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A Igreja católica é pela vida

Não há dúvida de que a Igreja católica é pela vida. A fazer pela vida exterminou índios; a tratar da vida queimou hereges; na defesa da vida eterna eliminou ímpios.

A ICAR sempre foi uma referência na defesa da vida, fosse nas torturas que usava a Inquisição, procurando que as vítimas resistissem durante o máximo tempo, no esbulho de bens dos incrédulos para que a vida dos seus padres estivesse livre para Deus, ou na venda de indulgências aos pecadores para que a vida do clero fosse flauteada.

A vida sempre foi o objectivo. Quando grelhava réprobos era para lhes assegurar a vida eterna; quando fazia escravos era para os baptizar e livrar das trevas; se raptava crianças era para lhes assegurar a vida celestial.

Quem pode ser tão obstinado pela vida a ponto de garantir a eternidade a quem ame e obedeça ao único Deus verdadeiro?

O fundamentalismo levou o Papa, os bispos, padres e outros primatas pios a defenderem a vida desde o espermatozóide até ao óvulo, trajecto que acompanham com pias orações e devotado afecto.

Todos os primatas paramentados andam numa dobadoira a policiar vaginas e espreitar glandes para que não se percam na estrada da infertilidade os veículos da vida.

É esse grande desígnio que os leva a condenar as provetas e a reprodução medicamente assistida. Se os homens e as mulheres começarem a fazer filhos como se fazem tractores corre-se o risco de que o acto sexual se transforme em método para fabricar veículos, enquanto as almas, feitas doidas, se perdem no caminho.