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  • 30 de Julho, 2008
  • Por Carlos Esperança
  • Religiões

A persistência da fé

 

As religiões são as únicas empresas isentas de limites à publicidade e sem um código deontológico. Podem agarrar em lactentes e proceder a uma cerimónia que os torna propriedade da religião, perpetuando tradições a que os constrangimentos sociais impedem a libertação.

O silêncio dos crentes assemelha-se ao das vítimas de burla ou de violação que, por vergonha, calam a desgraça. O conto do vigário e a homilia são truques que os padecentes ocultam. E não vale a pena imaginar o que se passa no silêncio dos confessionários, uma arma ao serviço da ICAR e da manutenção do poder.

A liberdade é o pior inimigo da fé. A neutralidade do Estado em questões religiosas, uma obrigação dos países civilizados, leva ao progressivo afastamento dos templos e à emancipação dos dogmas. O fanatismo só persiste onde a repressão do Estado, da sociedade, ou de ambos, se manifesta com violência.

A Europa aproveitou a democracia para se afastar dos templos e se libertar das sotainas. O Inferno deixou de povoar os terrores nocturnos das crianças nascidas de pais civilizados e o medo dos castigos divinos não ultrapassa a eficácia dos artifícios para que os meninos comam a sopa.

Um extenso inquérito realizado em países islâmicos, onde o terror de deus oprime os homens, revelou que o que mais apreciavam os inquiridos no Ocidente era a liberdade religiosa. Imagine-se o grau de violência a que estão submetidos para fazerem jejum, rezarem as orações e mijarem para o lado contrário a Meca.  

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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