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  • 23 de Dezembro, 2012
  • Por Carlos Esperança
  • Ateísmo

A “LUZ” DA BÍBLIA…

Por

JOÃO PEDRO MOURA

Génesis 1:1-19

“1- No princípio criou Deus os céus e a terra.

2- E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas.

3- E disse Deus: Haja luz; e houve luz.

4- E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.

5- E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.

6- E disse Deus: Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre águas e águas.

7- E fez Deus a expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi.

8- E chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia segundo.

9- E disse Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca; e assim foi.

10- E chamou Deus à porção seca Terra; e ao ajuntamento das águas chamou Mares; e viu Deus que era bom.

11- E disse Deus: Produza a terra erva verde, erva que dê semente, árvore frutífera que dê fruto segundo a sua espécie, cuja semente está nela sobre a terra; e assim foi.

12- E a terra produziu erva, erva dando semente conforme a sua espécie, e a árvore frutífera, cuja semente está nela conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.

13- E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.

14- E disse Deus: Haja luminares na expansão dos céus, para haver separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais e para tempos determinados e para dias e anos.

15- E sejam para luminares na expansão dos céus, para iluminar a terra; e assim foi.

16- E fez Deus os dois grandes luminares: o luminar maior para governar o dia, e o luminar menor para governar a noite; e fez as estrelas.

17- E Deus os pôs na expansão dos céus para iluminar a terra,

18- E para governar o dia e a noite, e para fazer separação entre a luz e as trevas; e viu Deus que era bom.

19- E foi a tarde e a manhã, o dia quarto.”

Compare-se a contradição antinómica e, por isso, fatal, entre os versículos 3-5, o “primeiro dia da criação”, e os 14-19, “quarto dia da criação”…
… No primeiro dia da obra divinal, “deus” criou a “luz”, com que separou o “dia” da “noite”, mas essa “luz”, que deveria ser o sol, era abstrata… pois o sol só foi criado, segundo o Génesis, ao quarto dia…

Deste despautério insanável, emerge um duplo quesito:

1- Se o dia, período de 24 horas, exprime a alternância entre a luz diurna e as trevas noturnas, isto é, entre o sol estar e não estar acima da linha do horizonte, como é possível que o deus infalível tenha criado a “luz” e a consequente alternância entre dia e noite, sem ter criado previamente o sol???!!!

2- Se o movimento aparente do sol é que marca a sucessão dos dias, então o que foram os 3 primeiros dias da criação… sem sol???!!!

Eu explico: é que os néscios que fizeram a Bíblia, neste caso, o Génesis, não sabiam da ligação da aurora ao sol. Pensavam que a primeira luz diurna, a aurora, era uma luz abstrata, desligada do sol.
Daí que esses néscios tenham posto o seu deus a criar luzes sem nexo com a realidade, no primeiro dia, e a verdadeira luz solar, no quarto dia…
Ainda bem que os copistas monásticos medievais, que copiaram e recopiaram o despautério bíblico, não repararam e, portanto, não corrigiram este e outros dislates …
… Assim, podemos ter este registo fóssil para nos divertirmos… e para mostrarmos a inanidade da obra…

Donde emerge um duplo silogismo, mas em que só um é verdadeiro:

1- Deus é perfeito;
a Bíblia é inspirada por deus;
Logo, a Bíblia é perfeita.

Ou…

2- A Bíblia é imperfeita;
a Bíblia é inspirada por deus;
logo, deus é imperfeito.

Acrescento, apenas, que os deuses imperfeitos não existem, por contradição antitética…

Mas eu ainda poria estoutro silogismo:

A Bíblia foi criada por pessoas crédulas;
As pessoas crédulas são mais falíveis;
Logo, a Bíblia … não foi inspirada por deus…

E eis que a Bíblia, através do Génesis, “chumba” logo no exame inicial, isto é, no exame divino da “criação”.
Basta uma única contradição, para reprovar uma obra “inspirada” por “deus”, o infalível…
… Mas há mais…

P.S. – Genesis só há (houve) um: o de Peter Gabriel (o melhor vocalista do mundo), Phil Collins (um dos dois melhores bateristas do mundo), Mike Rutherford, Steve Hackett e Tony Banks, mais umas contribuições avulsas doutros.
Genesis foi a maior banda de “rock sinfónico” (o melhor tipo de música de sempre) do mundo, pontificando, sobretudo, na década de 70.
O Genesis de “Trespass”, “Nursery Cryme”, “Foxtrot”, “The Lamb Lies Down on Broadway”, “Selling England by the Pound” e os registos espantosos de “Supper`s Ready”, a melhor faixa musical de todos os tempos, 24 minutos de portento, do primeiro ao último minuto, faixa essa superiormente tocada no duplo álbum, ao vivo, “Seconds Out”. E o melhor álbum ao vivo desde a “criação” bíblica do mundo: “Genesis Live”, um portento de 5 faixas… a saber, por ordem crescente de portento: “Get`em Out by Friday”, “Watcher of the Skies”, “The Return of the Giant Hogweed”, “Musical Box” e “The Knife”…
Isto sim, é que era o Genesis!…
Agora, o da Bíblia!…