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Mês: Junho 2014

23 de Junho, 2014 Carlos Esperança

A posse do rei de Espanha

Apesar de a monarquia ser uma instituição obsoleta, sem legitimidade, onde o poder se transmite por via uterina e se torna vitalício, o rei de Espanha portou-se melhor do que alguns republicanos, como se vê no post anterior.

As sotainas recolheram o cálice e a patena, os bispos a mitra e o báculo, e os cardeais o barrete. A cerimónia insalubre não teve lugar. O clero limita-se a mandar rezar.

22 de Junho, 2014 José Moreira

Será um sinal?

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O novo rei de Espanha, Filipe VI prometeu, entre outras coisas, uma “monarquia moderna”. Embora isso me cheire a paradoxo, assim uma espécie de gigante pequenino ou preto claro, há sempre a esperança de que um rei jovem traga alguns sinais de modernidade quando se inicia uma nova etapa, assim uma espécie de “evolução na continuidade”, onde foi que já ouvi isto?

Afinal, parece que não se trata, apenas, de simples promessa de circunstância. O insuspeito “Jornal de Notícias” dá conta de que a cerimónia de proclamação não teve qualquer cerimónia religiosa o que, no entanto, não impediu os bispos de pedir aos espanhóis  que rezassem pelo novo rei, numa espécie de postura em bicos de pés sem que, no entanto, se vislumbre qualquer utilidade nas orações.

Ou seja, Filipe VI absteve-se de benzeduras o que, queiramos ou não, é de bom augúrio, relativamente ao  caminho que parece querer seguir quanto à questão de galhos e macacos.  Mas será que os macacos alguma vez saberão quais são os respectivos galhos?

22 de Junho, 2014 Carlos Esperança

É mais difícil pecar em jejum

Na próxima semana começa o Ramadão, mês sagrado para o islamismo e durante o qual os muçulmanos praticam o jejum, desde o nascer ao pôr do sol. O Ramadã tem a duração de 30 dias e marca o começo do nono mês muçulmano, seguindo o calendário lunar.

“Fazer jejum é um dos cinco pilares do Islã. Jejum faz bem para a saúde porque sabemos que a doença sai do estômago e se a pessoa fica sem comer e beber a doença vai embora, ela fica boa e sem vontade de cometer pecados”, explica o sheikh Omar Omama, da Mesquita de Cuiabá.

21 de Junho, 2014 Carlos Esperança

Associação Ateísta Portuguesa (AAP) – o 1.º Encontro

Assunto:Jornal de Coimbra 31/12/03

 quarta-feira, 31 de Dezembro de 2003
“Vale mais um primeiro almoço do que a última ceia”

“Vale mais um primeiro almoço do que a última ceia”, foi esta a frase que serviu de mote ao primeiro encontro nacional de ateus, realizado no passado sábado (dia 27), no Hotel D. Luís, em Coimbra. Uma reunião, fruto de debates entre membros da lista de discussão da página da internet dedicada ao ateísmo, na qual estiveram presentes a Associação Ateísta Portuguesa e a Associação República e Laicidade. Cerca de duas dezenas de ateus estiveram juntos para discutir, entre outros assuntos, os privilégios que são dados aos católicos. Para Onofre Varela, da Associação Ateísta Portuguesa (AAP), “Deus é um factor e um conceito social, que só habita dentro das mentes dos crentes, pois fora destas cabeças não existe Deus nenhum”. A AAP existe há cinco anos, tem cerca de 40 membros e “está agora numa altura de crescimento e elaboração de estatutos”, referiu Onofre Varela, continuando: “As sociedades têm sido construídas pelas religiões, mas deviam ser antes de mais sociedades humanas. A igreja propagandeia valores, como por exemplo a fraternidade, mas não os pratica. Os ateus praticam, mas não propagandeiam”.

Por sua vez, a Associação República e Laicidade (ARL) existe desde Fevereiro do presente ano e tem, à semelhança da AAP, cerca de 40 membros. Segundo Ricardo Alves, da ARL, “o importante é não haver discriminações nem privilégios e queremos acima de tudo a separação de poderes”, sublinhando a importância da existência de uma sociedade onde cada um tenha a liberdade de escolher.

Em opinião expressa ao JC, Carlos Esperança, da comissão organizadora, defendeu que “os católicos são católicos de fachada, ao passo que os ateus têm tendência de ser cada vez mais praticantes. O culto sobrevive mais por uma questão de interesses”. Porque “a religião não é um mal necessário nem deus uma desgraça inevitável” e mais importante que “os mandamentos da lei de Deus, é a Declaração dos Direitos do Homem. Mais honrosa que a virgindade de Maria é a dignidade da mulher. Mais justos que Deus são os homens na sua progressiva marcha para a eliminação de qualquer forma de discriminação. O ateísmo não manda queimar livros, nem pessoas, não proíbe, nem condena, mas não renuncia ao combate pela liberdade”, realçou.

Este primeiro encontro, cuja data foi escolhida ao acaso, pois “nada temos a ver com dois mil anos de um nascimento qualquer, é apenas um ponto de partida para uma longa caminhada contra o obscurantismo. Outros se seguirão”, garantiu Carlos Esperança.

Carla Martins

21 de Junho, 2014 Carlos Esperança

Iraque – A invasão dos cruzados e as sequelas atuais

Os aliados confundiram a rapidez da vitória com a virtude da expedição, a febre de destruição com a sede de liberdade e usaram a crueldade do regime deposto para legitimar a agressão.

A passividade perante a fúria devastadora dos bandos ensandecidos deveu-se à cultura dos soldados americanos. Suspeitando que os sumérios fossem terroristas e os assírios financiadores da Al-qaeda, nas tábuas de gesso, com mais de cinco mil anos, temeram mensagens cifradas em escrita cuneiforme, e numa cabeça esculpida, da época suméria, viram um busto de Saddam.

Numa biblioteca a arder, com preciosidades únicas, julgaram ver a livraria do ministro da informação.

A inércia e incultura dos invasores criaram cáfilas de díscolos, numa orgia destruidora, e hordas de saqueadores em busca de despojos.

No Iraque, o povo que sobrou devastou palácios, arruinou o património, ajustou contas antigas e recentes, desfez o país que restava.

Os invasores não se limitaram a arrasar o país, quiseram apagar uma civilização.

Agora, onze anos decorridos, o País ameaça dividir-se. Acentuaram-se as rivalidades étnicas e religiosas e o ódio comum ao invasor transferiu-se para sunitas e xiitas, entre si, enquanto a sharia vai a caminho.

O julgamento de Saddam foi uma farsa em que o ditador humilhou e desmascarou o simulacro de tribunal que o julgou. Os crimes de Saddam não tinham defesa e o tribunal carecia de legitimidade. É difícil apurar a verdade num tribunal protegido por invasores que se basearam na mentira.

Saddam, num dos últimos dias de vida, acusou o ministério do Interior, dirigido por um xiita de montar esquadrões da morte que assassinavam sunitas, e afirmou que se tornara um órgão que matou milhares de iraquianos e os torturou.

Agora são sunitas os dementes da fé, alucinados do Profeta, o Misericordioso, que estão a vingar-se dos xiitas, enquanto o Irão entra para o Eixo do Bem e oferece auxílio contra os muçulmanos desvairados que só querem a vitória ou 72 virgens.

20 de Junho, 2014 Luís Grave Rodrigues

Teologia