Loading

Os bispos e a procriação

Certamente preocupada com os baixos índices de natalidade, pelo menos entre o clero, a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) ameaçou publicar nos próximos dias uma nota sobre a procriação medicamente assistida.

Compreende-se a preocupação dos prelados pois no Vaticano, a sede da sua Empresa, o Estado de que se sentem cidadãos, há muito que não nasce uma criança. É, aliás, o único Estado do mundo sem maternidade.

Os bispos compreendem, como ninguém, a ansiedade de um filho desejado, os esforços de um casal que, por mais que tente, a mulher não alcança, e o declínio demográfico do País apesar das orações, novenas e promessas não cumpridas por falta de graças.

As frequentes e reiteradas consagrações à Virgem não inverteram a curva demográfica descendente. Talvez por ser à Virgem. Deviam virar-se para Maria Madalena ou para a canonização de Messalina e Lucrécia Bórgia a quem consagrariam, depois, o país como estímulo à procriação.

Mas é de crer que seja sobre os embriões excedentários que as reverendas criaturas se vão pronunciar pois por cada embrião fabrica-se uma alma e com os excedentários fica a dúvida se sobra a alma ou falta a criança. É este problema que dilacera os bispos que, com a sua experiência, querem contribuir para a teologia da procriação.