22 de Julho, 2009 Carlos Esperança
Insuportável proselitismo
Cristãos paquistaneses ameaçados: Conversão ou morte
Uma carta dirigida a várias entidades cristãs aconselha-os a abandonar a sua fé, abraçar o Islão e pagar um elevado valor, ou morrer.
Uma carta dirigida a várias entidades cristãs aconselha-os a abandonar a sua fé, abraçar o Islão e pagar um elevado valor, ou morrer.
Um grupo de 13 mulheres foram chicoteadas até 40 vezes por usar calças no Sudão, país onde a lei islâmica é aplicada em grande parte do território. Entre as condenadas contam-se mulheres cristãs a quem a lei tradicionalmente não se aplica,
Um grupo de extremistas islâmicos, ligado à Al Qaeda, decapitou esta Sexta-feira sete cristãos da Somália, acusados de serem “espiões”.
O respeito que todos os crentes devem merecer-nos não pode ser alargado às crenças. As pessoas são dignas de respeito, consideração e solidariedade independentemente da responsabilidade penal pelos crimes que cometem.
Se as crenças ferem princípios humanistas e civilizacionais devem ser combatidas e os regimes despóticos, sustentados por elas, devem ser derrubados.
As guerras religiosas e a crueldade fanática são velhos fenómenos que ensanguentaram a Europa até que o Iluminismo, a Revolução francesa e a secularização lhes puseram termo. O direito à liberdade religiosa não foi dado por qualquer religião, foi conquistado contra a vontade das Igrejas. O próprio catolicismo, depois de um longo processo de secularização e de lhe ter sido imposta a separação do Estado, só viria a reconhecer a liberdade religiosa com o concílio Vaticano II, que os fundamentalistas se esforçam por esvaziar de conteúdo.
A decapitação de cristãos na Somália choca pelo horror da crueza, a demência prosélita e a alienação provocada pelo ódio.
O mundo civilizado deve exigir às ideologias religiosas o mesmo comportamento que às políticas. O pluralismo é uma exigência ética e civilizacional. Matar por ódio sectário e querer converter os outros ao seu deus, pela violência, são fenómenos que urge erradicar.
Para pôr cobro a estes crimes, que se repetem com impiedosa regularidade, não se devem exigir referências confessionais nas Constituições dos países, deve exigir-se que a liberdade de crença, descrença e anti-crença seja reconhecida e defendida pelos países civilizados.
É preferível viver sem um mínimo de fé do que morrer com excesso dela.
Quem poderá negar aos cristãos decapitados a sua solidariedade e aos fundamentalistas que os executaram um julgamento rigoroso?
Poder no Irão voltou a ser desafiado nas ruas
Ataques de milícias islâmicas insurgentes forçaram 200 mil moradores da capital da Somália a fugir de suas casas desde Maio. Segundo informações da ONU e da organização Médicos sem Fronteiras, divulgadas nesta terça-feira, os intensos combates entre militantes islâmicos e tropas do governo transformaram Mogadício em uma cidade fantasma.
O ataque à bomba contra a catedral de uma cidade do Sul das Filipinas é mais uma manifestação de intolerância, proselitismo e violência religiosa.
A confirmar-se a autoria da guerrilha independentista islâmica – como é referido pela polícia – é a reincidência no nacionalismo vesgo e o espírito totalitário que são apanágio das religiões.
O Papa perguntou, quiçá de forma retórica: “quando é que os homens vão aprender que a vida é sagrada e que só pertence a Deus”? Não tendo a sua Igreja tradição exemplar na defesa da paz e do pluralismo dificilmente compreenderá que é exactamente o conceito de pertença que leva o deus de cada um a exigir que se tire a vida a quem insiste em ter um deus diferente.
Já no ano passado a Frente Moro de Libertação Islâmica, em reacção a uma decisão judicial, ocupou aldeias de maioria católica e provocou centenas de mortes. Este é o ódio sectário de quem não se satisfaz com o deus em que acredita e que exige a conversão alheia, numa raiva beata que alastra e corrói a paz.
Neste caso são as vítimas católicas que merecem a solidariedade dos países laicos e democráticos enquanto o fascismo islâmico é réu do proselitismo demente que embrutece os crentes com promessas de rios de mel doce e dezenas de virgens à espera no Paraíso.
Qualquer código penal devia prever como factor de agravamento de pena a motivação religiosa dos crimes. Para isso é preciso que a laicidade se aprofunde e a separação das Igrejas dê lugar a Estados laicos.


Fotografias tiradas durante a manifestação de
«A Religião e a Paz» recentemente celebrada pela
comunidade muçulmana em Londres.

Fotografia tirada durante a manifestação de «A Religião e a Paz» recentemente celebrada pela comunidade muçulmana em Londres.

Fotografia tirada durante a manifestação de «A Religião e a Paz» recentemente celebrada pela comunidade muçulmana em Londres.
A propagação e solidificação da fé são os principais objectivos do encontro anual do movimento de pregadores islâmicos Tabligh Jamaat. Reunião decorre até domingo, 5 de Julho.
(…)
O Tabligh Jamaat tem sido referenciado a nível internacional como estando infiltrado por facções mais radicais do islamismo. Mas, os responsáveis portugueses do movimento têm garantido que se trata de um grupo «tolerante e pacífico». O movimento está presente em Portugal desde 1979, no seio da comunidade islâmica portuguesa.
Comentário: Apesar da origem da fonte.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.