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O Presidente da República e o embuste de Fátima

Depois do lastimável beija-mão ao Papa, ato humilhante para o País, o PR reincidiu na 25.ª Cimeira Ibero-Americana convidando os chefes de Estado e de Governo a visitarem Fátima nas comemorações do centenário dos acontecimentos de 1917 na Cova da Iria.

Destaco da sua intervenção: «Na cultura entram também crenças e formas de circulação, crenças religiosas. Recordo para o ano o centenário de Fátima em Portugal, para o que estais convidados».

Não discuto a encenação grotesca de Fátima contra a República nem o aproveitamento ulterior da superstição popular contra o comunismo e, agora, contra o ateísmo. Reprovo o convite do PR, não em nome de todos os portugueses, mas como comissário do reitor do santuário ou delegado da Conferência Episcopal.

A dignidade do cargo não se conforma, num Estado laico, com convites pios. O respeito que é devido aos crentes da concorrência, e aos não crentes, impedem que o PR utilize o cargo para proselitismo religioso e promoção do mais rentável espaço do sector terciário da Igreja católica em Portugal.

O patriarca de Lisboa também não convidou os bispos ibero-americanos para visitarem a Rotunda, no centenário da República.

marcelo_papa