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Monsaraz – Touro morre na arena

A violência, transmitida através de gerações, entranha-se no código genético de pessoas pouco instruídas ou de tradição marialva.

Depois do infeliz foral de Barrancos eis que, em Monsaraz, a morte de um touro, na arena, fez exultar a populaça com a orgia de sangue e barbárie. É assim que se libertam os instintos primários, se acicata o gosto pela violência e se banaliza a crueldade.

O mais preocupante não é o desafio à autoridade do Estado. De vez em quando, ignotas aldeias, com pretensões a serem sedes de concelho, desafiam a ordem pública com o corte de vias de comunicação e em total impunidade. Os bandos surgem quando cheira o poder a um cacique e desaparecem ao primeiro sinal de derrota.

O que está em causa nos touros de morte é o culto das piores tradições, a satisfação dos mais baixos instintos e a crueldade, compreensível por se tratar de festejos religiosos.

Um povo que se diverte com o sofrimento dos animais não é um país de cidadãos, é um bando ululante de biltres à solta divertindo-se com a dor.

A Santa Casa da Misericórdia de Monsaraz ao patrocinar o espectáculo degradante não faz jus ao nome, participa num acto de sadismo em nome da tradição. Uma vergonha.

Uma violência em honra de Nosso Senhor Jesus dos Passos sob cujos auspícios se realizam os bárbaros festejos.