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Bento XVI e a tolerância

A Igreja não obriga ninguém a acreditar no Evangelho, segundo afirmou B16 ao novo embaixador da Alemanha no Vaticano.

É possível que assim seja pois o próprio Papa, por cultura e inteligência, certamente não acredita. O problema é que obriga a que se creia na Igreja católica o que é ainda pior.

Os mais desatentos hão-de julgar que a ICAR renunciou à violência e se converteu à democracia, que respeita as democracias, aceita o pluralismo e renega o proselitismo.

Nada disso. Em Timor o bispo Ximenes Belo proibiu o uso da pílula. Há pouco, os dois bispos actuais promoveram manifestações contra o Governo eleito e opuseram-se a que o ensino da religião passasse a ser facultativo, como determina a Constituição.

Derrubaram o Governo e a disciplina de Religião Católica voltou a ser obrigatória.

Em Espanha, A ICAR até o primeiro-ministro queria obrigar a ir à missa papal.

A América do Sul, sofre a opressão religiosa, sobretudo do Opus Dei, que se opõe com violência ao planeamento familiar, ao divórcio e à legislação sobre a IVG.

O defunto Papa JP2 foi amigo dos mais sinistros ditadores e chegou a interceder por um assassino e ladrão de nome Augusto Pinochet.

Talvez a ICAR tenha desistido, por vergonha, de obrigar a acreditar no Evangelho mas não renunciou a impor os dogmas e, quando pode, a exibir a sua força.