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Autor: André Esteves

22 de Outubro, 2004 André Esteves

Raizes evangélicas do Juche

Hoje estive a ver um documentário na SIC Notícias sobre a Coreia do Norte. Apanhei uma surpresa. O Juche, ideologia oficial da Coreia do Norte é uma mistura de estalisnismo, confucionismo e protestantismo missionário!!

A Coreia do Norte aproxima-se mais de uma enorme seita evangélica com o estado e o grande líder Kim Il Sung no lugar de Deus e Cristo. As ferramentas de manipulação psicológica assemelham-se com as utilizadas pelas seitas e igrejas evangélicas. Os próprios pais de Kil Il Sung eram protestantes e ele bebeu profundamente das suas raízes evangélicas…

Enquanto isso, em Washington, do lado do «bem», o Reverendo Moon , segue uma agenda muito semelhante. Também é Deus na terra…

As diferenças só estão na propaganda com que continuamente nos enchem os ouvidos.

Qual será o autêntico eixo do mal?

20 de Outubro, 2004 André Esteves

Malformações morais

(NOTA: Se se sente ofendido com o espectáculo, deixe-me informá-lo que ainda há crianças-fetos-recém nascidos em condições muito piores e que apesar de não serem viáveis, sobrevivem ainda durante meses…)

20 de Outubro, 2004 André Esteves

Palavras que não estão na Bíblia…

«A próxima vez que um crente lhe disser que a “separação do estado e das igrejas” não aparece nos nossos documentos fundadores, digam-lhes para pararem de utilizar a palavra “Trindade”. A palavra “Trindade” não aparece em nenhum lugar da bíblia original. Nem advento, nem segunda vinda ou pecado original. Se ainda estiverem incrédulos (ou sem palavras) por isto, então juntem omnisciência, omnipresença, sobrenatural, transcendência, vida após a morte, divindidade, teologia, monoteísmo, missionários, concepção imaculada, Natal, cristandade, evangélico, fundamentalista, metodista, católico, papa, cardeal, catecismo, purgatório, expiação pessoal, transsubstanciação, excomunhão, dogma, castidade, pecado venal e mortal, infalibilidade, encarnação, epifania, sermão, eucaristia, o Avé-Maria, a Sexta-feira de cinzas, Tomé o céptico, a escola dominical, o mar morto, a regra dourada, moral, moralidade, ética, patriotismo, educação, ateísmo, apostasia, conservador (a palavra liberal está…), pena capital, monogamia, aborto, pornografia, homosexual, lésbica, lógica, républica, democracia, capitalismo, funeral, decálogo ou bíblia.»

— Dan Barker, em Perdendo fé na fé: De pregador a ateu»

19 de Outubro, 2004 André Esteves

Kabalada cardíaca

Phillip Berg fundador do Centro Kabbala de Los Angeles acabou de ter um enorme ataque cardíaco.

Infelizmente, as fitinhas vermelhas «cheias de energia do túmulo de Esther» não parecem ajudar muito no acumular do colesterol…

Podemos ler no Renas mais pormenores sobre a famosa fitinha vermelha e a família de Madonna.

18 de Outubro, 2004 André Esteves

O Kitsch religioso da semana

A publicidade que vêm à vossa direita, é um anúncio de uma igreja finlandesa a tentar chamar os mais jovens dos seus computadores para a igreja.

Os computadores e a religião são dois comboios, prestes a chocar a alta velocidade. O computador é A inovação tecnológica sem precedentes na história da humanidade.

Turing, Von Neuman e tantos outros, tornaram reais construções teóricas que só pretendiam lidar com os problemas postos pela lógica matemática. Mas quão profícuos se demonstraram essas construções teóricas!!

Hoje, a mundivivência religiosa dos crentes é abalada pelo computador. Esse objecto que para as crianças tanto está vivo, como não pode morrer.

A sua existência é uma dissonância profunda numa visão de um mundo construído por um deus. E as questões filosóficas que os próprios objectos computacionais levantam são subversivas…

Por exemplo, o problema de Turing levanta a questão da validade da revelação, já que não podemos distinguir entre esta e a sua emulação(e logo mentira) por parte do profeta. O que levanta a própria questão das boas intenções de Deus, e logo ao problema do mal.

E a capacidade cada vez maior de cálculo e raciocínio, faz-nos antever um dia a existência de computadores inteligentes…

Ainda me lembro da liberdade e mudança de mentalidades que um mero undo num programa de ambiente gráfico trouxe a muitas pessoas. A vida também se podia viver, experimentando, aprendendo com os nossos erros. E isso, é liberdade.

As igrejas e religiões utilizarão os computadores como um novo medium para as suas actividades proselitadoras (Até já há igrejas virtuais e sacramentos em ambientes virtuais..). Mas o irónico, é que «o meio é a mensagem» e com os computadores ninguém pode ser, a partir de certo ponto de envolvimento, um mero e obediente receptor da mensagem divina.

18 de Outubro, 2004 André Esteves

Os Fait-Divers dos Últimos Dias

Bangladesh: fundamentalistas islâmicos furiosos com o futebol feminino

Manifestações realizaram-se em Dhaka, capital do Bangladesh contra o início do campeonato nacional feminino de futebol. Abanando t-shirts e calções, os crentes fundamentalistas acusavam o futebol feminino de ser anti-islâmico, ao exibir partes do corpo da mulher.

Alguém já imaginou um jogo de futebol com burkas?

A nível do ataque ofensivo, surgem imensas dificuldades, por exemplo, ao rematar a bola. A nível defensivo, as vantagens multiplicam-se. Pelo menos, a guarda-redes decididamente não necessitaria de luvas …

Quanto à arbitragem… A expressão «manchas negras» tomaria outro significado.

A Notícia [Inglês

Canibal Inglês em Espanha, confessa, dizendo que Deus lhe entregou a vítima

Paul Durant, 44, preso em Espanha pelo assassinato de Karen Durrel, escreveu uma carta ao London Daily Mirror confessando-se, acrescentando que depois de matá-la a tinha cortado em bocadinhos, comido as partes que lhe pareceram «interessantes» e se livrado dos restos em pequenos sacos por vários contentores de lixo.

Durrant encontrara Karen e o namorado num bar, e confessara-lhe que estava em Espanha, numa missão divina, para matar e comer pedófilos. Ao mesmo tempo, acreditava que Deus lhe tinha entregue Karen como vítima.

Com 2000 anos de sugestões a psicóticos, é o que temos…

Notícia [Inglês]

Colégio católico no Peru exige certificado de virgindade às alunas

Na sequência de uma denúncia, veio-se a descobrir que a escola feminina Santa Rosa de Trujillo, no Peru, pedia às alunas que se matriculavam um certificado de virgindade e um exame ao sangue para despiste de drogas. O exame ao sangue ainda se compreende, mas um certificado de virgindade?

A notícia não nos esclarece, por sua vez, se aos professores seria pedido um certificado de impotência ou extracção das partes pudendas e da eliminação química do libido.

Notícia [Inglês]

15 de Outubro, 2004 André Esteves

Opus Dei e a Batata e Vinho?

Costumo seguir os blogs que nos linkam e é sempre com imenso prazer que leio os pensamentos e opiniões de todos. Ora bem, estava a ler o Maré Alta quando deparo com este artigo, citando extractos das actas da censura, de Os Segredos da Censura, de César Príncipe, Lisboa, Caminho, 1979, 2.ª edição.

E nele isto:

3/7/68. «Crise da batata e do vinho, em Oliveira do Bairro e Oliveira do Hospital – CORTAR. Tudo quanto se refira à “OPUS DEI” – CORTAR. Coronel Saraiva.»

Alguém é capaz de me explicar o que a «Crise da batata e do vinho» teve a ver com a Opus Dei, durante o antigo regime? (Se calhar sou eu que estou a ler mal a coisa… 😉 )

Foi alguma conspiração contra o vinho tinto comunista por ser vermelho? E as batatas?? O que a Opus Dei têm contra as batatas?? Coitadinhas das batatas… Têm lá alguma culpa por não conseguirem distinguir a água benta da outra?

P.S. O interessante, na realidade, é o fervor do censor em querer apagar qualquer referência à Opus Dei. Porque é que a existência e exemplo da seita seria algo a esconder? Não é a santidade através do trabalho um dos seus objectivos máximos? Não seria isso um bom exemplo para o resto dos portugueses? Quem se esconde, têm sempre algo a esconder.

13 de Outubro, 2004 André Esteves

Mais um 13 de Outubro

Mais um treze de Outubro, mais um dia em que Portugal inexoravelmente se autodestroi.

Duas vezes por ano, assistimos neste país ao espectáculo deplorável das peregrinações a Fátima. As televisões fazem directos. Os programas de «conversa da chacha» enchem-se de padres, beatos e mentecaptos. As matronas na cozinha, choram e levantam o rosários, sempre variando a dose de emoção teletransmitida do espectáculo televisivo diário, das histerias, do maldizer e coscuvilhice.

Nos directos de Fátima, vemos o feio, o porco e o mau. Tornaram-se tão indispensáveis à ecologia mental católica, como os homens de uniforme eclesiástico, sempre impecável, com peles cuidadas, portes saudáveis, faces simpáticas e sedutoras.

Ouço um desses exemplares na SIC, repetir, num discurso confuso, em cada frase as palavras Fátima e Esperança. As caras aparvalhadas da plateia, batem palmas quando se cala. De seguida, um autêntico extraterrestre eclesiástico, com um uniforme sofisticado de um passado que nunca existiu, afirma em voz de barítono, que a fé é como um dia em que o sol está por detrás das nuvens, e que pela fé sabemos que o sol está lá… Nova salva de palmas…

O meme está passado, confundiu-se o facto com a hipótese.

É assim.. Já não há jornalistas a sério em Portugal, seguem todos as recomendações do Vaticano II, e do aproximar da ICAR aos meios de comunicação, por estes terem uma «vocação evangélica».

As televisões repetem o fait-diver do prof. Marcelo. Reclama-se por liberdade de expressão. Mentiras por mentirosos que mentem.

Desde a morte do bispo de Viseu que muita coisa mudou na comunicação social em Portugal.

Há um cheiro podre a tirania no ar.