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“Não Acredito em Deus”

De vez em quando, aparece  neste portal um ou outro plumitivo que garante qualquer coisa como isto: “Os ateus também são crentes, porque acreditam que Deus não existe”. Trata-se, naturalmente, de um argumento que enternece pela infantilidade.

Um ateu também é crente, naturalmente. Eu, por exemplo, acredito na Ciência, tal como acredito em muitas outras coisas que não me apetece estar a enumerar. Se isso faz de mim um crente, pois seja: sou crente.

Mas quando se fala em “ser crente” quer-se significar ser crente em Deus; e quando um ateu diz “Não acredito em Deus”, está a usar uma figura de retórica. Porque, na verdade, quando se diz “não acredito”, está-se, implicitamente, a admitir a existência. Por exemplo, há quem não acredite em políticos honestos, o que significa que, provavelmente, eles existem, embora, no meu modesto entender, “político honesto” seja oxímoro – a menos que a expressão seja usada para definir duas pessoas. Quando alguém diz “não acredito em Deus”, está, pois, a admitir a sua existência.

Por definição, um ateu não é aquele que não acredita em Deus; ateu é aquele que NEGA a existência de Deus. Aquele que não tem deus.