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Perigo religioso

As religiões são instrumento do nacionalismo e o rastilho de guerras. Se pertencessem à esfera privada e fossem usadas para conforto individual, à semelhança dos placebos, que deixam felizes os doentes convencidos do valor terapêutico de substâncias neutras, não havia perigo.

Infelizmente, a associação de numerosos interessados na conquista do poder transforma as religiões numa arma ao seu serviço, num produto que exige o combate à concorrência e aos que desmascaram a fraude.

A humanidade tem evoluído no sentido de assegurar direitos, liberdades e garantias aos cidadãos, o que desola e enfurece os avençados do divino. Os padres aprofundam, nos seminários, o estudo da vontade do seu Deus e, quando os soltam, partem diplomados a vigiar e promover a fé.

Os clérigos são obstinados na promoção das suas verdades e intolerantes para as alheias. Recitam o catecismo como os papagaios articulam sons e debitam, frenéticos, preces e sermões.

Por todo o Planeta, multidões de parasitas de Deus vivem da pregação e dos ofícios pios como ilusionistas. Alguns, à força de persuadir incautos, acabam eles próprios convencidos de que é verdade a mentira que promovem. Mas o efectivo perigo resulta da conquista do poder e dos meios que usam para converter os outros.

As guerras religiosas aí estão para o demonstrar. Hoje, como sempre, Deus é das piores desgraças que assolam a humanidade.