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Renzo Fratini – A saída do núncio apostólico de Estanha

Renzo Fratini

O embaixador do Vaticano em Espanha, Renzo Fratini, que amanhã cessa funções, por limite de idade, 75 anos, concedeu uma entrevista à agência espanhola Europa Press.

O primata paramentado enjeitou a discrição diplomática para se assumir como fascista, ao arrepio da neutralidade do Papa Francisco, na transladação do genocida Francisco Franco, usando os argumentos da extrema-direita, dos netos do ditador e dos herdeiros da Falange, em sintonia com o Supremo Tribunal espanhol.

‘Deixá-lo em paz era melhor, já passaram 40 anos, o julgamento cabe a Deus, não ajuda a viver melhor recordar algo que provocou uma guerra civil, por trás da exumação está uma ideologia política que pretende dividir os espanhóis’, foram expressões usadas na entrevista concedida pelo clérigo, em desafio à democracia e na grosseira ingerência na política de um Estado soberano que ainda julga protetorado do Vaticano.

O que o prelado não disse foi que o Vaticano apoiou o genocida sedicioso que fuzilou centenas de milhares de compatriotas, depois de derrubar o governo legal. Não teve uma palavra de solidariedade para com as famílias das vítimas assassinadas nem para os que aguardam a exumação dos seus familiares das numerosas valas comuns para onde foram atirados pelos franquistas.

Este clérigo, envilecido e envelhecido, ignorou os prisioneiros políticos tiranizados que escavaram a basílica onde jazem com o mais cruel torcionário de todos os tempos da Península Ibérica, este em lugar de destaque, de romagens e homenagens pias.

Representante de um Estado criado por Mussolini, o enviado da Providência, como lhe chamou o Papa Pio XI, sem que o Divino interferisse na sua viagem de regresso, fez jus à conivência fascista da Igreja católica que o Papa Francisco se esforça por esbater.

Segundo o El País, o ainda núncio, numa ameaça boçal, disse que é preciso “esquecer o mal” porque “se não, regressa a luta, a Guerra Civil”. “A Franco uns chamam-no ditador, outros dizem que libertou a Espanha de uma Guerra Civil, que solucionou um problema. Não continuemos discutindo sobre se tinha razão ou culpa”, concluiu.

Quando um falsificador da História e provocador fascista faz tais afirmações, ainda em representação do Vaticano, não faz do único Estado teocrático da Europa um farol da liberdade, mas um instrumento do obscurantismo ao serviço do regresso ao fascismo.

O Sr. Renzo Fratini não é diplomata, é guerrilheiro da jihad romana, um talibã católico, avatar dos bispos que colaboraram com Hitler e Mussolini no Holocausto.

O combate democrático passa obrigatoriamente pela exigência da laicidade e a denúncia da ingerência religiosa, seja qual for a religião, sejam quais forem os parasitas da fé ou o deus de que são funcionários.