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Mês: Março 2013

3 de Março, 2013 David Ferreira

O Velho Novo Testamento e a misoginia

1 Coríntios 14: 34-35

Bíblia Sagrada, Edição Pastoral:

“Que as mulheres fiquem caladas nas assembleias, como se faz em todas as Igrejas dos cristãos, pois não lhes é permitido tomar a palavra. Devem ficar submissas, como diz também a lei. Se desejam instruir-se sobre algum ponto, perguntem aos maridos em casa; não é conveniente que as mulheres falem nas assembleias.”

Comentário teológico: “Parece que as reuniões da comunidade de Corinto eram muito desordenadas. Ninguém pedia a palavra, vários falavam ao mesmo tempo e em tudo isso talvez sobressaíssem as mulheres.”

 

Comentário ateu: Parece que os discernimentos teológicos das comunidades de apologistas cristãos continuam bastante desordenados. Todos pedem a palavra obedientemente, cada um fala na sua vez ordeiramente e em tudo isso sobressai o descaramento indecoroso de quem persiste em cultivar a ablepsia do rebanho como forma de inocentar a misoginia, a morbidez e o terror psicológico que ulceram penitente e transversalmente os irracionais e intolerantes escritos cristãos.

Uma mulher cristã é um paradoxo enigmático que só a incultura, o excesso de paixão e sentimento desregulado, uma irracional aceitação do sofrimento como parte integrante da sua condição, ou a falta de uma simples e exigida leitura crítica e imparcial dos escritos que estão na génese da sua crença pode tornar compreensível.

2 de Março, 2013 Carlos Esperança

A burca, a lei e a liberdade religiosa

O fracasso da civilização árabe exacerba o fundamentalismo islâmico que contamina os países não árabes, como o Irão e a Turquia, atingindo a Europa, EUA e África.

Em nome da liberdade religiosa poder-se-á dizer que falta legitimidade às democracias para proibir os símbolos identitários mas, em nome da liberdade, deverão ser proscritos os símbolos da submissão de género, situação agravada pelo facto de se saber que, por cada mulher que pretende usar a burca, há centenas a quem é imposta.

De menor importância, embora, a lei que impede o uso de máscaras na via pública, por razões de segurança, devia ser suficiente para impedir tais adereços que, para além de discriminarem as mulheres, são um embaraço à identificação pessoal para prevenção e apuramento de autores de crimes.

Depois da proibição francesa, belga e holandesa, a discussão continua em vários países europeus e a proibição ordenada por 13 municípios espanhóis, sofreu um revés legal, no Supremo Tribunal, contra o município de Lleida, o primeiro em Espanha a proibir o uso da burca e do niqab. O Supremo argumenta que o princípio que proíbe o véu integral só pode ser feito através de uma lei, como indicado pela Constituição espanhola, uma vez que é uma limitação ao exercício de um direito fundamental (a liberdade religiosa).

Sem debater a argumentação cujo fundamento é discutível, ressalta a necessidade de se legislar, não a nível autárquico, mas a nível nacional. A Europa sabe que a liberdade de que frui foi conseguida com a repressão do proselitismo clerical. A Guerra dos 30 Anos (1618/1648) não pode ser esquecida, nem o sangue aí vertido, até à paz de Vestefália.

Dominado o totalitarismo católico que apenas viria a reconhecer a liberdade religiosa no concílio Vaticano II, não podemos permitir que o fascismo islâmico destrua a mais bela conquista civilizacional – a igualdade de género.

Já basta que nos países reféns do Islão não sejam permitidas outras religiões e a pena de morte seja ainda o castigo para a apostasia, um direito indeclinável de qualquer cidadão.

A má consciência do colonialismo europeu não pode condescender com anacronismos.

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