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2 de Outubro, 2006 Palmira Silva

Eleições presidenciais no Brasil

Geraldo Alckmin, o tal que é filho do primeiro supranumerário do Brasil e ele próprio pelo menos com fortes ligações à Opus Dei, teve um resultado nas eleições presidenciais que superou todas as previsões.

Assim, os resultados oficiais divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que dos votos validamente expressos Lula da Silva ficou-se por 48.61% e Alckmin obteve uns inesperados 41.64%, garantindo assim uma segunda volta.

A possível segunda volta foi anunciada no fecho das urnas pelo locutor da Globo que informou ser esse o cenário indicado pelas sondagens à boca das urnas.

1 de Outubro, 2006 Carlos Esperança

O Papa Bento XVI protege a pedofilia

O Sapatinhos Vermelhos, que publicamente tem a obsessão da castidade, desempenhou um papel primordial no encobrimento dos crimes de pedofilia praticados por padres católicos.

Segundo um documentário da BBC, Sexo, Crimes e o Vaticano, exibido esta noite na TV aberta britânica, o texto impõe um «juramento, em que a vítima, o acusado e eventuais testemunhas se comprometem a manter sigilo absoluto sobre o caso».

Segundo este documento a quebra do juramento levaria à excomunhão.

É o costume. Já aconteceu com João XXIII.

1 de Outubro, 2006 Carlos Esperança

Bento XVI e a tolerância

A Igreja não obriga ninguém a acreditar no Evangelho, segundo afirmou B16 ao novo embaixador da Alemanha no Vaticano.

É possível que assim seja pois o próprio Papa, por cultura e inteligência, certamente não acredita. O problema é que obriga a que se creia na Igreja católica o que é ainda pior.

Os mais desatentos hão-de julgar que a ICAR renunciou à violência e se converteu à democracia, que respeita as democracias, aceita o pluralismo e renega o proselitismo.

Nada disso. Em Timor o bispo Ximenes Belo proibiu o uso da pílula. Há pouco, os dois bispos actuais promoveram manifestações contra o Governo eleito e opuseram-se a que o ensino da religião passasse a ser facultativo, como determina a Constituição.

Derrubaram o Governo e a disciplina de Religião Católica voltou a ser obrigatória.

Em Espanha, A ICAR até o primeiro-ministro queria obrigar a ir à missa papal.

A América do Sul, sofre a opressão religiosa, sobretudo do Opus Dei, que se opõe com violência ao planeamento familiar, ao divórcio e à legislação sobre a IVG.

O defunto Papa JP2 foi amigo dos mais sinistros ditadores e chegou a interceder por um assassino e ladrão de nome Augusto Pinochet.

Talvez a ICAR tenha desistido, por vergonha, de obrigar a acreditar no Evangelho mas não renunciou a impor os dogmas e, quando pode, a exibir a sua força.

1 de Outubro, 2006 Palmira Silva

Segunda volta no Brasil?

Dentro de uns minutos abrirão as urnas em que cerca de 126 milhões de eleitores depositarão os votos que vão determinar quem são os governantes e parlamentares que governarão o Brasil e respectivos estados.

Eleições muito concorridas já que existem 8 candidatos a presidente, 213 a governador (para 27 estados), 233 a senador (igualmente 27 senadores) e 5 419 para um parlamento federal com 513 deputados. Nos Estados, existem 12 519 candidatos a deputado estadual. Por exemplo, em São Paulo, concorrem 1 799 candidatos para 94 lugares na Assembleia Legislativa.

As últimas sondagens realizadas pela Ibope e pela Datafolha indicam que o cenário de uma segunda volta nas eleições presidenciais no Brasil não é despiciendo.

De facto, os últimos escândalos de corrupção envolvendo o governo PT fizeram descer as intenções de voto em Lula da Silva para próximo dos 45%, longe (mesmo corrigindo para votos brancos e nulos) dos 50% mais um voto necessários para a eleição à primeira volta. A existir segunda volta Lula da Silva terá como oponente Geraldo Alckmin, filho do primeiro supranumerário do Brasil e ele próprio pelo menos com fortes ligações à Opus Dei.

Os resultados das eleições podem ser acompanhados em tempo real no portal da Câmara dos Deputados via uma parceria entre a Central de Informática da Câmara (Cenin) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

1 de Outubro, 2006 Palmira Silva

Testemunhas do Jeová e pedofilia

Jesus Manuel Cano, um ancião de Betel – uma espécie de elite da hierarquia das TJ – apanhado a filmar rapazes nos sanitários do aeroporto O’Hare. Investigações posteriores encontraram pornografia infantil no computador de Cano e um «trilho de perversão de Chicago às Caraíbas».

tinha tido oportunidade de escrever, a propósito dos casos de pedofilia no seio da Igreja Católica, em que praticamente não há semana em que não haja mais um a vir lume – esta semana, por exemplo, Vítor Ramon Blanco Rodriguez, um padre católico de 65 anos com dupla nacionalidade portuguesa e colombiana, que foi condenado na Colômbia por ter abusado sexualmente vários meninos na Fundação Mi Casa para crianças em risco – que pessoalmente considero que o celibato, embora contra natura, não é o problema principal subjacente.

O problema é o poder absoluto que corrompe absolutamente, é o sentimento de impunidade que as religiões conferem. Os membros mais vulneráveis de uma igreja são vítimas frequentes da ganância, manipulação e/ou depravação sexual do respectivo pastor. Pastor, de qualquer religião, que se sente impune para praticar estes crimes já que se considera representante na Terra de um poder supremo, mandatário de uma autoridade «divina», acima das leis dos homens.

Por isso considero que se por um lado o estado deve garantir a liberdade de religião dos seus cidadãos por outro lado não pode demitir-se da responsabilidade de os proteger das predações religiosas. Liberdade religiosa não é impunidade religiosa, as igrejas devem estar sujeitas às leis do respectivo país. A linha sobre o que é liberdade religiosa e o que é criminalidade religiosa deve ser bem demarcada. E as actividades da religião devem ser vigiadas para que os cidadãos não sejam vítimas da sua própria credulidade e da manipulação por gente mal formada. Não há leis «divinas», os que pretendem falar em nome de um qualquer Deus deviam estar sujeitos às mesmas leis dos restantes cidadãos!

Assim, dever-se-ia proceder judicialmente contra as religiões organizadas cuja política é esconder os casos de abuso sexual de menores perpetrados por membros do respectivo clero, política de obstrução da justiça que não se restringe à Igreja Católica mas é partilhada, por exemplo pelas Testemunhas de Jeová. De facto, a Sociedade Torre de Vigia (filme de 58 minutos sobre o que é na realidade esta seita) protege igualmente os molestadores de crianças, podendo ser encontradas nesta página uma série de documentos com instruções para os «anciãos» de várias filiais abafarem os casos de pedofilia de que tenham conhecimento.

Não obstante esta política de encobrimento, francamente mais agressiva que a da ICAR, existem diversas acções a correr, em todos os países em que as Testemunhas de Jeová estão instaladas, contra pastores que abusaram sexualmente de menores.

Ou seja, o flagelo da pedofilia é transversal a pelo menos todos os ramos do cristianismo! Assim como são transversais não só o encobrimento pela respectiva hierarquia destes crimes abomináveis como as causas subjacentes: a impunidade religiosa que permite o abuso dos mais vulneráveis por parte daqueles que ensinam ser a obediência cega a um mito e aos seus «representantes» o paradigma do bom crente e o caminho da «salvação»!

1 de Outubro, 2006 Ricardo Alves

O «Correio da Manhã» converteu-se

Segundo o Público de 29 de Setembro de 2006 (página 54), «o Correio da Manhã elaborou, pela primeira vez, um estatuto editorial (…) [que] reafirma uma série de princípios gerais, próprios da prática jornalística», mas atenção, há uma novidade:
  • «O Correio da Manhã apoiará de forma firme a instituição Família, o direito à Vida e assume o seu apreço pelas raízes cristãs da sociedade portuguesa».
Portanto, ficais todos avisados: a partir de agora, não haverá mais maminhas, este-dorme-com-aquela nem «pipinha foge de casa com Romeu» nas páginas do mais vendido dos tablóides portugueses. Ou bem que há raízes ou não há moralidade.
30 de Setembro, 2006 Palmira Silva

Hipocrisia republicana: demissão no Congresso

Ontem foi um dia negro para o partido republicano, GOP, quando Mark Foley, eleito pela Flórida para a Câmara de Representantes*, se demitiu abruptamente na meio de um escândalo – que enche as páginas dos jornais e dos blogs políticos americanos – envolvendo uma troca de emails de conteúdo explicitamente sexual com pelo menos um dos pagens do Congresso. Os pagens são adolescentes, estudantes do ensino secundário, integrantes de um programa em que assistem às aulas sobre supervisão do Congresso e trabalham como mensageiros para os congressistas.

Hipocrita e ironicamente, Foley, um católico pertencente à ala moderada dos republicanos, era a voz mais crítica das leis existentes para combater a pedofilia e a pornografia infantil, sendo o presidente da House Caucus on Missing and Exploited Children. Em 2002 introduziu uma lei que pretendia banir páginas de internet com imagens de pré-adolescentes em poses sexualmente sugestivas, dizendo que «estas páginas não são mais que uma atracção para pedófilos».

Antes do escândalo dos emails, Foley tinha a reeleição nas eleições de Novembro próximo garantida por uma margem larga. A cerca de um mês e meio destas, os republicanos, que já viam a maioria no Congresso ameaçada, tentam limitar os danos deste escândalo, que tem como consequência quase certa a perda do lugar de Foley no Congresso, e as suas repercussões negativas no eleitorado em geral, mais uma machadada nas pretensões do GOP em continuar a dominar o orgão máximo legislativo, supremacia que mantém há uma década.

Na realidade, o eleitorado fiel do GOP é constituído essencialmente por evangélicos brancos para além, claro, dos fundamentalistas cristãos de todas as cores que vêm em Bush um enviado divino para pôr fim à abominável «cultura ateísta» que, para além de permitir que os cientistas continuem a «contaminar» os Estados Unidos com as suas teorias ateístas – e a impedir que as boas«teorias» obscurantistas cristãs sejam livremente difundidas – trivializou matérias tão inadmissíveis como as uniões de facto, a homossexualidade, o sexo, os contraceptivos e o aborto, a tolerância em relação a apóstatas e se traduz em abominações como a recente proposta de alteração das leis anti-discriminação nas escolas da Califórnia. Eleitorado fundamentalista que quer, por todos os meios, uma «renovação cívica», isto é, impôr um regime dominionista puro e duro!

Ou seja, o eleitorado cristão mais fundamentalista, cerca de um terço dos votantes, está apenas interessado no que Bush e o GOP fazem para controlar a sexualidade alheia – e para instalar uma teocracia cristã nos Estados Unidos. O facto de este escândalo dos emails confirmar que um dos cruzados, com conhecimento do GOP uma vez que a troca de emails data de há um ano e o caso foi abafado na altura, é um dos abominados «sodomitas» ou «pervertidos» não abona em favor da dedicação à «causa» cristã do GOP. Apesar de ser pouco provável que os fundamentalistas cristãos votem nos democratas, os analistas políticos indicam que o descontentamento deste eleitorado, que deu a vitória a G. W. Bush, pode traduzir-se na sua ausência das urnas…

Na realidade, o líder da bancada republicana John Boehner (R-Ohio) declarou ao The Washington Post ontem à noite que sabia da existência deste contacto entre Foley – que foi entrevistado pelos republicanos da House Page Board sobre o assunto – e o pagem de 16 anos. Boehner referiu ainda ter falado com o porta-voz do GOP J. Dennis Hastert (R-Illinois) sobre o tema e que Haster lhe tinha garantido estar a tratar do caso. Apenas os democratas não sabiam o que se passava, nomeadamente Dale Kildee, a única representante democrata na House Page Board, que pediu ontem uma investigação para determinar quem sabia o que se passava e quando o soube!

*O Congresso dos Estados Unidos, que detém os poderes legislativos, é composto pelo Senado, com dois senadores por cada Estado eleitos por um período de seis anos, e pela Câmara de Representantes, com um número variável de representantes por Estado, eleitos bianualmente.

29 de Setembro, 2006 Carlos Esperança

A morte de João Paulo I

João Paulo I foi o Papa que ao ter anunciado, após a eleição, uma investigação ao Banco do Vaticano (IOR) mereceu de um jornalista italiano um vaticínio certeiro: «Não anda cá muito tempo».

Ainda não li o livro de Luís Miguel Rocha LMR) a que deu o título, em português, de «O Último Papa», título plagiado do romance de David Osborn, editado pela Disfel.

Ao apontar os nomes óbvios de Marcinkus, Calvi e Gelli, LMR esquece muitos outros e omite o papel sinistro de «A Santa Aliança» e os interesses do Opus Dei, bem como a protecção criminosa de JP2 a Marcinkus que nunca deixou julgar pela Justiça italiana.

Por outro lado, ao afirmar que o Terceiro Segredo de Fátima seria precisamente sobre a morte de João Paulo I, o livro perde qualquer credibilidade. Crer em visões e outorgar idoneidade à vidente é pactuar com uma burla e conferir valor probatório às alucinações que a ICAR confiscou para o seu negócio.

Os Papas sabem que a morte natural não é uma tradição ancestral do Vaticano, que uma cozinheira honesta é mais eficaz do que as rezas e que Deus tem menos influência do que os cardeais da Cúria.

O livro pode ser um excelente policial mas não é certamente uma obra que ponha a nu a imensa corrupção do último Estado totalitário encravado na União Europeia.

29 de Setembro, 2006 Ricardo Alves

Como a Europa trata os laicistas magrebinos

Anas El Jazouli, um militante laicicista marroquino, está em risco de ser expulso de França. Em Marrocos, organizou o concurso de Miss Marrocos em 2002 e foi consequentemente ameaçado de morte e alvo de uma fatwa lançada pelo cheique Abdesslam Yassine, o líder do movimento islamista Al Adl Wa Al Ihssane. À época, o jornal islamista Al Tajdid chamou-lhe «o Salman Rushdie marroquino».

O actual Ministro do Interior francês, Nicolas Sarkozy, restringiu as regras do asilo político que poderão agora levar à expulsão para Marrocos deste laicista magrebino.