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  • 16 de Agosto, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

Usos e imposições pias (2)

Por

Carpinteiro

Nas piscinas públicas tem havido pedidos por parte de associações muçulmanas, para que instituam horários especiais reservados às mulheres.
Algumas jovens não usam apenas o véu islâmico, também se recusam a participar nas aulas de educação física, a assistir às aulas de ciências ou de educação sexual e pedem para sair da classe a fim de fazerem a prece regulamentar ou o jejum ostensivo durante o Ramadão – exigências em nome da “liberdade religiosa”. Algumas alunas chegam ao exagero de se apresentarem aos exames escolares com o véu, dificultando a sua identificação
Ginecologistas informam que, nos últimos anos, mulheres muçulmanas requisitam “certificados de virgindade” para oferecerem como prova de castidade e pureza, a potenciais parceiros matrimoniais.

O problema da laicidade na República Francesa não se limita às escolas. Ele está presente nos hospitais e em várias administrações públicas. Assim, algumas mulheres muçulmanas, acompanhadas pelos maridos, recusam serem atendidas por médicos do sexo masculino, mesmo em caso de emergência e de uma intervenção cirúrgica, quando não há médicas disponíveis. Os maridos são intransigentes e muitas vezes agressivos.

Na realidade o que está em jogo transcende a questão escolar e o uso do véu islâmico. Neste caso especial, são as relações entre os sexos, em particular a posição da mulher, que estão por trás dessas tradições religiosas. É a igualdade de sexos que está subjacente às polémicas. E são, sobretudo, os extremistas religiosos que se opõem à aplicação da laicidade na República.

O laicismo pauta-se pela tolerância, pela aceitação, pelo respeito ao outro, diferente e ao mesmo tempo igual em deveres e direitos. O verdadeiro laicismo garante a liberdade de crença. Ele protege-se contra o fanatismo dos radicais. Protege a mulher contra as medidas de repressão e de submissão. São os extremistas de todas as religiões que combatem o laicismo e temem a democracia.

O nosso principal inimigo não é Bin Laden nem Al Zarqaui, mas sim o Corão, o livro que os intoxicou.

«…a partir do momento em que os povos se lembraram de fazer Deus falar, cada qual o fez falar à sua maneira, fazendo-lhe dizer o que quis» (Rousseau)