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  • 14 de Agosto, 2010
  • Por Carlos Esperança
  • Vaticano

ICAR: O que é um perdão especial pleno ?

O papa Bento XVI decidiu conceder um perdão especial pleno a quem participar em Cuba da peregrinação de Nossa Senhora da Caridade do Cobre, padroeira da ilha, organizada por ocasião do 400º aniversário do achado de sua imagem.

O Papa não deixa de me surpreender na cruzada obscurantista e no apelo à mais básica superstição. Não discuto os pergaminhos de «Nossa Senhora da Caridade do Cobre» nem o mérito que a guindou a padroeira de Cuba e, muito menos, a utilidade que teve para os cubanos, o contributo que deu para o seu bem-estar ou as provas de preocupação com o povo.

Também desconheço a diferença entre um «perdão especial pleno» e um vulgar a 30%. Só conheço tais classificações para distinguir uma boa aguardente do álcool absoluto e não vejo o que tenha a ganhar um crente com os perdões de um Papa que vai em viagem de negócios dinamizar uma peregrinação da qual, à semelhança da de Fátima, receberá uma percentagem.

As padroeiras da ICAR são responsáveis por maior número de mortes nas estradas do que milagres nos santuários. A Senhora da Caridade do Cobre será útil para extorquir uns cobres aos devotos mas não se vê o prejuízo para quem não vá à peregrinação e perca essa magnífica oferta de «perdão especial pleno».

As indulgências que um papa obsoleto anda a vender ao domicílio acabam por revoltar alguns crentes bem intencionados e que vão fazer uma religião para outro lado onde não se vendam a retalho.

A fé não é um anestésico local, é um estupefaciente que se trafica a troco de perdões especiais plenos na mais ignóbil exploração da ingenuidade e do sofrimento.

Apostila – Este post, agendado para 13-08-2010, não foi publicado por falha do sistema. É publicado agora.