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Cristo e o cristianismo

Há quem confunda uma cultura com os mitos que lhe deram origem ou que ela própria criou. Há quem atribua a Deus os livros que se lhe referem como se a Pantera Cor-de-rosa passasse a existir pelas histórias a que deu origem.

Do Islão não vale a pena falar. Está no estertor uma civilização tribal onde o sagrado e o profano se plasmam sob a violência do clero e onde os constrangimentos sociais fazem da mulher um ser sem vontade, dignidade ou direitos. É um furúnculo místico na lepra de uma sociedade medieval. O Islão é cruel, misógino e troglodita.

Quanto ao cristianismo podemos dizer que foi o húmus da civilização, da liberdade, e da própria democracia, não por vontade própria mas porque gerou no seu seio a antítese dialéctica que conduziu à modernidade.

Resistem padres e o negócio. O Vaticano é o bazar que vende indulgências, cria santos e cardeais, intriga e destabiliza os países democráticos. O líder dos prosélitos é o Papa e distingue-se pelos sapatinhos vermelhos e vestidos de bom corte e pelo azedume que lhe provocam a progressiva secularização da Europa e a laicidade.

O Igreja ortodoxa, com exegetas ainda mais reaccionários, alapa-se aos Estados e vive como fungo que parasita o poder secular.

Os protestantes dividem-se em numerosas seitas e raramente descuram a influência no aparelho de Estado. Há-os tolerantes e exaltados, os que têm a mania que falam com Cristo e os que se limitam a escrever em notas de dólar que acreditam em Deus.

Cristo é, nos negócios da fé, o idiota útil. Apresentam-no como curandeiro e vendedor da banha da cobra, filho de uma pomba estúpida e de uma atrasada mental que precisou de um anjo para lhe dizer que estava grávida. Os pormenores vieram depois, à medida que o negócio prosperou, para estupefazer os simples e assombrar os crédulos.

É por isso que hoje encontramos a toponímia das cidades cheias de nomes de santos, os montes poluídos com capelas, as esquinas das ruas pejadas de nichos pios e o sinal mais a reproduzir-se nas paredes, enquanto o pobre Cristo, com ar de delinquente, exibe os cravos e as chagas à misericórdia dos devotos.

Perfil de Autor

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- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

- Blogger:

- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/

- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/

- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/

- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#

- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

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