Loading

Mês: Novembro 2007

5 de Novembro, 2007 Helder Sanches

Reflectir o meu ateísmo – Parte 1

O que o meu ateísmo não implica

Conforme prometi neste post, pretendo escrever uma série de artigos que me ajudem (e aos leitores deste blog) a organizar a apresentação dos motivos, preocupações e objectivos do meu ateísmo. Serão uma série de artigos onde abordarei diversos aspectos do que considero ser basilar no meu ateísmo.

Neste primeiro artigo, vou optar por deixar claro aquilo que o meu ateísmo não significa. Espero, assim, contribuir para uma leitura mais imparcial daqueles que visitam este blog.

Ser ateu para mim não significa ser anti-fé. Respeito a liberdade de cada um para acreditar naquilo que muito bem entender. Contudo, isso deverá acarretar duas responsabilidades: a de assumir os compromissos com essa mesma fé, por um lado, e a de viver essa fé na sua privacidade ou em local (templo) apropriado.

Não sou anti-clero; não encontro razões para acreditar que o exercer do sacerdócio traga consigo uma maior dose de criminalidade ou que existe um maior índice de padres criminosos do que padeiros, informáticos, ateus ou engenheiros civis criminosos. Hipocrisia não é um crime; será, quanto muito, uma questão de consciência.

O meu ateísmo não é politizável, ou seja, não sou ateu por ser deste ou daquele partido nem vice-versa.

Não sou particularmente anti-cristão; o meu ateísmo é absoluto e equidistante de todas as religiões, divindades, fadas, duendes ou unicórnios. Se, porventura, existir uma maior exposição do cristianismo nas páginas deste blog isso é facilmente explicável pela minha também muito maior exposição ao cristianismo, tanto cultural como socialmente, uma vez que nasci, cresci e vivo num país cuja religião maioritária é cristã.

O meu ateísmo não é recente, sempre fui ateu, nunca tendo sentido qualquer necessidade de procurar estímulo espiritual no sobrenatural. Música, um bom livro, observar as minhas filhas a dormirem ou olhar o céu à noite sempre foram suficientes para me encher de prazer, satisfazer quaisquer necessidades de contemplação, imaginar e concluir que o mundo é, afinal, tão belo. Respeito (embora me custe a compreender) que outros tenham outro tipo de necessidades espirituais.

Finalmente, o meu ateísmo não é estanque. Estou sempre disponível para uma boa argumentação sobre o tema. Não estou fechado sobre mim mesmo, nem sou dogmaticamente ateu. Muito pelo contrário, reconheço que filosoficamente é arriscado ser-se ateu; mesmo assim, considero que, na prática, faz muito mais sentido. Mas isso fica para a segunda parte. Nela abordarei as razões porque sou ateu e não agnóstico.

(parte 2 – brevemente)

(Publicação simultânea: Diário Ateísta / Penso, logo, sou ateu)

5 de Novembro, 2007 Hacked By ./Localc0de-07

Estigmas e técnicas de embuste

O embuste do padre Pio, conhecido pela Igreja Católica Romana que através do infalível João Paulo, o segundo, posteriormente o santificou, não foi apenas exposto a público aquando do livro “Padre Pio, miracles and politics in 20th century Italy” de Sergio Luzzatto, o embuste foi detectado no dia em que o padre sucumbiu, retiradas as luvas nada de feridas, hipóteses dementes para o ar como a cura aquando a morte pelo ser superior cristão e aldrabices nos mesmos contornos e lá foi o Pio para santo e mais uns factos para a Igreja Católica Romana esconder. No vídeo seguinte, retirado do excelente documentário Stigmata da National Geographic, pode-se aprender a brincar aos estigmas, nada melhor para angariar fundos de maneio através da crendice dos outros.

Também publicado em LiVerdades

4 de Novembro, 2007 Ricardo Silvestre

as pulgas do ateísmo

Do sítio
http://richarddawkins.net/

Ora bem, quem não tem nada para dizer de novo, escreve livros sobre o trabalho dos outros.

As «pulgas» do ateísmo: em grande forma, como se pode ver.

Para ver mais «pulgas» visite o NOVA

4 de Novembro, 2007 Carlos Esperança

Paquistão – Uma ameaça global

O mundo está cada vez mais inseguro. As ogivas nucleares estão ao alcance de qualquer ditador e de todos os alvos. Não há boas mãos nem países de confiança, mas o perigo é maior quando a fome, o desespero e a fé se juntam numa mistura explosiva potenciada pelo ódio.

No Paquistão, o presidente Pervez Musharraf acaba de declarar o estado de excepção para evitar que, dentro de dias, o Supremo Tribunal se pronunciasse sobre a legalidade da sua recente reeleição e promete, a partir das próximas eleições gerais, previstas para Janeiro de 2008, a restauração das liberdades democráticas, como se pudesse restaurar o que nunca existiu e acaba de impedir.

No Paquistão só existe um poder – o militar -, acossado por bandos tribais que detêm armas sofisticadas, relações de poder medieval e a convicção inabalável de que podem destruir os infiéis. É aqui que a civilização, os países democráticos e os bem instalados cidadãos do hemisfério Norte se encontram desafiados.

A cumplicidade das democracias com as ditaduras é o pecado original do pragmatismo. No Paquistão o general Musharraf está tão intranquilo como a União Europeia e os EUA. Não há tempo para esperar que das montanhas onde floresce a papoila e o Corão brote o Iluminismo, a Reforma e a Revolução Francesa, e que a cultura helénica e o direito romano influenciem o plágio grosseiro do cristianismo que guia os líderes tribais e religiosos do Islão.

Na Europa, a Guerra dos Trinta Anos foi há quase quatro séculos e terminou, depois de sangrentos combates, com a Paz de Westfália onde nasceu a liberdade religiosa e a modernidade.
Não podemos esperar tanto tempo e nem eles nos deixam esperar.

DA/Ponte Europa

4 de Novembro, 2007 Carlos Esperança

Bispos portugueses vão a Roma

Enquanto o Papa B16 reza pelos pontífices mortos, certamente necessitados da remição dos pecados, e denuncia as «ameaças» que atacam a instituição da família, um assunto em que o celibatário se julga especialista, os bispos portugueses vão em peregrinação a Roma, ao beija-mão do ditador vitalício e de visita à Cúria Romana.

Portugal tem 49 bispos: 21 titulares de diocese, 8 ajudantes e 20 eméritos, estes com o prazo de validade caducada. Mas, dos quase dois quarteirões de bispos, só 35 vão ao Vaticano. Não sei se os outros ficam de piquete para a confirmação que algum devoto solicite ou para o funeral de um defunto importante que se esqueça de respirar.

Bispos não faltam, apesar de não se reproduzirem, devido à idade e ao medo. De padres é que a reserva vai minguando e já começam a chegar a recibo verde alguns exemplares polacos, brasileiros e dos PALOPs.

Neste momento, por motivos diferentes, tal como sucede com os funcionários públicos, por cada dois que morrem só entra um padre. Falta de vocações, quebra nos baptismos, menos casamentos religiosos, fuga de alguns padres na flor da idade e do cio, são os dados catastróficos com que os bispos portugueses vão prestar contas ao Papa.

Os ventos não vão de feição para a ICAR. É altura de arranjarem um Deus mais humano e menos troglodita.

3 de Novembro, 2007 Carlos Esperança

As religiões e a paz

A alegada promoção da paz pelas religiões é dos mais torpes boatos que os panegiristas de diversas crenças propalam para esconder o passado sangrento que esteve na origem da sua seita, na divulgação dos seus mandamentos e na disputa das almas.

Poder-se-ia dizer que foi uma tara da infância mística se novas guerras das religiões não viessem perturbar a paz e lançar a humanidade em outras e cada vez mais assustadoras discórdias, numa febre de proselitismo.

Se o Deus dos protestantes evangélicos não tivesse mandado invadir o Iraque a Bush, segundo confessou este (tão digno de crédito como a Irmã Lúcia), e lhe tivesse dito que Saddam não tinha armas de destruição maciça, evitaria a mentira, o crime e a tragédia de um país devastado.

Se Jeová não fosse um déspota cruel, ansioso por conquistas, não existiria o sionismo. E os cristãos fundamentalistas, que aguardam que os judeus conquistem a «Terra Santa» para erguerem o Templo de Salomão, não os apoiariam agora para depois os destruírem, quando o Messias regressar de novo à Terra, sabe-se lá donde.

Se um erro de tradução não tivesse mudado «uvas brancas e cristalinas» para «virgens», os mártires islamitas que julgam ter 72 virgens à espera no Paraíso, meditariam antes de se imolarem por um enorme tabuleiro de fruta.

A maldade não está nos crentes. A desumanidade está na doutrina que os intoxica, nos clérigos que vivem da pregação do ódio e, sobretudo, nos livros atribuídos a Deus – o maior embuste e o pretexto mais demente que os homens criaram para se matarem.