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Espanha – A Virgem andou à solta

Religião – Crescem denúncias de raptos

Há semelhanças entre a vidente de Madrid, Luz Amparo Curvas, e a Irmã Lúcia mas é bom não esquecer as diferenças.

Ambas viram a Virgem, é certo, uma em Fátima, outra no Escorial. Nos dois casos a Igreja católica admite as visões sendo, na matéria, a única autoridade para passar certificados de garantia.

Em Espanha, em Junho de 1994 a igreja reconheceu a Fundação Pía Virgen de los Dolores e a Associação Reparadores de Nuestra Señora Virgen de los Dolores, ambas ligadas ao movimento. Em Portugal, reconheceu a Cova da Iria, certificou a azinheira onde arvorou a Virgem e nomeou o padre Luciano Guerra para dirigir o negócio. Em ambos os casos a Igreja católica não reconheceu o tráfico no princípio mas ajudou à divulgação dos milagres.

Em Espanha um padre católico já disse a missa dos 25 anos da primeira aparição.

Vejamos as diferenças:

Em Portugal a Igreja encarcera freiras mas as famílias não reclamam; apropria-se do património dos peregrinos mas ninguém apresenta queixa; Fátima está no mercado da fé há 90 anos e não há 25; os directores-gerais já visitaram Fátima (Paulo VI e JP2) várias vezes, enquanto em Espanha aguardam que o volume de crentes aumente. A comunicação social está mais atenta e os milagres tornaram-se mais difíceis.

Claro que Luz Amparo Curvas também vai ser canonizada mas não terá o ministro da Defesa na missa de corpo presente nem o primeiro-ministro decretará 1 dia de luto nacional. Pelo menos em Espanha haverá a dignidade do Estado que faltou em Portugal.

Quanto à Virgem, com tantas saídas do Céu, corre o risco de deixar de ser.