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Andam santos pelos cemitérios

A ICAR continua a fúria canonizadora despertada pelo bem-aventurado JP2, um polaco supersticioso de quem o Opus Dei, uns tantos cardeais e o espírito Santo fizeram Papa.

B16, especialista em moral e bons costumes, pós-graduado em relações com Deus, vai canonizar no próximo dia 1 de Julho quatro novos santos.

Desta vez a lotaria da santidade saiu à casa. Os canonizados, todos agentes e promotores de vendas da ICAR, são os seguintes:

Rafael Guizar Valencia (1878-1938), Bispo Mexicano;

Filippo Smaldone (1848-1923), sacerdote e fundador do Instituto das Irmãs Salesianas dos Sagrados Corações;

Rosa Venerini (1656-1728), fundadora da Congregação das Irmãs Mestras Pie Venerini;

Theodore Guerin (1798-1858), fundadora da Congregação das Irmãs da Providência de Santa Maria ad Nemus.

O anúncio, feito hoje, significa que os emolumentos, liquidados pelas igrejas dos países interessados, já entraram na tesouraria do Vaticano.

A Agência Ecclesia é omissa quanto aos milagres obrados pelos taumaturgos, mas a experiência diz-nos que são no ramo da medicina, ignorando-se apenas a especialidade e os miraculados. As provas são, como sempre, arrasadoras e os atestados rubricados por médicos de imaculada honestidade.

A ICAR é recordista de milagres por sepultura e por cadáver. Deus, na sua infinita venalidade, não deixa de atender os pedidos feitos por intercessão de um esqueleto com algumas décadas de terra.

A intermediação milagreira é um negócio florescente do sector terciário (o terço é, a seguir ao óbolo, o instrumento mais estimável para a corrupção divina e com provas dadas).

Apesar da opacidade do Orçamento de Estado e de se desconhecer o IVA aplicado, sabe-se que a rubrica «beatificações e canonizações» passou a ter um peso crescente no erário do Vaticano.