Associação Ateísta Portuguesa
Do despacho da Lusa
“Ataque” ao Estado laico
A Associação Ateísta Portuguesa considera que a decisão já anunciada é “um descarado ataque à laicidade” do Estado. Essa medida “é uma atitude indigna de submissão perante a Igreja Católica”, disse ainda o presidente da AAP à agência Lusa.
O dirigente ateísta rejeitou ainda “a caução que, de certo modo, está a ser feita pelas entidades públicas a uma encenação que começou por ser contra a República”. Em 1930, as alegadas aparições “passaram a ser contra o comunismo e, depois da implosão da União Soviética, contra o ateísmo”, salientou Carlos Esperança.
“Esta encenação pia tem tido a colaboração de autarquias que sofrem ataques de fé e proselitismo em anos eleitorais”, criticou.
Para o presidente da AAP, a concessão de tolerância de ponto põe em causa “a letra e o espírito da Constituição da República” e constitui “uma traição à separação entre as igrejas e o Estado”.
Carlos Esperança criticou ainda os autarcas que organizam excursões a Fátima, sobretudo com idosos e em ano de eleições locais, “com transportes e vitualhas” pagos por câmaras municipais e juntas de freguesia, “só com a bênção a cargo das autoridades eclesiásticas”.