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A missa em latim

Cansado da indiferença de Deus, o Papa regressa ao latim. É a tentativa desesperada de quem nota o desprezo divino e o desinteresse dos crentes. B16 pensa na possibilidade de se fazer entender por Deus e na vantagem de que os fiéis o não compreendam.

Partindo da premissa de que o analfabetismo favorecia a fé, o Papa terá concluído que a língua morta é ideal para estupefazer os crédulos e evitar perguntas sobre as mentiras da sua Igreja.

Quanto menos se conhecerem as mentiras da Igreja mais se acredita no martírio de Deus e na virtude dos padres. O Vaticano não esconde o pretendido regresso ao Concílio de Trento e Vaticano I. O Concílio Vaticano II foi o Diabo que apareceu à ICAR. É com o mistério e os segredos revelados por virgens que poisam nas azinheiras ou mergulham em grutas que se mantém florescente o negócio.

Cristo, morto há dois mil anos, não sabia latim mas fizeram desaparecer o cadáver para criar o mistério e ampliar a pantomina. O latim veio depois e foi imposto como língua sagrada mas, sem latim e sem Inquisição, não houve fé que resistisse ao Iluminismo e ao livre-pensamento.

Mais tarde impor-se-ia uma cópia grosseira do cristianismo – o Islão – adoptando o árabe como língua sagrada e usando decapitações, vergastadas e lapidações, como suplementos evangelizadores. Os resultados estão à vista – crentes cada vez mais rudes, violentos e convictos.

B16 segue-lhes o exemplo. Por ora regressa ao latim, as fogueiras virão depois. Um bom inquisidor faz mais pela fé do que as orações, os sacramentos e as homilias.