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Opus Dei – Al-qaeda do catolicismo

O número 666 é o número da Besta do Apocalipse, um número tão detestado pela Igreja Cristã Ortodoxa que pretendeu opor-se a que uma deliberação da União Europeia com o referido número fosse transcrita para a ordem interna da Grécia.

Todavia, há uma seita católica, fundada por um admirador de Franco, um entusiasta da ditadura que derrubou a República espanhola e assassinou centenas de milhares de adversários, que elaborou um manual com 999 máximas.

Não digo que o ora Santo Escrivá, o morto que logo desatou a fazer milagres, é a Besta do Apocalipse de patas para o ar. A superstição é apanágio dos beatos que percorrem de joelhos e língua de fora o espaço que os separa do cálice e da patena donde recolhem a rodela de pão ázimo convencidos de que o corpo e o sangue de Cristo aí foi parar pela alquimia dos sinais cabalísticos de um padre.

O Opus Dei está para a fé como os bordéis estão para o amor. Interessa-lhe o dinheiro, o poder e a influência. A «santificação pelo trabalho» é a forma de infiltração nos centros do poder e a tentativa do seu controlo.

«O Mundo Secreto do Opus Dei» de Robert Hutchison e «Uma vida na Opus Dei» vivida «do lado de dentro» pela autora, Maria del Carmen Tapia, que trabalhou directamente com Escrivá, são dois livros imprescindíveis para se conhecer a «associação secreta» que actua «ocultamente, com um máximo de opacidade nos seus assuntos», como reconheceu o Tribunal Federal Suíço, com sede em Lausanne.

Escrivá foi elevado a beato graças à cura miraculosa de um cancro da freira Concepcion Boullón Rubio, prima de um ministro de Franco ligado ao Opus Dei, e cuja doença era desconhecida da madre superiora do convento.

O processo de canonização foi aprovado em 20 de Dezembro de 2001 graças à intercessão num milagre na área da dermatologia.

A cura do médico Mário Nevado Rey, que sofria de radiodermite, confirmou a preferência que Monsenhor Escrivá, já em vida, nutria pelas classes mais favorecidas.