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Categoria: Ateísmo

9 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Nem tudo o que ‘acontece’ na Europa é mau…

Por

E – Pá

Separação da Igreja e do Estado é aprovada na Noruega…
Esta decisão, com incidência constitucional, foi objecto de um ‘grande consenso’ político no Parlamento (161 votos a favor e 3 contra). link
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Recorde-se que esta mudança não é de somenos importância. O rei da Noruega foi até aqui ‘a autoridade suprema da Igreja da Noruega‘, como se sabe, pertencente à igreja protestante.
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Impressionante é o modo tranquilo e civilizado como – nesse País – se resolvem importantes questões constitucionais, como é o caso da laicidade do Estado.
9 de Junho, 2012 Ricardo Alves

Propriedade ateísta

O Ricardo Pinho não gosta do Diário Ateísta. Está no seu direito. Não pode é esperar que os outros partilhem o seu gosto pessoal.

Colaboro com o Ricardo Pinho há mais de dez anos. Primeiro, numa mailing list ateísta defunta, depois no site ateismo.net, e depois ainda no blogue Diário Ateísta. Ao longo desses anos foram-se juntando pessoas, organizando encontros e dando maior visibilidade ao ateísmo. A discussão sobre a medida certa de crítica religiosa, divulgação da ciência e defesa da laicidade nas atividades deste grupo é recorrente. E nunca terá final, compreensivelmente.

O que não entendo  nem nunca entendi é que o Ricardo Pinho, não gostando do que os outros fazem, não faça ele mesmo. Nos quase nove anos que leva o Diário Ateísta, raramente escreveu. A despenalização da IVG interessou-lhe, é certo. Mas não me recordo que se tenha esforçado por escrever, sabiamente ou não, pelo menos uma vez por mês (ou por ano) sobre ateísmo.

Enfim. Não entendo também a importância que dá a quem tem o site registado em seu nome, ou porque é que finge não saber que este texto não é uma resenha. A vida continua, neste site ou noutro. Só me chateia verdadeiramente que escreva que eu não aprecio Bach ou os quadros do El Greco. Isso, é imperdoável. E já que estamos nisto, também aprecio uma boa sátira anti-religiosa. Chamar-lhe «ódio» é que é cómico.

8 de Junho, 2012 Ricardo Alves

Correlação entre religiosidade e racismo?

Segundo uma sondagem da Universidade de Tel-Aviv, 52% dos judeus (de Israel) concordam que os imigrantes africanos são «um cancro no corpo do Estado de Israel» (45% não concordam, 3% «não sabem»). Dado muito interessante da sondagem: 81,5% dos ultra-ortodoxos («haredim») concordam, 66% dos ortodoxos também, mas apenas 38% dos «judeus seculares» (o que vai desde judeus crentes mas não praticantes até ateus). Conclusão: a irracionalidade do racismo parece acompanhar (em parte) a da religiosidade. Pelo menos, no caso dos judeus israelitas.
[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]
5 de Junho, 2012 Carlos Esperança

Um comentário oportuno de um leitor

Por

Kavkaz

O Cardeal espanhol Rouco Varela tenta aproveitar-se do momento de crise financeira em alguns países europeus para ludibriar e criar falsas ideias e saídas da conjuntura. Disse ele: “Não sairemos da crise se não nos convertermos” e que a crise actual “não é só económica e financeira; estamos também sofrendo uma profunda crise moral e de valores”.

Este discurso é do tipo “chapa 5”. Ele repete o mesmo que já temos ouvido há décadas e se procurarmos mais longe o encontraremos também. Nada de novo. Apenas repete o que não foi ele que inventou.

Os padres gostam muito de falar no plural. “Nós” (os ricos), “estamos também sofrendo…”, isto e aquilo…

Em primeiro lugar diria que estarão a colher o que semearam e que “Deus” lhe deu, se existisse; o Espírito Santo inexistente faltou no apoio à Igreja, esta foi abandonada pelos deuses inexistentes, caíram na crise! Dão razão aos ateus que dizem que os deuses não existem. Se existissem deuses seriam pouco solidários ou nada com a Igreja Católica. Não colaboram em nada nesta crise!

Em segundo lugar, o Clero gosta de confundir a Sociedade como um todo, como se tivesse interesses unidireccionais, onde incluem a entidade pública, o Estado, e a Igreja Católica, entidade privada que pertence a um Estado estrangeiro (o Vaticano, essa multinacional). As pessoas têm dificuldade em perceber esta diferença abismal da realidade e o discurso falacioso dos padres. Os interesses públicos e privados são frequentemente contraditórios (veja-se a questão da Igreja não pagar IMI ao Estado espanhol, como exemplo, mostrando uma falta de solidariedade com os espanhóis e as necessidades do Estado em superar os seus défices financeiros).

É sabido que a Igreja Católica presta serviços religiosos e quanto mais clientes tiver, mais rendimentos conseguirá. Então, o Cardeal espanhol tenta passar a ideia de que com a “conversão” tudo ficará bom. Sabemos que os espanhóis têm sido durante muitos anos maioritariamente ligados ao catolicismo. Isto não os livrou da ditadura, nem da guerra civil, nem da actual crise financeira.

Assim, uma vida normal e com bem-estar nada tem a ver com “conversão”. É uma Mentira religiosa do cardeal Rouco Varela. E a Igreja Católica não transformará a vida dos espanhóis. Ela vive dela. É o seu negócio!

17 de Abril, 2012 João Vasco Gama

Desconversão – em português

aqui partilhei uma excelente série de vídeos sobre uma experiência de desconversão. Pela forma séria, sofisticada e apelativa como está construída e pela clareza e pertinência dos argumentos apresentados, sugeri vivamente o seu visionamento completo.

Recentemente descobri que essa série foi legendada em português. Agradecendo a quem fez a tradução, aproveito para divulgar a série de novo neste espaço.

Aqui está um dos melhores vídeos da série, o momento da desconversão, desta feita legendado em português:

PS- Não esquecer de activar as legendas, para quem não tem essa opção por omissão.

16 de Abril, 2012 Ricardo Alves

Apontamento sobre uma sondagem

A Universidade Católica fez, em Novembro, uma sondagem de rua a 3500 pessoas. Os resultados parcelares estão nos jornais de hoje e merecem alguns breves comentários.
  1. A percentagem de pessoas sem religião aumenta relativamente a outro estudo de 1999: passa de 8.2% para 14.2%. Nesse grupo, os ateus passam de 2.7% para 4.1%, os agnósticos de 1.7% para 2.2% e os indiferentes de 1.7% para 2.2%.
  2. As pessoas de outras religiões passam de 2.7% para 5.7% (evangélicos de 0.3% para 2.8%, testemunhas de jeová de 1% para 1.5%, não cristãos de 0.2% para 0.8%).
  3. Os católicos passam de 86.9% para 79.5%.
Estes resultados parecem-me razoáveis e expectáveis. Mas há um segundo conjunto de dados que me parece mais discutível.
  1. 31.7% dos portugueses (dizem que) vão à missa «pelo menos uma vez por semana» e 14% «pelo menos uma ou duas vezes por mês». Algo de muito estranho se passa aqui: os 31.7% que (dizem que) vão à missa todos os domingos, mais um quarto dos 14% que vão «pelo menos uma vez por mês» (portanto pelo menos um domingo em cada quatro) são uns 35%. A nível nacional, parece imenso. Mas acontece que há poucas semanas a diocese de Viseu da ICAR divulgou uma «contagem de cabeças» que concluiu que a presença na missa dominical tinha caído de 29% para 20% entre 2001 e 2011. É possível que 20% dos viseenses vão à missa todos os domingos e que a média nacional seja 35%? Seria possível se distritos onde vivem muitas mais pessoas tivessem percentagens mais elevadas. Não creio que seja o caso: Viseu deve estar acima da média nacional em presenças na missa. Portanto, os respondentes à sondagem da Católica mentiram(*).
  2. Um terço dos inquiridos não concorda «com a doutrina de nenhuma igreja ou religião» e 22% «discorda das regras morais das igrejas e das religiões». Esse terço (33%) inclui os 14% sem religião, mas inclui também uns 19% que, mesmo assim, se dizem católicos ou de outra confissão religiosa? Quer dizer que 19% da população nacional vai à igreja ou templo evangélico ouvir doutrina com que «não concorda»? Então vai ouvir música e ver o espectáculo? Ou serão todos não praticantes? É cómico.
Nota final: só mesmo o António Marujo para pegar nos dados desmontados acima(*) e produzir o título  triunfalmente católico «Oito em cada dez portugueses são católicos e quase metade vai à missa». Infelizmente, este género de manipulação é habitual neste jornalista militante clerical que já ganhou dois prémios da Fundação Templeton, conhecida por «dar dinheiro a quem tem algo de agradável a dizer sobre a religião» (ler as esclarecedoras opiniões de Daniel Dennett e Anthony Grayling, Massimo Pigliucci e Richard Dawkins sobre a Templeton).

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]