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A solidão e a fé

5 de Janeiro de 2006  |  Escrito por Carlos Esperança  |  Publicado em Não categorizado  |  1 Comentário

A solidão é o cimento que cola o abandonado à fé, torna o proscrito crente, faz beata a pessoa e transforma um cidadão num trapo.

A religião é o colchão que serve de cama ao desamparado, o mito que se entranha nos poros do desespero, o embuste a que se agarra o náufrago. É o vácuo a preencher o vazio, o nada que se acrescenta ao zero.

O padre está para a família como o álcool para o corpo. Primeiro estranha-se, depois entranha-se e finalmente domina.

A religião é um cancro que se desenrola dentro das pessoas e morre com elas. Também metastisa e atinge órgãos vitais. Mas é dos joelhos que se serve, esfolando-os, da coluna vertebral, dobrando-a, e do cérebro, atrofiando-o.

A religião busca o sofrimento e condena o prazer. Preza o mito e esquece a realidade.

Um crente faz o bem por interesse e o mal por obrigação. É generoso para agradar a Deus e perverso para o acalmar. Dá esmola para contentar o divino e abate um inimigo para ganhar o Paraíso.

A religião vive da tradição, do medo e da morte. Começa por ser uma doença infecto-contagiosa que se apanha na infância, transmitida pelos pais, através do baptismo. O lactente é levado ao primeiro rito mais depressa do que às vacinas.

Depois, o medo, o medo da discriminação na escola, no emprego e na sociedade, leva a criança à catequese, à confirmação, eucaristia e penitência. De sacramento em sacramento, missa após missa, hóstia sobre hóstia, com orações à mistura e medo do Inferno, transforma-se um cidadão em marionete nas mãos do clero.

Na cúpula temos o Vaticano, um antro de perversão a viver à custa dos boatos sobre o filho de um carpinteiro de Nazaré e os milagres obrados por cadáveres de católicos, de virtude duvidosa, à custa de pesados emolumentos.

O seu negócio é a morte que explora em ossos ressequidos pelo tempo, caveiras, tíbias e maxilares, pedaços de pele e extremidades de membros, numa orgia de horror e delírio.

É assim que a tradição, o medo e a morte continuam a encher os cofres do último Estado totalitário da Europa, que governa pelo medo e se mantém pela chantagem.

 

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