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Ricardo Alves

16 de Setembro, 2010 Ricardo Alves

Protestar o Papa

Os britânicos preparam-se para receber Ratzinger com uma manifestação de Hyde Park Corner (local com tradição na liberdade de expressão) até Withehall, e que terminará com um comício em Downing Street (em frente da sede do governo). Com várias organizações presentes, os oradores previstos para o protesto incluem o cientista e activista ateu Richard Dawkins, Terry Anderson da National Secular Society (a associação laicista britânica), Peter Tatchell (um militante histórico dos direitos dos homossexuais), o jornalista e laicista Johann Hari, o padre católico homossexual Bernard Lynch e a laicista iraniana e ex-muçulmana Maryam Namazie.

Esta visita acontece num momento em que o laicismo atinge, pela primeira vez em décadas, um pico de reconhecimento público, gerado pela progressiva secularização da Europa e pela ofensiva do islamismo radical. Nunca fomos tantos.

Ouça-se Polly Toynbee, da British Humanist Association.

  • «Where once secularism and humanism were relics of a bygone religious age, its voice is important again. But pointing out the blindingly obvious need to keep faiths in their private sphere has united religious gunfire against secularists. All atheists now tend to be called “militant”, yet we seek to silence none, to burn no books, to stop no masses or Friday prayers, impose no laws, asking only free choice over sex and death. Religion deserves its say, but only proportional to its numbers. No privileges, no special protection against feeling offended.»

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

9 de Setembro, 2010 Ricardo Alves

Proibir? Não.

A pequena igreja da Florida que tenciona queimar publicamente o Corão quer, principalmente, atenção. Está no seu direito.  E vai consegui-la. A atenção. Todos vamos ficar a saber que são fundamentalistas cristãos apostados numa «guerra santa» de isqueiro e papel.

Proibir a queima do Corão está fora de causa (e seria tão errado como proibir o Corão, já agora). O papel e o cartão não têm sentimentos e não vão chorar ao ser queimados. E nenhum país civilizado proíbe que se queimem símbolos ou textos em público (com a excepção, discutida, dos símbolos nacionais).

Hillary Clinton critica publicamente a anunciada fogueira. E está bem: cabe-lhe garantir a ordem pública interna e a afirmação externa. Não pode, pelo contrário, proibir o acto em si, como pede um senhor do Cairo. Ainda se está dentro dos limites da liberdade de expressão. Embora haja muita coisa que, sendo legal, é ética e politicamente condenável.

[Diário Ateísta/Esquerda Republicana]

2 de Setembro, 2010 Ricardo Alves

Um rabino racista e incitador da violência

O rabino Ovadia Yosef é «líder espiritual» de um partido político israelita (o que em Israel é assumido, embora profundamente anacrónico para a Europa civilizada). Tem um longo passado de declarações controversas, que incluem dizer que «os pretos» de Nova Orleães mereceram o «tsunami»(sic) Katrina, porque não estudavam a Torá e porque Bush apoiou o desmantelamento de colonatos em Gaza. No passado, já pediu a «aniquilação» dos árabes («é proibido ter piedade deles», disse).

Esta semana, desejou publicamente a morte dos líderes palestinos. Deve ser a sua forma de contribuir para as negociações de paz e para o diálogo inter-religioso.

Haverá alguma religião abraâmica sem fanáticos instigadores da violência sectária?

15 de Agosto, 2010 Ricardo Alves

Quem não for ortodoxo perde o emprego

Uma empresa de lacticínios da região de Moscovo, com cerca de seis mil empregados, anunciou que a partir de 14 de Outubro quem não for casado pela religião cristã ortodoxa russa, ou até quem o for mas fizer um aborto, será despedido. Os empregados que já forem casados civilmente terão três meses a partir dessa data para se casarem religiosamente.

13 de Agosto, 2010 Ricardo Alves

Os dilemas que o Islão coloca

Construir uma mesquita tão próxima do local em que se ergueram as «torres gémeas» demonstra alguma falta de sensibilidade, mas a liberdade de construir locais de culto deve ser tão ampla quanto possível.

29 de Julho, 2010 Ricardo Alves

O jogo «Fátima»

Está na internet o jogo «Fátima». O objectivo é guardar o número máximo de ovelhinhas, mas há que ter cuidado com as «aparições» da «Senhora de Fátima», que pode distrair os jogadores obrigando-os a rezar.

Divertimento aconselhado a católicos e ateus.

27 de Julho, 2010 Ricardo Alves

Novos embustes de Fátima

Em Fátima, para o espectáculo de 13 de maio em que a estrela principal era Ratzinger, a organização anunciou que previa um grandioso meio milhão de pessoas. No dia 14 de maio, corrigiram: teriam estado presentes 350 mil pessoas. Agora, sabe-se que uma contagem a partir das fotografias estima o número de pessoas presentes entre 35 mil e 40 mil.

Fora concedida tolerância de ponto, naquele dia, a 740 mil pessoas.

21 de Julho, 2010 Ricardo Alves

Réplica ao ateísmo «religiosamente correcto»

Há quem, sendo descrente, fique incomodado com a crítica da religião. E que não suporte que se fale do Islão com a mesma ausência de pruridos com que se fala do catolicismo. Mas, que eu saiba, o cristianismo não se resume, nem é caracterizado, por António Vieira, Leonardo da Vinci e os quakers. E para criticar o Ratzinger não temos que ressalvar estes últimos.