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  • 18 de Março, 2018
  • Por Carlos Esperança
  • Islamismo

Marcelo, o Islão e a Ordem da Liberdade

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou na última sexta-feira a Comunidade Islâmica de Lisboa, com a Ordem da Liberdade, numa cerimónia em que se assinalaram os seus 50 anos.

Depois de ter atribuído o seu mais alto grau a Cavaco Silva, cidadão sobre o qual não há a mais leve suspeita de ter defendido a liberdade ou o menor indício de ser contra a ditadura, espera-se tudo do destino da venera que devia estar reservada para quem lutou contra o fascismo, para os militares que o derrubaram e para quem presta relevantes serviços na defesa da liberdade e dos direitos humanos.

Atribuir a Ordem da Liberdade a uma religião, a qualquer religião, já seria uma ousadia, mas atribuí-la a uma Comunidade fiel ao monoteísmo que é totalitário na sua essência, e incapaz de separar o poder político do religioso, é uma ofensa aos valores da laicidade e da democracia.

O Islão, na sua perversa conceção do mundo e no proselitismo agressivo que pratica, só merece o respeito que a democracia exige para com os crentes e jamais o apreço pela crença que discrimina a mulher, promove casamentos impostos a meninas de nove anos e manda decapitar infiéis, apóstatas e mulheres adúlteras.

Havia outras condecorações para outorgar a uma comunidade que, por ser minoritária, merece esforços de integração, mas atribuir uma venera que devia distinguir apenas os que se batem pela democracia, igualdade de sexos, e defesa de valores civilizacionais que estão presentes nas democracias laicas, não podia ter pior destinatário.

Não me repugna a presença pedagógica de cristãos e ateus numa confraternização com a minoria muçulmana portuguesa, mas foi apenas uma confraternização de homens num mundo de onde as mulheres são excluídas. E isso é uma cedência a um monoteísmo que é o maior inimigo da liberdade.

Marcelo disse que o princípio da liberdade religiosa consagrado na Constituição está “irreversivelmente enraizado” na sociedade portuguesa, o que é verdade, mas desafio-o a provar que esteja sequer previsto nesse tenebroso manual chamado Alcorão.

Sinto-me tão indignado com a outorga da Ordem da Liberdade à Comunidade Islâmica como ela se sentiria se Marcelo lhe tivesse levado umas sanduiches de leitão.

Marcelo está a ficar cada vez mais o que chamou, há muitos anos, a Pinto Balsemão, no Expresso.