20 de Junho, 2004 André Esteves
Saímos do poço da gravidade

É amanhã!
Amanhã, Burt Rutan e os seus astronautas de oficina irão cuspir na face dos deuses do «Não somos capazes».
Amanhã, o espaço volta a ser uma fronteira da iniciativa de todos.

É amanhã!
Amanhã, Burt Rutan e os seus astronautas de oficina irão cuspir na face dos deuses do «Não somos capazes».
Amanhã, o espaço volta a ser uma fronteira da iniciativa de todos.
A Concordata, recentemente assinada por Portugal, foi o aborto praticado por aqueles que se obstinam a combater a despenalização. Temos de estar atentos à influência nefasta da ICAR e ao potencial de perversidade deste papa decrépito.
À medida que aumenta entre os vivos o número de pecadores, JP2 descobre entre os mortos cada vez mais santos. Com tantos intermediários dedicados à intercessão divina torna-se difícil, para os crentes, uma audiência a sós com Deus. E entre os intermediários, promovidos a beatos e santos, não faltam biltres da estirpe de Pio IX ou Josemaria Escrivá de Balaguer. Muitos deles, para além dos honorários que renderam ao Vaticano, foram a moeda para subornar o beatério dos países aliciados para tentarem contaminar a Constituição Europeia com referência explícita ao cristianismo. A vontade do confronto com as outras religiões está na sua natureza. Tal como na fábula da rã e do lacrau, está na natureza do papa a necessidade de segregar veneno.
Os chefes de Estado e de Governo que aprovaram a Constituição Europeia resistiram à chantagem do último ditador europeu.
O Vaticano lamenta a ausência de “raízes cristãs” na Constituição europeia.
O catolicismo é um cristianismo que resistiu, por entre leiras de batatas e regos de couves, à modernidade. Continua a alimentar superstições rurais com capatazes de batinas negras, com ou sem tonsura, que, várias vezes por dia, anunciam as penas violentas que aguardam no Inferno os desgraçados que recalcitrem.
A sequela do filme «A Paixão do Cristo», já está na calha…
Pode ver aqui o trailer. (Em inglês)

Do Dicionário da Porto Editora:
Superstição: desvio do sentimento religioso que consiste em atribuir a certas práticas uma espécie de poder mágico, ou pelo menos uma eficácia sem razão; crença, essencialmente uma crença religiosa sem fundamento; crendice; por extensão, importância ou ou confiança excessiva, quase “religiosa” atribuída a certas coisas.
Se ao menos as crenças religiosas tivessem algum fundamento válido, elas não eram meras superstições…
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História do Ateísmo, por George Minois ISBN: 972-695-572-6 Foi com imenso prazer que vi publicado, pela Editorial Teorema, a «História do Ateísmo». A tradução e edição foram patrocinados pelo Ministério Francês da Cultura e Comunicação. Como ateu e português, agradeço esse generoso acto à República Francesa. Imagino, que este apoio poderá levar, alguns espíritos mais crentes, a maldizer a edição, como obra de propaganda da terrível franco-maçonaria ateia! A mim como ateu, cujos aventais só conheço os da cozinha, só me restaria comentar: E a alternativa? Seria a ignorância da história do ateísmo, um bem? O crente necessita da ignorância do mundo. Por mais que se manifeste publicamente como é lido e sofisticado, nunca deixará de ver o mundo, por detrás dos óculos coloridos da fé, do seu medo e da lealdade ao seu grupo. Recomendo vigorosamente, ao crente a leitura desta obra. Ficará certamente surpreendido. O crente liberal de hoje é um «ateu» do passado. Aos meus companheiros ateus, reitero a recomendação. Por esta obra, descobrimo-nos herdeiros de uma mundivivência com mais de 3000 anos. Somos um fio que une a humanidade, no seu melhor, na maioria das culturas humanas, presentes e passadas. Chegamos ao ateísmo vindos de muitos lados. Convém ter um mapa, para encontrarmos os nossos companheiros de viagem e reconhecermos a paisagem. Este livro é nesse aspecto satisfatório. Sugiro que convença a sua biblioteca mais próxima, a ter uma cópia disponível. O que não gostei no livro? Primeiro o preço. É elevado. Segundo, é um autêntico tijolo. Mais de 700 páginas. Imagino que uma edição em papel bíblia estaria fora de questão (A República Francesa, apesar dos seus rendimentos não conta com o dízimo de crentes, e o ateísmo não conta com a generosidade dos editores). Creio que é um preço a pagar, pela extensão do assunto. Terceiro, uma certa generosidade na contribuição gaulesa à história do ateísmo. Embora natural, num autor francês e pela importância real das contribuições do espírito das luzes e da revolução francesa ao pensamento ateu, faltam pormenores do ateísmo inglês e italiano, bem como de outras culturas ateias não ocidentais, que seriam de utilidade para o leitor. De qualquer maneira, este leitor aceita o compromisso. Extremamente interessante, é também o último capítulo do livro. O autor procura fazer um sumário do estado do ateísmo hoje. Vi-me surpreendido, por ter chegado a conclusões similares. Paradoxalmente, o nosso fracasso é o nosso sucesso. Além disso, propõe que há forças que se erguem, que são maiores que a crença e a descrença. E mais não digo. |
Como prometido pelos mujaidine foi decapitado o refém norte-americano Paul Marshall, segundo declaração assinada pela Organização da Al-Qaeda na Península Arábica.
À tomada do refém, junta-se a crueldade do assassinato e a brutalidade da decapitação. Os facínoras não são meros bandidos em busca da sobrevivência, são beatos que lêem o Corão, rezam cinco vezes ao dia, fazem jejuns e adoram fanaticamente Alá.
O livro sagrado é um insulto aos mais elementares direitos humanos e os crentes são feras que só pensam no Paraíso.
Nunca percebi a fúria de morte que os crentes de um deus nutrem contra os crentes de outro deus, ou contra os que pensam que deus está a mais num mundo que se quer livre, fraterno e pacífico.
Estes actos de barbárie são obscenos e interpelam as pessoas civilizadas para o combate cultural que é preciso travar contra o obscurantismo, a superstição e a fé.
O Deus dos cristãos divertia-se com as fogueiras e diversas formas de tortura. O Alá dos muçulmanos tem um gosto perverso nas lapidações e decapitações.
É urgente pôr termo ao sofrimento que as religiões provocam.
As agências noticiosas anunciaram, há poucas horas, o acordo obtido em Bruxelas sobre a Constituição Europeia.
Desejando que seja omissa em referências religiosas, saúdo a nova Constituição e faço votos para que estejamos no dealbar de uma nova época de paz, prosperidade e tolerância, num continente onde o direito de não ter religião, ou de ter qualquer uma, seja uma realidade para todos os cidadãos.
Espero que, definitivamente, se apague a memória das lutas religiosas que dilaceraram a Europa e fizeram milhões de mortos.
É a Europa laica e democrática que eu saúdo, onde a última ditadura de um minúsculo Estado – o Vaticano – não terá a força suficiente para impelir os povos para novas cruzadas nem para restabelecer novas inquisições.
«O padre José Maria Cortes assumiu a responsabilidade de construir duas igrejas em Alverca e Sobralinho no valor de 4,5 milhões de euros. O sacerdote, que tentou ser toureiro e jogou rugby, conta com uma equipa de assessores e dezenas de cristãos que o ajudam a enfrentar os desafios.» – lê-se em O MIRANTE, um jornal que me chega pela mão piedosa de um amigo (Manuel Maça) cujo interesse pela cultura o não distrai dos assuntos piedosos.
«A Igreja dos Pastorinhos, na Quinta das Drogas, em Alverca terá 500 lugares sentados. O edifício de seis pisos, contempla uma cave, aproveitada para 49 garagens que estão a ser vendidas a bom ritmo e a preços que variam entre os 15 mil e os 20 mil euros.»
Deixo estas informações para os ateus que pretendam ainda comprar uma garagem na nova igreja, sem que o preço contemple indulgências ou facilidades de estacionamento futuro da alma na mansão da entidade patronal – o Paraíso.
Tenho seguido com algum interesse, ao longo dos anos, as tentativas de procriação dos pandas. São animais originários da China e além de «fofinhos», têm algumas características interessantes, evolucionariamente falando1. O animal até se tornou um símbolo nacional da República Popular da China. O grande problema dos pandas é que estão a extinguir-se. E pelas razões mais estranhas: não têm apetite sexual.
No entanto, neste último ano houve um grande avanço. Descobriu-se que os pandas aprendem o acto sexual visualmente e ficam excitadíssimos com vídeos de outros pandas a fornicar.
Quem diria? Assim, neste momento, está a verificar-se uma explosão de nascimentos de pandas, graças a alguns vídeos caseiros.
Se para os pandas é natural, por que não o é para nós?
Já se perguntaram por que «Deus nos deu» um polegar oponível? Alguém imagina como é que um animal de quatro patas se masturba? Só o conseguem fazer, encontrando uma qualquer superfície conveniente ou estimulando-se oralmente.
Enquanto nós, por cá… Alguém já visitou a aldeia dos macacos no Jardim Zoológico de Lisboa?
1 – O polegar do Panda – Stephen Jay Gould – ISBN: 972-662-151-8
P.S -> Agora, são os gorilas… Também andam a ver pornografia.
Agora temos o Vaticano a juntar-se aos revisionistas nazis e aos estalinistas negacionistas. Claro que, com a influência que a ICAR tem acumulado ao longo dos anos, no mundo académico, tudo tem um ar muito mais sério e de autoridade.
Podemos esquecer os princípios que regiam os tribunais da Inquisição: Culpado até provado inocente.
E dos métodos eficazes de que se fazia valer… Alguém sabe o que é uma roda, uma cadeira de Judas ou uma dama de ferro?
Quanto a tudo isto, só posso dizer:
As cópias que o Vaticano deveria ter nos seus arquivos históricos, atingem 4 mil, em comparação aos aproximadamente 24 mil processos que estão na torre do Tombo. Para alguma coisa ainda serve a incompetência lusa a eliminar ficheiros…
De qualquer maneira, compare as notícias:
The Guardian, The Telegraph, The Seattle Post-Intelligencer, The Scotsman (Em inglês)
Diário de Noticias (Em Português)
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.