26 de Novembro, 2004 Palmira Silva
Fernando Valle

O Diário Ateísta presta a sua homenagem a uma referência cívica para todos nós: Fernando Valle, médico que «empobreceu a fazer Medicina», humanista, republicano, laico, «democrata, de maneira profunda, muito ligado ao povo».
O «Matusalém sem idade», como o intitulava Miguel Torga, faleceu hoje em Coimbra. Foi um opositor da ditadura, o que lhe valeu várias detenções pela polícia política, e o afastamento, por Salazar, das funções de médico municipal e delegado de saúde em Arganil. Foi fundador, na clandestinidade, do Partido Socialista.
Ao conciliar a concepção da permanência e da unidade, em aparente contradição com as evidências de mudança e de diversidade observadas, fundamenta-se então a unidade da matéria e a sua conservação. Mas até aqui a dualidade foi expressa em termos do móvel em oposição ao imóvel. A partir de Democritus e especialmente de Epicurus esse dualismo inscreve-se como «matéria»/«vácuo» com base na concepção da unidade fundamental: os átomos. Estes seriam indivisíveis e em si mesmos imutáveis, embora a alteração da sua posição relativa produzisse uma grande diversidade de fenómenos. Estes átomos difeririam em tamanho e em forma, e apresentariam uma constituição interna sólida e homogénea.