não o crítico credenciado, o avençado dos Órgãos de Manipulação Social, mas o crítico comum, o Zé da esquina, a Maria do canto, os que falam muito acerca de tudo sem perceberem um pouco acerca de coisa alguma.

Reconheço que ainda tive uma réstia de esperança de ler um comentário da sua parte, por muito lacônico que fosse, ao Reality Show encenado pelas elites governamentais durante a tomada de posse do novo Cardeal patriarca de Lisboa, onde as palmas e as luzes ofuscaram literalmente a propalada doutrina da igualdade entre os homens e do amor aos pobres. Os vendilhões do templo anteciparam-se à chegada de Sua Eminência Reverendíssima, não montado em burro, mas em topo de gama (há que acompanhar os tempos) e montaram um verdadeiro espetáculo de auto veneração a que não faltou a merecida benzedura. Mas não. Não se morde a mão que nos alimenta.

Diz então o soporífero opinante que “Quanto menos se sabe de um assunto, mais se fala dele; e a veemência cresce com a incerteza e a insegurança”. Diz e eu não sei o que dizer à laia de comentário. E continua, estimulado por anos de dedicação extremosa aos dois poderes que adula: “Quando alguém sofre, para mais injustamente, as suas palavras ganham peso especial. Por isso os maiores disparates passam por sabedoria na boca de vítimas.” Zzzzzz…

Acordei já no fim do ominoso artigo ao som de uns longínquos e acanhados latidos: “Nos momentos difíceis, as pessoas sentem uma irreprimível necessidade de falar, normalmente com mais veemência do que juízo. A vantagem desta compulsiva ânsia de dizer disparates é que cão que ladra não morde.”

Foi nesse momento que tive uma epifania! Ouvi bem ouvido, com estes olhos que bem leram o que li, um grito de angústia a cruzar a tarde soalheira:

– Tirem-me os pregos! Tirem-me os pregos!

15 de Julho, 2013 Carlos Esperança

O HETERONIMISTA METASTÁTICO

Por

João Pedro Moura

1- O heteronimista metastático (doravante designado, abreviadamente, por h.m., para lhe fixar um nome de jeito…) gosta muito de se disfarçar de heterónimos vários e renovados, a fim de se acolher num anonimato, donde se possa exprimir em aparentes e várias personalidades, intrujando o livre debate e dando falsas mostras de várias pessoas a participar no mesmo, supostamente unânimes na crítica aos ateus, indiciando, aos incautos, que haveria uma bateria de mastins, crédulos e ladinos, a fustigar constantemente o Diário de Uns Ateus…

Metastático, porque tais desdobramentos de personalidades fazem lembrar um cancro espalhado em focos, aparecidos aqui e ali, tentando estragar o tecido da convivência cordial e pacífica, com a sua torrencial e verbosa insolência, sempre vituperiosa e pertinazmente acometedora…

2- O h.m., como religionário, aparenta não ter igreja, mas também não critica nenhuma, antes se especializando nas diatribes constantes contra os ateus, qual profissional dedicado, mas obsessivo, em laia de lapa, segregando escorrências religiosas e informes, sem igreja que o acolha, mas acolhendo-se na sua capelinha privada, por si construída e de ritual próprio, supostamente reclamando-se da casa-mãe bíblica, mas ufanando-se de poder escolher o que acha convinhável do ementário geral, preterindo o demais…

… Como se os textos sagrados da casa-mãe divina, como se o seu deus, os seus profetas, messias e outros insignes corifeus da “boa nova” fossem, a partir do momento que a pessoa se lhes religa, meros textos opinativos e concetuais, à mercê de cada um, e não a seguir tudo escrupulosamente, como diretivas divinais, portanto, do único, do infalível, cultivadas no jardim da celeste corte…

3- O h.m., no seu antiateísmo obcecado, mais do que no seu depauperado e incongruente ideário religioso, pensa que os ateus têm algum dirigente carismático e tutelar a seguir, a criticar, a concordar ou discordar, à semelhança, quiçá, do seu deus e do seu ectoplasma messiânico, para os quais, de resto, o h.m. se está marimbando, pois que nem sequer consegue articular 1, 2, 3 preceitos cristãos que ele diga assumir e praticar, nem  consegue indicar 4, 5, 6 ideias/conceitos do seu deus e patentes na Bíblia, que interessem para a humanidade…

… O que nem sequer varia muito da multidão de religionários de fancaria, alguns deles ditos “não-praticantes”, como se um não-praticante duma doutrina pudesse ser adepto da mesma…

4- Mas, enfim, desde o patriarca Miguel Cerulário e, sobretudo, desde Martinho Lutero e, mais modernamente, desde Joseph Smith e sua “Latter-Day Saints” e Charles Russell e sua Watch Tower Society, tudo vale e a interpretação da casa-mãe bíblica é livre, sem que o All-MIghty God apareça e defina os seus retos e inequívocos caminhos…

Até lá, teremos de aturar toda a religiofauna terráquea, mais as suas desvairadas e incongruentes ideias, de que a nossa mascote, o heteronimista metastático (h.m., para os inimigos…), é um extravagante e desconcertante “caso de estudo”…

São como canídeos errantes, à procura de tassalhos religiosos que possam rilhar e assimilar, ou procurando aconchego em casa mais acolhedora, mas onde possam rosnar sempre, com a sua insolência persistente e inamistosa, enquanto evocam, vaga e hipocritamente, o Lucas evangelista e o seu “amor aos inimigos”…

5- Valha-lhes S. Roque, que é o padroeiro dos cachorros sem coleira…