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A religião humilha as mulheres

Chamem-me anticlerical, jacobino e carbonáro; acusem-me de mal-formado, herege e ateu; apelidem-me de mata-frades, frustrado e blasfemo. Não, não posso consentir que, em nome da tradição e da vontade divina metade da humanidade possa subjugar a outra metade.

A violência contra as mulheres é a cobarde perversidade de quem se habituou a dominar os meios de produção, a soberba de quem pretende usar a força contra a razão, a crueza de quem julga que a tradição lhe dá direitos e lhe confere poderes em função do género.

É preciso que a demência e a brutalidade do homem primitivo permaneçam na caverna dos hábitos e nas páginas misóginas dos livros sagrados para que o filho julgue inferior a mãe, o irmão se sinta superior à irmã e o homem com primazia sobre a mulher.

Deixem os clérigos reivindicar a ordem natural e outras estultícias, os cavernícolas uivarem de raiva e os conservadores rangerem os dentes em desespero. Não há justiça sem igualdade entre homens e mulheres, não há liberdade à custa da servidão de outrem nem felicidade que se construa na humilhação e sofrimento alheios.

A violência doméstica, quase sempre do homem sobre a mulher, é a tragédia silenciosa que se oculta dos filhos e dos vizinhos, que a lei até há pouco ignorava, a condenação à morte e impunidade com a desculpa dos costumes, dos exemplos e da vontade divina.

Ninguém é digno de respeito se o não souber merecer. A violência vertida nas páginas dos livros santos e na exegese dos teólogos que ensinam a agredir mulheres sem deixar marcas, ou que torturam, esfacelam e matam porque é um direito que lhes assiste, é uma nódoa incompatível com a civilização e a democracia, intolerável nos herdeiros do iluminismo e da Revolução Francesa.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

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- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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