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Mês: Junho 2014

2 de Junho, 2014 José Moreira

Demência religiosa

Que Deus existe, parece não restarem grandes dúvidas. Isto a julgar pelas quase quotidianas manifestações de demência religiosa, passe o pleonasmo. Claro que Deus não será o culpado de todas as manifestações demenciais, mas que ajuda bastante parece não restar a menor dúvida. Do mesmo modo que não duvido de que sem Deus haveria menos, muito menos, dementes.

Nos inefáveis Estados Unidos da América, uma mulher, como se não bastasse a aproximação da crise da meia-idade ainda deixou que Deus lhe invadisse o que lhe restava de inteligência. Vai daí, para agradar ao “senhor”, e num plágio foleiro da estória  de Abraão, matou a própria filha, de dois anos de idade.

Presume-se que o anjo que ordenou a Abraão que suspendesse a execução de seu filho Isaque estivesse ausente em merecidas férias, ou se tenha distraído; o que é certo é que, contrariamente ao que aconteceu com Abraão, não apareceu ninguém a ordenar a Kimberly que suspendesse a execução. Isso mesmo, aliás, escreveu a devota senhora no seu computador.

Quanto à mãe, parece que tentou o suicídio mas, pelos vistos, Deus não quis.

Mas vale a pena ler o final da notícia: “Em uma nota que a igreja publicou na internet, Brown pediu orações à família de Elliana e disse que a menina “agora é o anjinho mais doce de uma grande nuvem” onde de lá conforta a todos aqui da Terra.

Dizendo assim, até parece que, ao menos para a pastora, valeu a pena a menina ter sido assassinada, para que se tornasse um anjinho.” Fim de citação.

2 de Junho, 2014 Carlos Esperança

Um texto de Sam Harris

(Enviado por Paulo Franco)

O mundo é uma máquina infernal de triturar seres humanos simplesmente porque o mundo está inflamado de más ideias. Ainda há lugares onde as pessoas são executadas por crimes imaginários como a blasfémia – e onde toda a educação de uma criança consiste em estar 12 horas a recitar um livro de “ficção cientifica”.

Existem países onde as mulheres são privadas de quase todas as liberdades humanas, excepto a procriação. E, no entanto, essas mesmas sociedades têm adquirido a
grande velocidade arsenais de armamento avançado verdadeiramente aterradores. Se não conseguirmos persuadir o mundo desenvolvido, e o mundo muçulmano em particular, a perseguir fins que sejam compatíveis com a civilização global, então espera-nos um futuro negro.

A disputa entre religiões é totalmente estéril. Se a violência religiosa continua a reinar entre nós é porque as nossas religiões são intrinsecamente hostis umas às outras.
Quando não parecem sê-lo, é porque o conhecimento secular e os interesses seculares estão a restringir os desvarios mais perigosos da fé. Está na altura de reconhecermos que não existe nenhum fundamento real nos cânones do Cristianismo, do Judaísmo, do Islamismo, ou de quaisquer outras religiões que apontem para a tolerância e para a diversidade religiosas.

Se a guerra religiosa alguma vez se tornar algo de impensável para nós, à semelhança do que parece estar a acontecer com o canibalismo e a escravatura, veremos que isso será apenas uma questão de renunciar-mos ao dogma da Fé. Se o nosso tribalismo alguma vez der lugar a uma identidade moral generalizada, as nossas crenças religiosas não poderão continuar a ser protegidas dos grandes movimentos de indagação e da crítica genuínas. É chegado o momento de admitimos que a presunção de conhecermos aquilo de que só temos uma esperança devota é uma atitude maligna. Onde quer que seja que a convicção aumente na razão inversa da sua própria justificação, teremos perdido a base de cooperação entre os Homens. Se tivermos razões para acreditar naquilo em que acreditamos, não precisamos da Fé. O lugar das pessoas que mantêm convicções fortes sem fundamento é nas margens das nossas sociedades, não nos corredores do poder. A única coisa que devemos respeitar na Fé de uma pessoa é o seu desejo de uma vida melhor neste mundo; jamais precisaremos de respeitar a sua certeza de vir a tê-la num outro.

Nada é mais sagrado do que os factos. Ninguém deve marcar quaisquer pontos no nosso discurso por se iludir a si mesmo.

Este texto é da autoria de Sam Harris.

“Enquanto o padre, esse negador, caluniador e envenenador da vida por profissão for aceite como variedade de homem superior, não poderá haver resposta à pergunta: o que é a verdade? A verdade já foi posta de cabeça para baixo quando o advogado do nada foi confundido com o representante da verdade.”
Friedrich Nietzsche.

Paulo Franco.

1 de Junho, 2014 José Moreira

Mais um milagre

Quando acontece algo de maravilhoso e sem explicação lógica e/ou científica, o mais natural é os crentes berrarem por “milagre!”. Os ateus contrapõem que milagres não existem, e que tudo há-de ter uma explicação, o problema é encontrá-la. Ora, já aqui foi dito, não por mim, evidentemente, que a obra de Deus não é, não pode ser, verificável cientificamente, já que a própria existência de Deus não é verificável.

Hoje, finalmente, rendi-me à evidência: os milagres divinos não são, não podem ser explicáveis. Aliás, e no caso concreto, o próprio miraculado não logrou explicar o milagre; e a própria justiça rendeu-se à evidência, mandando arquivar o processo que, ignominiosamente, foi levantado.

E ainda bem que houve arquivamento. Ninguém tem o direito de sondar os desígnios divinos. Infelizmente, porém, e ao que parece, o Ministério Público, certamente constituído por ateus, vai recorrer.

De qualquer modo, já sabemos quem vai herdar não só os milhões, mas também os imóveis…

1 de Junho, 2014 Carlos Esperança

DIÁRIO DE DEUS (Excertos)

Por

João Pedro Moura

Eis um excerto da atividade diária de Deus:
Levanta-se da cama, toma o pequeno-almoço, olha para o mundo, com o seu olhar judicativo e infalível e pensa: “Ora, o que é que eu vou fazer hoje?”

Remira o mundo, que desfila à sua frente, e começa a trabalhar…

– Ali, naquele sítio, vou mandar para lá um furacão, que já vai sendo tempo, e o sítio é conhecido pela avenida dos ditos…

– No outro lado do mundo… ora vai a continuação da cheia aquática… e é ver aquele povo todo, afanoso, a minorar a sua desdita…

– Mais para a direita, naquela terra onde criei e cultivo os meus maiores tolos, segue um bombista suicida, que entra pelo mercado dentro e se faz explodir, matando mais umas dezenas…

Enfim, como diria um conhecido comentador dum diário inimigo, “Deus não é incompatível com a existência do mal, desde que o mal faça parte de um desígnio divino.”

– Mais uns desígnios meus, para o dia:
Está ali uma criança a sofrer imenso naquele hospital. Tem cancro, tem metástases, por todo o lado, e os pais já não sabem o que fazer. Está tudo desesperado.
Ah, que gozo que isto me dá!…

E como diria um religionário meu, ligeiramente tresmalhado, mas danado para me interpretar: “O facto de existir mal moral e natural não é incompatível com a existência de um desígnio divino, que o tenha considerado relevante num processo evolutivo de natureza espiritual.”

Eu não diria melhor… e sou Deus!…

Ora, continuando a aperfeiçoar o meu “processo evolutivo de natureza espiritual”…
Agora, vou-me dedicar ao Bem…
– Olha ali, naquele santuário, lá estão os meus adeptos na pedinchice milagreira habitual…
Ora, deixa ver, quem é que eu irei ajudar, entre milhares de peticionários… … pode ser aquele ali, que me pediu ajuda para um mal de garganta que o apoquenta há anos…
Não é que ele seja boa pessoa, mas, como diria o meu religionário especial “Se Deus tudo pode, então também pode ter querido que o mundo evoluísse com as polaridades do Bem e do Mal, nas suas diversas formas de expressão.”

É isso! Ora me polarizo no Mal, ora no Bem. Sou polarizável e os meus desígnios serão sempre insondáveis…
Por hoje, chega, continuando o resto da minha programação diária, determinada há muito tempo…

Fim de excertos do diário de Deus.

Apostila: O problema não está em Deus…
O problema está nos crédulos que concebem semelhante entidade, achando que ela existe e que merece ser cultuada por aquilo que faz…

1 de Junho, 2014 Carlos Esperança

Fascismo islâmico

sudaocondenadamortedaily

 

 

Foto mostra sudanesa com filha no colo atrás das grades

Islão condenou a mulher à morte por apostasia, crime relacionado à conversão de pessoas que saem islamismo; governos dos EUA, Reino Unido e Holanda tentam alterar a pena

Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de 27 anos, foi condenada à forca em meados de maio por ser cirstã
Foto: Daily Mail / Reprodução
Nesta sexta-feira, foi divulgada a primeira imagem da sudanesa que deu à luz na prisão, segurando seu bebê recém-nascido no colo. Meriam Yahia Ibrahim Ishag, de 27 anos, foi condenada à forca em meados de maio por ser cristã. As informações são do Daily Mail.

A jovem foi acusada pelo crime de apostasia, que julga a conversão de pessoas que deixam o islamismo. A lei, que é vigente no Sudão desde 1983, proíbe a mudança de religião e a condena sob pena de morte.

Meriam será submetida a 100 chibatadas, antes de ser enforcada. A prisão da jovem, que é casada com um cristão norte-americano, causou uma série de protestos pelo mundo.

Os governos do Reino Unido, dos EUA e da Holanda têm expressado preocupação e criaram uma petição pela libertação de Meriam, promovida pela Anistia Internacional. O abaixo-assinado já conseguiu 650.000 assinaturas.