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A globalização e as trocas justas

Penso que não há dúvidas sobre a enorme importância das viagens marítimas do século XV, de Portugal e Espanha, para o comércio mundial. Elas constituíram um processo de globalização que contribuiu para a riqueza da Europa, mais para os países protestantes, religiosamente menos avessos ao lucro, do que para os pioneiros, satélites de Roma, e vítimas da Reforma, sem terem beneficiado da Contrarreforma.

Continuo a pensar que a globalização não é um mal em si própria, apesar das injustiças que acentua com a iniquidade das trocas. Não são estas que fazem ricos uns países e pobres outros, mas a violência que o poder político e militar empresta à perpetuação e agravamento das desigualdades.

É por isso que continuo a defender a integração europeia, assunto a que voltarei nesta campanha eleitoral, que considero relevante para o futuro coletivo das nações do velho continente. Integradas, podem ser decisivas para a prosperidade, paz e equidade dentro do seu espaço e a nível mundial; divididas, ficarão à mercê dos grandes blocos que estão aí e condenadas à irrelevância, pobreza e guerras intestinas.

Tenho presentes os argumentos contra, desde os do beato Nuno Melo, em modo VOX, aos da esquerda, por razões diferentes, mas é ainda na Europa que deposito a esperança de um futuro sustentável e de um módico de justiça e liberdade.

É preciso defender a justiça das trocas comerciais, quer a nível interno, quer a nível planetário.