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Igreja não quer festival de dança na Madeira

O senhor Teodoro de Faria, bispo do Funchal e luminar da fé, tornou-se mais pio e sorumbático quando o seu antigo secretário particular, padre Frederico, foi condenado por assassínio e envolvido em crimes de pedofilia.

Deixou de gostar de festas sem missa, eucaristia e orações. A música profana alterara as hormonas e conduz ao pecado.

Assim, um evento musical, programado para a próxima sexta-feira, mereceu do prelado severa advertência na homilia da Eucaristia de Domingo de Ramos: «Falta de respeito aos símbolos ofende aqueles que têm fé» – disse o casto bispo que odeia as tentações da carne.

Depois da indignação do prelado contra a realização do «Madeira Paradise Dance Tour 2006», os padres e leigos do costume subscreveram um documento contra a realização do evento, publicado pelo Diário de Notícias do Funchal – lê-se no J. N..

O Correio da Manhã refere-se à polémica: «farra coincide com Sexta-feira Santa».

Como todos os dias são santos, deviam ser proscritas as festas profanas. A Madeira está ameaçada por sustenidos e bemóis. A Igreja católica anda atormentada por fusas, breves e colcheias. Os decibéis podem atrasar a ressurreição do Deus que, todos os anos, faz de morto durante três dias.

Não se sabe ainda como vai terminar o confronto numa terra tão piedosa, onde as freiras libertaram a casa do padre Frederico do material pornográfico, enquanto este era ouvido na judiciária.

Isto é uma luta entre o Bem e o Mal. Na Madeira o Bem é o que o bispo quiser.