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Carlos Esperança

4 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

Mensagem para o II Encontro Nacional de Ateus

Não há democracia sem pluralismo, condição difícil onde a religião influencia o aparelho de Estado e impossível onde dele se apropria. A teocracia é o mais deplorável e cruel exemplo.

As religiões, TODAS, reivindicam para o seu Deus, único verdadeiro, o monopólio do transporte das almas para o Paraíso. Os crentes são prosélitos a quem cabe corrigir os erros (pensamento diferente) e evangelizar os infiéis (submeter os outros), aos ditames dos seus próprios preconceitos.

A fé é sempre intolerante. Transforma diferenças em divergências, opiniões em erros e livre-pensamento em heresia.

Os princípios religiosos chamam-se mandamentos e a sua origem é atribuída à revelação divina. Ora, havendo conceitos diferentes entre as várias religiões, ou dentro de cada uma delas, os fanáticos dispõem-se a erradicar os erros alheios. Conforme as condições, castigam o réprobo ou amaldiçoam o ímpio. Se tiverem força, convertem o herege.

Matar não é delito, se for um acto de piedade para purificar o mundo e agradar a Deus. Qualquer crime cometido com motivações religiosas, por mais hediondo que seja, é um acto de devoção, favor com que se agradece o privilégio da verdade incontestável.

Quando a religião extravasa o domínio do privado, compromete a liberdade. O cristianismo, que o Papa tanto exalta, foi durante muitos séculos o algoz dos povos que converteu, «numa das mãos a espada, na outra a cruz». Com a ferocidade de quem tem a certeza da verdade, com o arrojo de quem se julgava ungido pelo único Deus genuíno, com a boçalidade de quem conhecia mal o mundo mas sabia de cor a bíblia, os missionários perseguiram, torturaram e aniquilaram os que não tinham a sua religião.

O cristianismo medieval foi, por acaso, mais benevolente do que o islão radical, que lança hoje os crentes no martírio, na piedade e no crime? Abominou a escravatura, as fogueiras e a tortura?

Os papas, veja-se o actual, são substancialmente diferentes dos talibãs? Alguém diz ao último ditador europeu que não tem procuração de Cristo, não é detentor da verdade absoluta e, sobretudo, não lhe assiste o direito de impor os seus preconceitos para além da comunidade que lidera?

Ninguém convence os hierarcas religiosos de que a discriminação da mulher é um crime, mas, se essa é a vontade de Deus, não há outro remédio senão contrariar-lhe a vontade e os preconceitos e corrigir os desvarios divinos. E como Deus não tem feito prova de vida, é aos seus mandatários que o respeito pelos princípios humanistas, direitos do Homem, igualdade dos sexos, pluralismo e liberdade têm de ser impostos.

Na Grécia, a obrigatoriedade de os Bilhetes de Identidade mencionarem a religião manteve-se até 2001, B.I. que, dado o carácter vitalício, continuarão a exibir a religião dos respectivos titulares ainda por muitos anos. A obrigatoriedade do baptizado e casamento religioso só foi abolida em 1983, pelo governo socialista, o que se coadunava com a Constituição, outorgada «em nome da Indivisível e Santíssima Trindade».

Em Espanha, sob o Governo de Aznar, o ensino da religião nas escolas públicas permaneceu obrigatório. E a crispação eclesiástica faz-se sentir contra as medidas de laicização em curso.

Na Irlanda, sob a mais pia Constituição da União Europeia, aprovada «Em nome da Santíssima Trindade de Quem advém todo o poder e perante Quem todos nós, indivíduos e Estados, prestamos contas em última instância…», tem sido difícil e lenta a libertação do poder asfixiante da ICAR.

Na América do Sul, o acesso ao divórcio tem sido interdito ou dificultado, sob forte pressão da ICAR. A despenalização do aborto, mesmo face ao risco de vida da mãe, às malformações do feto ou na sequência de violações, tem encontrado a feroz oposição da Igreja. O pluralismo religioso é fortemente combatido pelo proselitismo católico, tendo apenas sido abertas algumas brechas, a favor de correntes protestantes, graças à hegemonia económica, política e cultural dos EUA.

Os chilenos só em Novembro próximo terão direito ao divórcio, direito que a ICAR combateu até ao limite das suas possibilidades.

Paulo VI, que desprezava as mulheres, embora tivesse particular carinho pelos homens, interditou a pílula às mulheres em 1968 na sua encíclica Humanae Vitae.

A perseguição aos homossexuais é outra das taras religiosas particularmente virulenta na ICAR, quiçá por razões que pertencem ao domínio da psicanálise.

A ICAR glorifica a dor, faz a apologia do martírio e apresenta o Papa como apóstolo da paz (que dirão as bósnias violadas, proibidas de abortar por JP2, ou as vítimas do genocídio ruandês), mas o último ditador europeu não disfarça a frieza brutal que é seu apanágio.

A liberdade de expressão, os direitos humanos ou a igualdade entre os sexos não constam do léxico papal. São outras obsessões que alimentam os seus delírios místicos – a virgindade e a castidade – únicas respostas que encontra para a bomba demográfica que ameaça a sobrevivência do planeta. O preservativo e a contracepção são os ódios de estimação para quem sabe que a miséria e o sofrimento são o húmus onde medra a fé e se desenvolve o poder eclesiástico.

A evangelização cristã foi um acto de colonialismo que destruiu culturas indígenas para as submeter à servidão da cruz. Não se distingue do proselitismo islâmico, que hoje raia a paranóia, desesperada reacção de uma civilização falhada, estertor violento da decadência árabe. Assemelha-se ao judaísmo ortodoxo que continua convencido de que a Tora lhe confere direitos territoriais sobre a Palestina. O Induísmo não consegue libertar-se do odioso regime de castas.

É ocioso prosseguir.

Não há religiões boas, há perversões de que abdicam sob pressão do humanismo, crimes de que desistem face à ânsia de liberdade e de igualdade que povoa o coração dos homens.

Em relação à fé é preciso combater a droga, não as vítimas, e erradicar a doença sem molestar os doentes. Os crentes são vítimas, angariados muitas vezes à nascença, para a lavagem cerebral que perpetua os valores ignóbeis dos parasitas de Deus.

O ateísmo recusa o proselitismo mas não renuncia ao combate pela liberdade nem à luta contra o obscurantismo.

Este encontro é a prova da nossa determinação.

3 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

Pilotos aviadores procuram protecção da Sr.ª do Loreto

Paulo Marques, em reportagem no Jornal do Fundão, de hoje, dá-nos conta da dívida que a aviação tem para com a Nossa Senhora do Loreto, padroeira universal da aviação, residente em Alcafozes, concelho de Idanha-a-Nova.

Na festa deste ano, estiveram, entre outros, representantes da Força Aérea, – general Moreira, natural do concelho de Idanha e o capelão daquele ramo das forças armadas padre António Oliveira – «num gesto de respeito pela imagem e de pedido de protecção para todos aqueles que enfrentam os céus, desde pilotos, tripulantes e passageiros».

Dos quatro dias de festa, a segunda-feira foi o mais importante «com a realização às 11 horas da missa campal celebrada pelo padre Adelino acompanhado pela guarda de honra da Força Aérea Portuguesa. Seguidamente teve lugar a procissão que foi sobrevoada por quatro aeronaves Alfa Jet da base n.º 11 de Beja» – informa o jornalista do JF.

« No final, como é tradição, foram lançadas milhares de pétalas sobre o andor, havendo também acrobacia aérea e lançamento de foguetes. Seguidamente, rezou-se a prece dos aviadores: (Ó Maria, rainha do céu, gloriosa padroeira da aviação, ergue-se até vós a nossa súplica? Em vós depositamos a nossa confiança? Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida; velai por nós?)». O general Moreira, mostrou-se satisfeito com a festa: «a Força Aérea tem muito prazer em estar aqui e penso que continuará a honrar esta tradição», disse ao JF, salientando que a instituição faz-se representar há alguns anos a esta parte, desde os anos 50, pois pede protecção à virgem do Loreto.

Comentário: Com a Marinha de Guerra no alto mar, em defesa da moral e dos bons costumes, e a Aviação destacada para Alcafozes, a atirar pétalas ao andor da Sr.ª do Loreto, o casto ministro da Defesa vai percorrendo o caminho da beatificação, enquanto Portugal fica à mercê de contrabandistas e traficantes da droga. Mas, a alma está primeiro.

1 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

A religião e os interesses nacionais

Como várias vezes foi aqui referido no Diário de uns Ateus, a obsessão do Papa JP2 por uma Croácia católica precipitou a desintegração da Jugoslávia e provocou a imensa catástrofe que se conhece.

Os interesses da Alemanha e do Vaticano conjugaram-se para fazer da Croácia, país que foram os primeiros a reconhecer, a brecha por onde emergiram as rivalidades étnicas, se acicataram os ódios religiosos e despontou o caos.

Helmut Kohl, europeísta convicto que aprecio, e João Paulo II, sem qualquer razão para admirar ou respeitar, foram os principais responsáveis pela maior tragédia europeia depois da guerra de 1939/45.

No julgamento a que está a ser submetido no Tribunal Penal Internacional, Slobodan Milosevic, criminoso de guerra que foi Presidente da Sérvia, eleito democraticamente (ao contrário do Papa), acusou o Vaticano e a Alemanha de terem formado uma «união perfeita» para destruírem os Balcãs e o Vaticano de querer «destruir a Sérvia para assegurar a sua expansão em direcção ao Leste». (1)

Independentemente dos crimes de que é acusado, e pelos quais responde, as suas acusações não são calúnias de um vencido, são verdades que a história corrobora. Infelizmente só os criminosos caídos em desgraça são julgados. Os outros dizem missas, fabricam santos, vendem indulgências, intrigam e corrompem ou gozam a reforma.

Apostila – (1) As negociatas em torno do ícone de Kazan revelam o proselitismo que devora o Papa. A devolução à igreja ortodoxa russa da imagem extorquida, tem sido acompanhada de forte movimentação diplomática do Vaticano para permitir a JP2 a realização de um comício na Rússia. O desejo tem-lhe sido sistematicamente recusado, por questões de defesa do mercado da fé cujo monopólio a Igreja ortodoxa pretende assegurar, à semelhança da sua concorrente ICAR nas regiões onde domina.

1 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

Secretaria de Estado do Turismo

O secretário de Estado deslocado para o Algarve elegeu como primeiro acto oficial uma visita ao bispo de Faro.

Desconhece-se se o beija-mão de Carlos Martins se insere num gesto de subserviência à Igreja ou integra o programa de Governo para o sector do Turismo.

Não foi o bispo que visitou o governante, mas o contrário, num acto que envergonha a República e compromete o carácter laico do Estado. Parece importar mais ao ajudante do ministro Telmo Correia a salvação da alma do que a defesa dos interesses de um sector vital para a economia nacional.

31 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Diário de uns Ateus

Após algumas tentativas,em finais de 2003, à experiência, o Diário de uns Ateus começou o ano de 2004 com um dinamismo estimulante.

Em 31 de Agosto verificamos que ocupa o 42.º lugar em média de visitas e o 28.º em média diária de páginas visitadas, aguentando bem o período de férias.

Agradecemos afectuosamente aos numerosos amigos que nos visitam e, muito particularmente, ao devotos que nos abominam.

É com enorme satisfação que assistimos à derrota de Deus.

29 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

A crença pode tratar-se

Deus quimicamente é um placebo, mas a fé pode transformá-lo em droga dura. Provoca ansiedade, tremores, suores, transe e alucinações. Produz habituação e dependência. Em doses exageradas até exala cheiro – o cheiro a santidade, que se nota em quem descura o banho e exagera nas orações.

Como acontece com as outras drogas, não se combate com a repressão às vítimas, exige uma terapêutica de substituição: raciocínio fáceis, para começar, instrução, algumas dúvidas e erradicação do sentimento de culpa. A pouco e pouco o medo vai minguando, o sentimento de pecado esfuma-se e a cura surge.

A fé tem cura.

28 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

A festa do S. Roque. Crónica piedosa

Ficou-me de criança a impressão de que a ermida do S. Roque, na margem esquerda do Côa, estava alcandorada num monte enorme e que ao sacrifício da subida se deveria a recompensa dos milagres.

Hoje, ao passar no IP 5, sobre a ponte rodoviária, surpreende-me lá em baixo uma capela exígua abandonada num pequeno cabeço, com a vegetação a apropriar-se da área da devoção e dos negócios. Onde está um chaparro negociava burros um cigano, onde a Lurdes começava às dez a aviar copos de meio quartilho, para terminar às 3 da tarde com o pipo e a paciência devastados, medram giestas e tojos e o abandono tomou conta do espaço onde estava sediada a feira e se realizava a festa.

Onde os solípedes e as pessoas alcançavam não sobem ainda os automóveis.

Eu gostei, ainda gosto, de romarias. Mesmo com milagres cada vez mais raros, a acontecerem na razão inversa dos louvores, encontramos sempre caras que atraem afectos e nos devolvem memórias. Às vezes não são quem pensámos, os anos passam, são filhos, mas vale a pena, falam-nos do que nós sabíamos, são da terra que julgámos.

Há mais de cinquenta anos o Rasga foi ao S. Roque com a mulher, ela cheia de fé, ele com muita sede, como sempre, até a cirrose o consumir. A feira e a romaria partilhavam a data e o espaço. Não sei das promessas dela, as mulheres lá tinham contratos com os santos, não era costume explicitá-los, ele tinha as mãos cheias de cravos, coisa de rapaz, julgava que era feitio. A mulher dissera-lhe que havia de ir ao S. Roque, o Maravilhas curou-se, o Ti Velho também, pelas outras aldeias ia a mesma devoção, os resultados eram de monta. O Rasga até tinha pensado no ferrador, não para ferrar o macho, ele queimava os cravos, mas eram grandes as dores, ficavam as mãos com marcas piores que a cara do Medo com as bexigas, e a febre, às vezes, levava a gente. Já se acostumara, não valia a pena ralar-se, o pior era a mulher a azucrinar-lhe os ouvidos, tens de ir ao S. Roque, se trabalhasses em vez de beberes havias de ver o incómodo, eu faço-te companhia, és um herege, uma oração, uma pequena esmola, dois cruzados, um quartinho no máximo, o S. Roque não é interesseiro, vens de lá bom, levas a burra que já mal pega em erva, enjeita os nabos, não temos feno, há-de morrer-nos em casa, além do prejuízo vais ser tu a enterrá-la, podias vendê-la.

E lá foram os três, que a burra também contava, partiram quando a Lurdes e a Purificação já levavam uma légua de avanço, tinham bestas lestas e levantavam-se cedo, era mister que se antecipassem aos homens que quando chegavam logo queriam matar o bicho e os negócios não podiam fazer-se sem haver onde pagar o alboroque. O Rasga, mal chegou, pediu três notas pela burra a um da Parada que lhe ofereceu duas, a mulher do da Parada ainda o puxou, homem para que queres a burra, o rachador do Monte meteu-se logo, isto não é assunto de mulheres, tinham que fazer negócio, tem que tirar alguma coisa, não tiro, dou-lhe mais uma nota de vinte, tiro-lhe essa nota, nem mais um tostão, e o do Monte a dizer racha-se, vários a apoiar, fica por duas notas e meia, o rachador a agarrar-lhes as mãos, estranha união, e a fazer com a sua um corte simbólico, deram as mãos estava feito o negócio, um tirou cinquenta o outro deu mais cinquenta, consumada a liturgia logo assomou meia nota de sinal, faltavam duas que apareceriam quando lhe entregasse o rabeiro, vai uma rodada, paga o vendedor que recebeu o dinheiro, primeiro um copo para o comprador, o rachador a seguir, depois para todas as testemunhas, outra rodada paga o comprador, outra ainda, esta pago eu, diz um da Cerdeira, não quero mais diz o de Pailobo, morra quem se negue, praguejou um da Mesquitela, olha vem ali o Proença da Malta, grande negociante, como está, disseram todos, uma rodada, pago eu, diz o Proença, mas a minha primeiro, exigiu o da Cerdeira com agrado geral, e ali ficaram a seguir os negócios, os foguetes e a festa, e a tirar o chapéu e a agradecer ao Proença quando este foi dar a volta pelo sítio do gado onde já se encontrava o Serafim dos Gagos a disputar-lhe o vivo e a pôr a fasquia aos preços.

Findas a feira e a festa, esta terminou primeiro, um dos padres ainda tinha de levar o viático a um moribundo de Pínzio, o Rasga e a mulher vinham consolados, ela com a missa e a procissão, ele com duas notas e meia no bolso e o buxo cheio de vinho, ela a pensar na vida e ele a cambalear.

Algum tempo depois perguntei ao Rasga o que era feito dos cravos. Ficaram no S. Roque, menino, ficaram no S. Roque.

Publicada em 13-06-2003 – J.F.

28 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Mártires católicos arriscam a vida

Portugal esteve prestes a ser invadido por uma poderosa esquadra pecadora, fortemente armada com mísseis RU-486, que atingem rapidamente o útero grávido de poucas semanas de qualquer mulher que despreze o papa e enjeite a salvação da alma.

Perante o perigo iminente, valeu-nos o pio ministro de Estado, da Defesa e do Mar, fortalecido por muitas hóstias e numerosas missas, que, além do apoio nunca regateado da senhora de Fátima, mandou aprontar uma fragata cuja tripulação se compromete a dar a vida em defesa da moral e dos bons costumes, impedindo a profanação das águas territoriais pelo «Barco do Aborto».

Paulo Portas e Santana Lopes estão de prevenção para enfrentar a invasão. Traquejados em guerras preventivas (táctica experimentada no Iraque, com o êxito que se conhece), puseram a Marinha a perseguir a esquadra invasora, certos da vitória final. Em caso de fracasso, preparam-se para morrer como mártires de Deus, rezando o terço e gritando: «Nossa Senhora de Fátima rogai por nós».

27 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Fé, selvajaria e crime – caminhos do Paraíso

O piedoso muçulmano Moqtada al-Sadr e o bando de beatos que o acompanham, enquanto mantiveram o controlo da mesquita de Najaf, torturaram, mutilaram e assassinaram, tendo já sido descobertos 25 cadáveres.

Os excessos de fé, estimulados pela proximidade do mausoléu de Imã Ali, conduziram às barbaridades que deixam extasiado Alá e babado de gozo o seu profeta Maomé.

Esta é a lógica das religiões – o exercício do poder em nome de Deus -, e a crueldade e o terror como instrumentos da sua conquista.

Al Sistani II, apresentado como um clérigo moderado, logrou um acordo para pacificar a cidade, mas não esqueçamos que um clérigo moderado é um extremista contido, à espera de melhor oportunidade.

26 de Agosto, 2004 Carlos Esperança

Igreja de São Tomé condena a política demográfica do governo

O ódio ao preservativo é uma obsessão paranóica da ICAR. Em São Tomé e Príncipe, paupérrimo país africano, onde a escassez de alimentos provoca fenómenos de fome generalizada, o capataz da ICAR no minúsculo arquipélago, D. Abílio Ribas, censura que se use o preservativo «como pretexto para evitar o nascimento de mais pessoas».

A crueldade da ICAR é idêntica ao dos traficantes de armamento. Não interessa que as armas matem, é preciso desenvolver o negócio.

No caso da demografia, a ICAR comporta-se como o dono um supermercado a abarrotar de almas que é preciso fazer escoar.

A ICAR promove o crescimento demográfico irracional para que haja miséria para alimentar a fé e almas para saciar a gula divina.